A noite da última terça-feira, dia 14 de outubro, foi um momento de refletir sobre o papel histórico do negro na sociedade e as questões de preconceito que ainda permeiam as relações étnico-raciais. No Auditório Central da Unisinos, iniciou às 19h30, o evento intitulado Educação das relações étnico-raciais e a economia solidária – um olhar para superação da pobreza e de combate ao racismo na sociedade. O encontro, promovido pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi), trouxe palestrantes para contar um pouco sobre economia solidária e a história dos povos remanescentes de quilombos.
A integrante do empreendimento de economia solidária de Porto Alegre e educadora popular, Gilciane Beatriz das Neves, abordou em sua fala a invisibilidade da população negra e as políticas públicas com foco em grupos urbanos. “Trabalhamos com o papel, pensamos na nossa atividade como uma alternativa de um novo sistema econômico”, ressaltou Gilciane.
O secretário geral do Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes de Quilombos (IACOREQ), Ubirajara Toledo, falou sobre as comunidades quilombolas. “Queremos a convergência respeitosa dos saberes populares e acadêmicos”, explicou. Ubirajra contou que mais de 100 grupos remanescentes de quilombos foram mapeadas pela Federação das Comunidades Quilombolas. Durante sua fala, o palestrante relatou a história da Comunidade Quilombola de Casca, no quarto distrito do município de Mostardas. “Essa foi a primeira comunidade quilombola reconhecida no Rio Grande do Sul”.