A educação contemporânea tem novos desafios, alguns ainda mais em evidência devido às mudanças que o cenário de pandemia de covid-19 impôs à transmissão do conhecimento. Como educar crianças e jovens em um mundo hiperconectado? A Unisinos e a Escola Lumiar promovem, a partir de 2022/2, a Especialização em Desenvolvimento e Criação de Práticas Pedagógicas Inovadoras.

Com 360 horas-aula ao longo de 18 meses, o curso é dedicado a profissionais com curso superior de licenciatura em Pedagogia, Matemática, Biologia, Educação Física, Letras, Ciências Sociais e Arte. Também podem participar bacharéis em outras áreas, assim como docentes e gestores da Educação Básica e profissionais liberais de outros segmentos que tenham interesse em ampliar seus conhecimentos sobre o tema.

A Escola Lumiar foi criada em 2003, em São Paulo, por um grupo de educadores determinados a transformar o papel do professor e da educação. Conforme o Método Lumiar de educação, o professor passa de detentor do conhecimento a tutor, figura central que acompanha o desenvolvimento dos grupos de estudantes. O educador tem por objetivo identificar os interesses e habilidades de cada grupo, oferecendo sempre ferramentas que possibilitem a criação e execução de projetos baseados nesses interesses.

Um dos coordenadores do curso é o professor Wesley Heleno de Oliveira, do Instituto para Inovação em Educação Unisinos. Ele explica que o curso surgiu do esforço contínuo pela busca da excelência educativa para formar pessoas capazes de contribuir humana e profissionalmente num mundo moderno hiperconectado. “Para isso, precisamos que os professores e demais profissionais da educação saibam gerar engajamento, estimulem a cidadania global e motivem compromisso dos estudantes com o melhoramento local.”

O professor Fernando José de Almeida também coordena o curso, representando a Lumiar. Para o mestre e doutor em Filosofia da Educação, a parceria com a Unisinos é algo natural pela semelhança de ideias a respeito do que a educação pode ser na contemporaneidade. “A tendência de quem tem ideias parecidas é trabalhar juntos. Esses ideais nos trazem para perto um do outro. A Unisinos tem chamado pessoas para falar sobre o assunto, e nós na Lumiar temos feito o mesmo.”

Segundo Almeida, os valores semelhantes para pensar a educação fazem tanto sentido quanto, se não mais do que os métodos utilizados. “Nós e a Unisinos temos em comum a liberdade, a ética, e isso é construído em torno da diferença”, afirma.

Desafio ético

Para Fernando José Almeida, o desafio da educação hoje é desmontar a forma como o outro é percebido na sociedade. “Hoje, infelizmente o outro é feito bárbaro. O outro só pode voltar a ser valorizado com um projeto educacional que preze por formas mais livres e felizes de conviver. Precisamos criar metodologias que rompam essa lógica atual de que só se é feliz e realizado no individualismo, no isolamento, em uma bolha”, explica.

Para Wesley Heleno de Oliveira, essas novas formas para o fazer educacional não são necessariamente algo completamente novo, mas um novo olhar sobre o que já se sabe, contextualizado para um novo tempo. “No curso, inovação não é compreendida como ‘inovismo’ ou a simples troca do novo por algo mais novo, mas o diálogo com a tradição do pensamento pedagógico para pensar e tornar possível novas formas de viver”, aponta.

Inscrições abertas

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