A egressa do curso de Arquitetura e Urbanismo, Danielle de Lima, é uma das responsáveis pelo projeto de acessibilidade do Cristo Protetor de Encantado. Atualmente, a arquiteta é mestranda em Design Estratégico e sua pesquisa aborda a acessibilidade.
Danielle lembra que foi contratada pela equipe do Cristo Protetor para enviar uma proposta de orçamento. “Em todas as minhas apresentações de proposta, incluo um breve resumo pessoal e profissional, o que agrega valor ao meu trabalho, pois sou especialista em Acessibilidade Arquitetônica e Pessoa com Deficiência. Busco sempre trazer um olhar sensível para os meus projetos, considerando minha experiência de vida de maneira atípica através de uma cadeira de rodas motorizada, mas também adotando uma abordagem pluriversal para outras deficiências além da minha, como foi no caso do Cristo Protetor que fiquei como responsável técnica pelos pisos táteis que servem para guiar com segurança as pessoas com deficiência visual e baixa visão”.
A egressa participa do desenvolvimento do projeto desde dezembro do ano passado, atuando em conjunto com uma gestora e outras duas arquitetas: uma responsável pelo projeto arquitetônico e outra pela comunicação visual acessível, incluindo placas em braille, que precisam ser compatibilizadas com os pisos táteis. “Todas as alterações no projeto passam pela aprovação do Conselho do Cristo Protetor de Encantado, que será inaugurado no dia 6 de abril”, comenta.
Para a arquiteta, o principal desafio foi a compatibilização dos pisos táteis com os caminhos sinuosos do projeto arquitetônico. “Como os módulos dos pisos táteis possuem dimensões de 25x25cm, foi um grande desafio seguir as normas técnicas com os caminhos existentes. Além disso, assumi um novo desafio este ano: fui nomeada Presidente do Comitê do Selo de Acessibilidade da FADERS no CAU/RS, reforçando meu compromisso com ações práticas e políticas públicas voltadas à acessibilidade no estado”, completa.
Ver o projeto aplicado significa, para Danielle, acima de tudo, que pessoas com deficiência visual e baixa visão terão um local turístico acessível e seguro para conhecer no nosso estado. “Embora tenhamos avançado, ainda há grande resistência por parte de profissionais da área e comerciantes. Por que será que vemos poucas pessoas com deficiência circulando pelas ruas e espaços públicos? Não é porque somos poucos, mas porque os locais ainda não são acessíveis nem estão preparados para nos receber”, afirma.
“Apesar dos desafios, sigo firme no meu propósito de tornar as cidades mais acessíveis para todas as pessoas, pois acessibilidade não é um favor – é um direito!”, reitera a egressa.
A mestranda conta sobre a importância do acolhimento da Unisinos tanto em relação à acessibilidade arquitetônica quanto à acessibilidade atitudinal. O que segundo ela foi essencial para a conclusão da graduação. “Aproveitei ao máximo as disciplinas de Atelier de Projeto, nove ao longo da graduação, além do TCC, o que é excelente, projetos de práticas urbanas e seminários”, completa.
A coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo e orientadora de Danielle no Mestrado, Izabele Colusso, comenta que a egressa, é uma arquiteta urbanista pioneira no Rio Grande do Sul por ser a primeira profissional cadeirante, é um exemplo inspirador do impacto positivo que o incentivo e a mentoria podem gerar. “Foi encorajada a seguir seu caminho como pesquisadora, reforçando que sua voz e sua trajetória são essenciais para transformar o campo da arquitetura e urbanismo, em especial no que tange às cidades mais inclusivas e diversas”, completa.
Izabele afirma que o sucesso do trabalho que a Danielle vem fazendo não apenas reafirma seu talento e dedicação, mas também reforça a necessidade de espaços acadêmicos mais acessíveis e representativos, o que a Unisinos através do Curso de Arquitetura e Urbanismo e do Mestrado em Design têm proporcionado a ela.
Para saber mais, acompanhe o trabalho da Danielle nas redes sociais: @_arqcad e @daniellepllima.
