Escola de Humanidades para além das salas de aula

Professores e funcionários visitaram a exposição “Iberê Camargo: século XXI”

Crédito: Rafael Casagrande

Com a sua vida e obra, Iberê Camargo mostrou ao mundo que carretéis têm tudo a ver com arte. E o que essa arte com carretéis tem a ver com as Ciências Humanas? Tem muito mais do que uma simples passada de olhos sobre as telas do artista pode revelar. Essa foi uma das conclusões dos professores e funcionários da Escola de Humanas que participaram da visita à exposição comemorativa do centenário de Iberê Camargo, na tarde desta quinta-feira, 20 de novembro, na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.

O grande objetivo da atividade era promover a integração entre os participantes, envolvendo aprendizado e intercâmbio de saberes. Através das pinturas, puderam conhecer mais sobre a vida do artista gaúcho, técnicas desenvolvidas no decorrer da sua vida, os prêmios dedicados por importantes representações mundiais, a contribuição de Iberê Camargo para os movimentos artísticos e como as suas obras conversam com outros artistas ainda hoje. Entretanto, os resultados da visita transcenderam o esperado.

Com olhos curiosos e mentes reflexivas, naturalmente surgiam dúvidas e colocações sobre os traços, texturas, cores e formas, sobre a subjetividade nas expressões irônicas dos manequins desenhados nos últimos anos de vida do artista e das relações com as 19 obras dos artistas convidados, de diferentes gerações e lugares do Brasil. Para além da estética, segundo a professora Sofia Stein, o percurso de um humano que expressou a própria vida através do trabalho. “Foi interessante acompanhar a vida dele, da juventude até a morte. O processo de modificação das suas técnicas, influências e como foi se aperfeiçoando até chegar a um estilo muito próprio. Todos temos nosso percurso. São nas nossas atividades, no dia a dia, que estampamos as nossa vida”, declarou Sofia.

Iberê Camargo: século XXI

Crédito: Rafael Casagrande

A curadoria da exposição pelos 100 anos do nascimento de Iberê Camargo está nas mãos de Agnaldo Farias, Icleia Cattani e Jacques Leenhardt. Por ser uma data especial para a Fundação, a exposição ocupa todos os espaços do museu até o dia 29 de março de 2015.

A exposição foi organizada a partir das principais problemáticas de suas obras e suas repercussões na produção de artistas brasileiros contemporâneos. Essa dinâmica valoriza as relações entre as pinturas, gravuras e desenhos de Iberê e uma grande variedade de linguagens, incluindo escultura, instalação, fotografia, literatura, dança e cinema. As séries como “Carretéis”, “Núcleos”, “Fantasmagorias”, “Ciclistas” e “Idiotas” são apresentadas na companhia de trabalhos de artistas cuja proximidade provoca a introspecção e inclinação dos visitantes para diferentes perspectivas, que não culminam na última obra do artista, considerada inacabada. Mas na continuidade da sua genialidade e influência, pelas mãos de novos desbravadores do mundo da arte.

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