Docência em movimento na universidade cidadã

Evento contou com palestras sobre o tema e apresentações culturais

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na noite dessa segunda-feira, 4/7, o Auditório da Unitec, no Campus São Leopoldo, foi palco de mais uma edição da Formação do Colegiado Unisinos. Neste semestre, o tema de abertura do evento foi “Docência em movimento na universidade cidadã”.

A responsável pela Formação Docente, Viviane Weschenfelder, abriu o evento falando da docência em movimento. “Esse é um evento que traz um momento de parada, o encontro entre os docentes e a discussão das práticas pedagógicas. Nessa edição, o tema da docência em movimento fala da transformação que a gente quer entregar para a sociedade” afirmou. 

Segundo Viviane, o diferencial dessa edição se dá pela retomada do cenário acadêmico pós-pandemia. “São 20 atividades diferentes, no formato presencial, com transmissão ao vivo, como hoje, e online. São mais de 800 docentes envolvidos no evento e 37 ministrantes”, destacou.

Antes de iniciarem as conferências, as bailarinas Tatiane Costa Leite e Fernanda Manfron, da Escola Rita Ribeiro, de Novo Hamburgo, fizeram uma apresentação de dança. As estudantes apresentaram ao público duas coreografias diferentes.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Em seguida, o reitor, Pe. Sérgio Mariucci, saudou os presentes e lembrou de um caso de violência contra jesuítas no México. O reitor afirmou que precisamos nos compadecer com o que acontece no mundo. “Ter empatia faz parte da nossa formação. Desenvolver empatia faz parte do papel da Universidade, que vai muito além da técnica, mas dá sentido ao que fazemos”. Padre Sérgio falou ainda que temos que ter uma vida comprometida com a democracia e a igualdade de oportunidades. “Precisamos buscar a eqüidade, para que o processo formativo seja para todos e não apenas para quem pode pagar”, enfatizou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Uma educação solidária

A primeira conferência da noite ficou por conta do professor e pesquisador Francisco Urrutia, secretário executivo da Associação das Universidades Confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (AUSJAL) no México. Francisco iniciou sua fala lembrando que ficou impressionado com a Unisinos quando esteve no Brasil e teve a oportunidade de conhecer a Universidade. 

O pesquisador destacou a importância da questão socioambiental para formação acadêmica. “É essencial o desenvolvimento de ações para contribuir com os processos de formação das nossas universidades e para reforçar a Responsabilidade Social Universitária”, enfatizou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

O professor falou ainda da necessidade de pensarmos uma educação para a sabedoria. “Temos que apresentar uma proposta pedagógica que nos forme em uma educação solidária e, como Universidade Jesuíta, buscamos formar estudantes para construir uma cidadania plena”, finalizou.

A cidade invisível

Antes de iniciar a segunda conferência da noite, as professoras Adriane Thum e Marilene Maia apresentaram uma cartografia da cidade de São Leopoldo. O projeto extensionista, propôs uma prática pedagógica diferenciada e foi desenvolvido de forma coletiva entre a Universidade, o poder público e a comunidade.

“Buscamos trazer dados sobre os territórios irregulares de São Leopoldo, para saber quantos e quem somos”, destacou Adriane. Segundo a professora, são mais de 50 locais nessas condições no município, mas neste projeto três desses espaços estão sendo mapeados. A atividade integrou alunos das escolas Politécnica, Gestão e Negócios e Humanidades. 

Crédito: Rodrigo W. Blum

“Na comunidade os alunos começam a enxergar mais do que a atividade acadêmica, começam a enxergar a realidade onde vivem e o curso como um todo”, afirmou Adriane. “Esse enredamento nos move e guia para uma outra roda, uma potencialização de construir outra realidade”, completou Marilene. Segundo a professora, nosso desafio é pensar como fazer isso de forma permanente e continuada, já que esse é um dos papéis da Universidade.

O mundo em metamorfose

A segunda conferência da noite foi ministrada pelo professor Rodrigo Manoel Dias da Silva, do PPG em Educação e Ciências Sociais da Unisinos. Ele trouxe em sua fala vários questionamentos e propôs um movimento dialético entre a realidade cotidiana e os princípios jesuítas. Rodrigo apresentou afirmações de vários teóricos e trouxe dados sobre a educação no mundo e o cenário pós-pandemia.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“Nós formamos sempre para um mundo incerto e de transformações. Isso não é novo, mas a velocidade dos processos mudou e nos traz a ideia de metamorfose”, afirmou. Lembrando pensadores, o pesquisador disse que os termos para explicar o mundo envelheceram e que precisamos estar atentos ao novo, que emerge. 

“Precisamos pensar a formação humana sob diversos prismas, tendo compromisso com o diálogo social. Hoje, existem 250 milhões de estudantes no Ensino Superior no mundo, segundo dados da ONU, e isso é muito pouco. Quando pensamos no ensino superior, nem todas as universidade precisam seguir o mesmo modelo, mas nós precisamos criar currículos capazes de dialogar com os nossos princípios e com quem somos”, finalizou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

O evento foi encerrado com a apresentação musical, voz e violão, de Pietra Keiber, aluna do curso de Produção Fonográfica da Unisinos. A estudante apresentou três canções, sendo uma de sua própria autoria. A Formação do Colegiado Unisinos 2022/2 segue com atividades ao longo da semana.

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