Entrega de alegria

Alunos da Unisinos desenvolvem brinquedos para serem doados

Uma parceria entre a Escola Politécnica e a Escola de Humanidades da Unisinos fez os alunos colocarem a mão na massa. Eles receberam o desafio de desenvolver brinquedos, que serão destinados neste final de ano para crianças de dois a seis anos em fase pré-escolar. Como resultado, surgiram 40 brinquedos dos mais diversos tipos, como bicicleta de equilíbrio, carrinhos modulares, quebra-cabeças e jogos.

Crédito: Rodrigo W. Blum

A ideia já vinha sendo trabalhada em anos anteriores com a turma de Gestão de Projetos de Engenharia, de maneira mais livre e sem conexão com as questões pedagógicas. Quando a professora Débora Oliveira da Silva assumiu a atividade acadêmica no início de 2018, decidiu focar também no aprendizado e na formação das crianças. Na época, ela convidou a egressa da Unisinos e Diretora Pedagógica da escola de educação infantil onde sua filha estuda, para participar como uma consultora pedagógica para a construção dos projetos.

“Os alunos precisaram estudar sobre as abordagens pedagógicas Waldorf e Montessori e entregar propostas de brinquedos que tivessem claramente uma dessas abordagens caracterizadas, devendo ser validados pela pedagoga. Foi uma experiência muito bacana, sobre a qual os alunos me deram vários feedbacks positivos. Especialmente em relação a serem desafiados a construir um produto atendendo a um escopo fora de sua área de conhecimento ou zona de conforto, contexto típico de projetos de engenharia”, explica Débora.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Depois disso, o projeto cresceu ainda mais. “No segundo semestre de 2018, procurei o curso de pedagogia da Unisinos, e, desde então, começamos a tratar de uma maneira mais estruturada essa integração entre as escolas, fazendo com que as alunas da Pedagogia fossem clientes da Engenharia para a definição do escopo dos brinquedos”, conta. No ano seguinte, a integração ocorreu de maneira mais intensa. “Por intermédio da professora Marita Redin, a professora Regina Urmersbach aceitou o desafio e colocou suas duas turmas da atividade acadêmica de Gestão e Supervisão Escolar a trabalharem em conjunto com as minhas turmas”, complementa.

Desenvolvimento da atividade

No total, a proposta foi desenvolvida com quatro turmas ao longo do ano. Na primeira aula de cada semestre, os alunos receberam a ideia de trabalho e os passos do gerenciamento de um projeto que deveriam ser seguidos, como iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. À medida que os conteúdos sobre Gestão de Projetos eram abordados, os alunos construíam as etapas do trabalho, realizando entregas parciais.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Segundo a professora Débora, um dos principais problemas encarados no processo é a gestão do escopo, ou seja, atender adequadamente à demanda do cliente. Para melhorar esse ponto, ela buscou o suporte da SAP Labs Latin American, empresa instalada no Parque Tecnológico São Leopoldo, junto à Unisinos. O objetivo foi aplicar um workshop utilizando o “Design Thinking”, método bastante difundido para definição de escopo. Foram cinco colaboradores envolvidos de maneira voluntária durante duas noites.

“Os profissionais compartilharam conosco seus conhecimentos e experiência no tema. O workshop ocorreu nas dependências da SAP, totalizando 120 alunos da Escola Politécnica e da Escola de Humanidades envolvidos. Contamos ainda com a participação de cinco crianças. Ao final da rodada, os grupos precisaram apresentar os protótipos construídos para os pequenos, buscando avaliar se atenderiam às demandas do usuário. Essa fase foi incrível”, lembra Débora.

A experiência, de maneira geral, proporcionou uma grande integração dos alunos dos cursos de Engenharia e de Pedagogia da Universidade. “Aparentemente são áreas tão diferentes, mas com muitas possibilidades de convergência. E tem a questão do impacto social, que mostra aos alunos que o produto de uma atividade acadêmica pode extrapolar as fronteiras da sala de aula e gerar forte impacto na comunidade, trazendo melhores condições de aprendizagem para muitas crianças”, destaca.

Destino das doações

O local para receber as doações será escolhido em conjunto com os alunos e estão sendo consideradas opções identificadas entre os projetos sociais conduzidos pela própria Universidade. Em 2018, um dos alunos sugeriu a doação para a Associação Turma do Sopão, uma instituição comunitária de São Leopoldo, que atende crianças na faixa etária de dois a seis anos. “Foi um momento muito bacana, emocionante mesmo. Ver os olhos de curiosidade e encantamento das crianças com os brinquedos recebidos foi muito legal”, recorda a professora sobre a última entrega realizada.

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