Pessoas com ideias para inspirar e mudar a realidade de outras pessoas. Essas são as professoras da Escola Municipal Irmãos Weibert, de São Leopoldo, Ana Rauta e Gisele Giacomin. Devido à parceria do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisinos com a escola e ao engajamento das professoras no TEDxUnisnos, surgiu a ideia de o TEDx se tornar apoiador dessa inciativa inovadora.
“A Ana e a Gisele, professoras responsáveis por esse espaço, são profissionais bastante ativas na comunidade e todos os anos vão ao TEDxUnisinos. Como a Unisinos já tem um projeto com a escola, nós acabamos juntando a relação da Unisinos com a escola e o fato de elas serem professoras que iam ao TEDx e que gostavam de trabalhar com inovação para apoiar a revitalização deste espaço. Fizemos uma reunião para ver o que poderíamos fazer de diferente juntos e aí resolvemos fazer um projeto para revitalizar a sala de aula. E com a ajuda da Bruna e do Giulio, que são designers, criamos esse espaço. É uma proposta de educação compartilhada que elas montaram e essa inovação nos trouxe para cá”, contou o diretor da Unidade Acadêmica de Graduação e host do TEDxUnisinos, Gustavo Borba.
Como surgiu essa ideia?
Em 2014, as professoras Ana e Gisele já faziam um trabalho coletivo e, em 2015, resolveram efetivar essa docência compartilhada, reunindo 50 anos e duas professoras na mesma sala de aula. “A gente tem trabalhado com eles no modelo rotação por estações. Nós temos 5 estações que funcionam ao longo da tarde voltadas para linguagem, leitura, construção lógico-matemática e criatividade, e ao longo de toda a tarde as crianças vão passando por elas, cada uma realizando uma atividade”, explicou Ana.
“Nós somos parceiras e pensamos em duplas que as crianças gostam, e escolhemos para esse ano o Bob Esponja e o Patrick. Na porta da sala, colocamos um abacaxi, porque nós entendemos que o primeiro dia dessa criança na escola tem que ser um dia feliz. Nós temos que deixar uma marca para eles e essa marca feliz é a marca do nosso trabalho, a gente quer ser feliz com eles e fazer eles felizes”, destacou Gisele.
Ano passado, as professoras estruturaram o projeto e encaminharam para direção e para a secretaria de educação, e esse ano a dupla efetivou a docência compartilhada. “A integração da família é muito importante nesse modelo de trabalho”, ressaltou Gisele. “Reestruturar a sala de aula validou o que a gente vem fazendo, as pessoas nos dizendo que dá sim para fazer diferente e que devemos continuar, apesar das adversidades. Valorização profissional resume tudo”, complementou Ana.
Com a palavra, a comunidade
O trabalho de docência compartilhada realizado pelas professoras transbordou a sala de aula e ultrapassou os muros da escola, envolvendo a família dos estudantes nesta ação. Lucimara Wisch mãe de Sophia, relata a experiência de ver a filha aprendendo de uma maneira diferente. “Estou encantada. Estive ontem aqui ajudando a organizar a nova sala de aula. Essa nova forma de trabalhar a educação é excelente, o aprendizado da Sophia está sendo muito bom, ela pesquisa em casa e tem muita motivação para estudar”, destacou.
Os pais dos alunos ajudaram com a mão-de-obra e participaram da criação de um espaço que fosse mais próximo da proposta lúdica e integradora que as docentes buscam. Fernando Chacon, pai de Ananda, conta como está sendo a docência compartilhada para a filha. “Desde o começo, a gente sentiu esse potencial diferente das professoras e esse tratamento diferenciado que elas fazem com as crianças, que gerou essa revolução na educação, por isso que a gente está aqui. A Ananda está gostando muito da escola e já teve uma melhora incrível em casa, de relacionamento e desenvolvimento. E isso tende a evoluir. Ajudar essa equipe é uma satisfação”, afirmou.
Para a diretora da escola, Liane da Cruz, a atitude destas professoras é muito bem-vinda: “Achei a iniciativa excelente, quando elas falaram em compartilhar a docência. Elas já trabalhavam em conjunto, por isso apoiei a ideia. Esse ano foi a experiência do compartilhamento e deu certo, as crianças estão radiantes, maravilhadas. Agora a gente quer espalhar essa ideia por toda a escola”, ressaltou.
Para aprender brincando
Após o espaço da sala de aula ser reformulado, os alunos puderam dar suas opiniões sobre a mudança. E, ao que parece, o projeto foi aceito por unanimidade. “Achei muito legal, gostei de tudo”, disse Sophia Wisch dos Santos. “Eu fiquei muito surpresa, adorei muito. O que mais gostei foi do chão e da mesa grande”, contou Ananda Chacon.
“Achei muito legal, fiquei muito surpreso. Gostei do quadro, da porta, das almofadas, da estante e dos cabides. Com a sala nova vai dar para a gente aprender ainda mais”, ressaltou Arthur Cardoso de Souza. Agora é esperar que esse projeto dê ainda mais frutos e se espalhe pela escola e pelo mundo.