Na noite, desta quinta-feira, 13 de outubro, o curso de Direito da Unisinos escreveu mais uma página de sua história. O Anfiteatro Padre Werner foi palco de uma discussão sobre questões tradicionais e atuais, na área jurídica.
A abertura do evento contou com a participação do reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino, que falou do agradecimento dos jesuítas ao trabalho generoso de homens e mulheres nesses 50 anos. “Não se constrói uma universidade como a Unisinos sem uma grande dose de generosidade. O nosso curso de Direito, hoje, é muito bom”, declarou.
O coordenador do curso André Luiz Olivier também fez uso da palavra. “Comemorar 50 anos é um momento único, que nos dá força para lutar pela qualificação do ensino. Temos tradição em excelência acadêmica”, afirmou. Olivier agradeceu aos mestres que participaram da história do curso e lembrou das novas áreas que há 50 anos não existiam e hoje fazem parte do Direito da Unisinos, como questões étnico-raciais e direitos humanos, entre outras.
O debate iniciou às 20h e contou com a participação do desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Roger Raupp Rios, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Antônio Maria de Freitas Iserhard, o procurador-geral de justiça do Ministério público do estado do Rio Grande do Sul, Marcelo Lemos Dornelles, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Rio Grande do Sul – OAB/RS, Ricardo Ferreira Breier. O título do painel foi o Direito na encruzilhada entre a tradição e os novos desafios: o olhar das instituições.
Tradição e novos desafios
“O Direito sempre tem que estar avante, se atualizando. E, o primeiro passo, é o espírito crítico. Temos que estar, permanentemente, ligados a temas fora do Direito, como o processo eletrônico, por exemplo”, destacou Breier. Para o presidente da OAB/RS é importante estarmos atentos às mudanças na área jurídica, como as audiências online e as formas diferentes de estabelecer relações humanas. “Hoje temos que ir além de interpretar a lei”, complementou.
“O Direito vive uma profunda transformação. Pela primeira vez vemos o poder político e econômico sendo punido. Apesar da crise, o país está se transformando e mudando para melhor”, frisou Dornelles. O procurador afirmou que o principal desafio hoje é a efetividade e a concretude do Direito. “A questão do tempo é outro grande desafio. Na era da internet, as coisas são imediatas. As pessoas querem a solução já. Encontrar o equilíbrio é um desafio”, apontou.
Raupp lembrou que faz pouco mais de 200 anos da chegada da família real e que 50 anos é um quarto desta história, e muito tempo na história do país. “Ficamos felizes em ter um curso como esse, consciente do seu papel para evitar o discurso de ódio. Resolver conflitos por meio do diálogo é o papel do Direito”, destacou.
“Aprendi direito o Direito, não sei se ensinei direito”, brincou Iserhard, ao lembrar do tempo em que foi professor na casa. “Aqui na Unisinos se procura dar ênfase a pensar o ensino jurídico de forma sociológica. Hoje estamos vivendo um período que o velho ainda não morreu e o novo se empenha em nascer. Por isso, a formação tem que ser mais plural e transdisciplinar”, finalizou o desembargador.
Durante o evento, o curso comemorou os mais de 15 mil egressos ao longo de sua história. Os coordenadores do Direito André Luiz Olivier, Guilherme Azevedo e Tomás Grings Machado, juntamente com o reitor, padre Marcelo Fernandes de Aquino, e o pró-reitor acadêmico, padre Pedro Gilberto Gomes, descerraram a placa alusiva aos 50 anos da data da autorização do curso, em 13 de outubro de 1966.