Ao final do mês de junho, ocorreu uma live da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos. Na última segunda-feira (29), a transmissão trouxe como convidado o presidente do Conselho de Administração do Grupo Tramontina, Clovis Tramontina. Além dele, debateram também Luciane de Marchi, diretora da escola de idiomas Cultura Americana e do Polo EAD da Unisinos em Carlos Barbosa e o mediador, João Zani, professor de Finanças da Escola de Gestão e Negócios.
Na fala de abertura, o reitor da Unisinos, Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, parabenizou a duradoura parceria entre a universidade e o Grupo Tramontina. O reitor ressaltou que ambas as empresas se empenham para manter posições honrosas frente à sociedade, não importando as adversidades. Os desafios, segundo ele, passam também pela adaptação a realizar tudo de forma digital, algo menos natural para a sua geração. “Nós não estamos passando por uma época de mudanças. Passamos por uma mudança de época”, apontou.
Perguntado a respeito do posicionamento do grupo durante a pandemia, Clovis Tramontina explicou que a primeira medida, tomada ainda em março de 2020, foi o Gabinete de Gestão de Crise. O conglomerado teria também a missão de proteger as vidas dos seus mais de dez mil funcionários. Umas das ações foi a ausência de descontos de salário ou de pontos no Plano de Participação por faltas durante a pandemia. “As pessoas não podiam ter vontade de ir trabalhar doentes só para não perder algo. Procuramos sempre fazer com que ninguém entre em pânico desde que tudo isso começou”, disse o gestor.
Para o professor João Zani, é necessário sempre construir-se e desconstruir-se. Durante a pandemia, ele rapidamente viu-se na necessidade de dominar os recursos digitais. “Sempre tive pelo menos 100 horas de aula presencial por ano, ainda como estudante. Como professor, antes tinha pessoas para realizarem essas tarefas por mim, mas hoje eu me sirvo sozinho”, orgulhou-se.
Ajustando-se a um novo mundo
Luciane, João e Clovis passaram então a falar sobre os desafios da educação. Além da forma como a aula se dá, com o EaD se tornando uma opção mais propícia devido à pandemia, é necessário que a aula seja atrativa, unindo à docência com maneiras inteligentes de repassar o conteúdo e cativar os alunos, não importando em que nível de ensino. “Hoje, para o professor conseguir este feito, é necessário fazer a devida reciclagem pelo menos umas duas vezes por ano”, argumentou o professor Zani.
A evolução da educação, para Clovis Tramontina, também passa por áreas como a digitalização e a robótica. Algo que une o ensino técnico e a universidade, e que faz com que, por exemplo, se possa criar empregos durante a pandemia – apenas no Grupo Tramontina, foram gerados cerca de 2 mil empregos, de acordo com o presidente. “Não há porque ter medo de não ter emprego por conta dos robôs. O homem sempre estará acima de tudo, necessário para o processo. ” Segundo Clovis, o melhor investimento que pode ser feito em qualquer pessoa é o investimento em educação.
Para João Zani, a educação pode ser um leque de opções. Entretanto, de acordo com o professor da Escola de Gestão e Negócios, é apenas na continuidade desse investimento por várias gerações que ocorre o verdadeiro desenvolvimento, inclusive em nível local. O presidente Tramontina complementou, lembrou que é por isso que a empresa tem conexões e parcerias com universidades e escolas técnicas. “É isso que garantiu que nós, do interior do RS, nos tornássemos o que somos hoje”, assegura Clóvis.
O presidente do Grupo Tramontina foi além. Ao ser provocado a respeito, Clovis revelou que seus próximos projetos serão relacionados à área da educação. Para ele, é necessário que as novas lideranças sejam detectadas e lapidadas num conjunto de esforços. Várias empresas somando esforços com múltiplas instituições de ensino, para instituir uma escola de líderes. “Só a educação vai mudar o nosso país. Não adianta a gente imaginar de forma diferente. ”
