Desde pequeno, minha mãe, que é professora, me ensinou que somente a educação transforma o mundo. Essa verdade permeou toda minha vida, desde o Ensino Fundamental. Sempre fui o aluno estudioso que tirava notas boas. Estudei a vida inteira em colégio público e quando completei o Ensino Médio, consegui, graças as minhas boas notas do Enem, uma bolsa do Prouni para estudar na Unisinos.
Dentro da universidade sempre me dediquei e dei meu melhor em cada projeto. As boas notas no meu currículo me permitiram receber, ao longo do curso, duas oportunidades de estudar no exterior. Fiz seis meses de intercâmbio no Uruguai e outros seis meses na Espanha, pela CAPES/MARCA e pelo Ciências sem Fronteiras. Em 2013, me graduei em Arquitetura e Urbanismo e tive a felicidade e honra de receber o prêmio IAB-RS com o melhor trabalho de conclusão da turma e, no mesmo ano, o 1º Lugar no Prêmio Saint Gobain, uma competição nacional de sustentabilidade.
Em 2017, decidi que gostaria de continuar estudando e que gostaria de fazer um mestrado fora do país. Busquei durante um ano bolsas de estudo em oito países diferentes. Me inscrevi em todos e depois de extensas listas de documentos, comprovantes e certificados traduzidos e enviados, o órgão DAAD – Deutscher Akademischer Austauschdienst, do governo alemão, me concedeu uma bolsa de estudos para fazer mestrado na Hochschule Wismar, University of Applied Sciences: Technology, Business and Design.
Escolhi essa universidade para cursar meu mestrado porque o currículo é totalmente aberto. Cada mestrando pode escolher qualquer matéria que tenha vontade de cursar e formar seu próprio currículo, dependendo do foco que cada um quer dar na sua carreira – urbano, arquitetura, iluminação, sustentabilidade, restauro, etc.
No meu primeiro semestre, tive que escolher um Design Project dentre seis opções de atelier de projetos diferentes. Um deles tinha o desafio de participar de um concurso real de arquitetura para projetar a nova biblioteca de Berlin – a maior e mais moderna biblioteca da Alemanha. Durante o semestre, trabalhamos em dupla e tivemos o acompanhamento de professores de urbano, arquitetura e sustentabilidade. Em janeiro de 2019 fizemos nossa apresentação final, (eu e meu colega Ahmad Obeidat, da Jordânia) e obtivemos a nota máxima da turma.
Na semana seguinte, submetemos nosso projeto por correio para a competição, que se chama Schinkel Competition. Esse concurso é o mais importante e disputado do país. Ele ocorre a cada dois anos e, pela primeira vez, estava aberto para competidores do mundo todo. Na categoria arquitetura foram 114 inscritos. O processo seletivo passou por três etapas eliminatórias, culminando em nove finalistas. Com muita honra, nosso projeto ficou entre esses nove finalistas e entramos para o Engeren Wahl, traduzindo seria algo como “os selecionados”.
A experiência de participar desse concurso foi imensamente recompensadora. Foram muitas horas de pesquisa, de leitura, de aulas e de projeto até chegar na nossa proposta final. Estou gratificado com os resultados desse primeiro semestre e otimista com os próximos desafios que estão por vir.
