Ter coragem para começar algo novo significa superar-se, sejam quais forem as circunstâncias. “O primeiro passo, para mim, foi descobrir o que eu não queria fazer”, disse Gustavo Albuquerque, sócio-fundador da empresa Vaga Exata, na manhã desta sexta-feira, 26 de junho, durante o TEDxUnisinosSalon. “Hoje, meu trabalho não é só meu ganha-pão, é o que me faz bem.”

Para o palestrante, formado em Administração – Gestão para Inovação e Liderança, ser diferente do normal foi o que fez sentido em sua vida. Gustavo transformou um projeto acadêmico, chamado Mão na Roda, em experiência profissional para promover a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ele admite, contudo, que o percurso teve lá seus contratempos: “O difícil não é abrir uma empresa, mas fazer com que ela cresça”.

Persistindo em seus ideais, Gustavo, com o tempo, ampliou a visão estratégica do negócio para atender, também, quem não tem deficiência. O empreendedor conta sempre com cinco princípios: ter responsabilidade pelos próprios atos, encarar o medo, liderar pelo exemplo, resistir frente às dificuldades e acreditar com o coração.

Seguindo a mesma lógica de fazer o que faz bem, Daiane Grassi, segunda palestrante do dia, compartilhou com o público um jeito de impactar positivamente a área da educação. Inspirada por experiências que aliam o ensino às tecnologias e à criatividade, Daiane, que é professora, trabalha com o conceito de design de aprendizagem.

A convidada é co-fundadora do Grupo de Educadores Google (GEG) de Porto Alegre, um espaço que favorece o encontro de docentes – e demais interessados na área do ensino – que têm amor pelo que fazem. “Não é só a tecnologia que faz o aprendizado, tem que ter sentido, tem que ter propósito”, afirmou Daiane.

Propósito, aliás, foi o que moveu o ultramaratonista Marcelo do Amaral a seguir adiante. Epilético desde a infância, o terceiro palestrante do dia fez o seu próprio caminho para encontrar a cura, que não veio, propriamente, com a cirurgia, aos 20 anos, mas com uma jornada de autoconhecimento, tempo depois.

Quando começou a correr, nove anos após a operação médica, Marcelo percebeu que tinha em si a resistência para superar o estresse físico, pois já havia aprendido a lidar com a vulnerabilidade e a conviver com a epilepsia.

Para comemorar a primeira década sem convulsões, o atleta percorreu 150 km na Serra do Faxinal, em Cambará do Sul. Ali, percebeu o que queria de verdade: “Comecei a questionar essa necessidade de ser o melhor. Eu queria era me integrar ao ambiente, deixar de ser refém do relógio”. Assim, ele aderiu à chamada performance pacífica, que busca a integralidade, o encontro em vez da competição. “Se não encontrar a cura, encontre seus caminhos”, concluiu.

No intervalo entre as palestras, o talk de Dame Stephanie Shirley foi apresentado ao público. Empreendedora da área de tecnologia, ela criou, na década de 1960, uma empresa de softwares apenas com mulheres trabalhando em suas próprias casas. “Eles programavam com lápis e papel e enviavam códigos binários pelo correio”, contou. Atualmente, a companhia está avaliada em mais de US$ 3 bilhões. Para conseguir tudo isso, porém, Dame Stephanie enfrentou o preconceito – pressionada, chegou a mudar o nome para Steve nas correspondências da instituição. Confira o talk no site do TED.

TEDxUnisinos

No espírito “vale a pena espalhar ideias”, o TEDx é um evento local, auto-organizado, com o intuito de reunir pessoas para partilhar experiências. As conferências buscam provocar discussões profundas sobre os temas apresentados.

O TEDxUnisinos 2015 ocorre em outubro. Até lá, haverá, ainda, uma segunda edição do TEDxUnisinosSalon. Acompanhe as novidades no site do evento.