Diga aí professor, qual sua estratégia para engajar os alunos?

O distanciamento social promoveu uma revolução no processo de ensino e aprendizagem com foco para as ferramentas de interação nas aulas remotas

Crédito: Divulgação

A professora dos cursos de Design, Gastronomia e de vários outros nas atividades acadêmicas de Desenvolvimento Pessoal e Profissional, Aline Callegaro de Paula Bueno, 41 anos, conta que está usando a ferramenta Jamboard do Google – parede branca para escrever anotações em post its; Padlet– a ferramenta colaborativa de construção de mapas, fotos e vídeos; Podcast – programas de áudio sob demanda, e o alunos pode escutá-los na hora que quiser.

Crédito: Arquivo Pessoal

“O Jamboard do Google é uma ferramenta bastante fácil de usar e pode servir como registro do que um grupo ou a turma toda está fazendo. Uso áudios também na atividade acadêmica chamada Desenvolvimento Pessoal e Profissional, como ministro aulas com pessoas de diferentes cursos a turma envia áudios como se fossem páginas de um diário, em que eles falam sobre as reflexões a partir do que foi discutido em aula. E tenho solicitado para algumas turmas a elaboração de podcasts e está sendo uma experiência ótima. Nesse caso, as ferramentas são Anchor e Spotify” comenta a professora Aline.

Para instigar o engajamento dos alunos, mesmo que de forma virtual, a criatividade é fundamental. A professora dos cursos de Biomedicina e Medicina da Unisinos há dois anos e meio, Juliana Nichterwitz Scherer, 29 anos, usa também a ferramenta Padlet e ressalta que conheceu algumas ferramentas nas capacitações docentes que a Unisinos tem realizado, e também por trocas com outros professores.

Crédito: Arquivo Pessoal

“Tenho gostado muito de trabalhar com ferramentas que permitam trabalho de cocriação e colaboração. Nesse sentido, destaco o Padlet para criação de murais colaborativos, o Anchor para desenvolvimento de podcasts e as ferramentas do Onedrive. Algumas eu já utilizava, mas com certeza tive que estudar bastante para adaptar para esse novo contexto. Eu também tenho utilizado ferramentas de quiz, como o Kahoot, Poll Everywhere, e Mentimeter para interação síncrona que estão funcionando muito bem. Essas eu já utilizava no contexto presencial, e são uma ótima opção para dinamização no online também” comenta a docente Juliana.

Há 10 anos como professora dos cursos de Engenharia, Gestão Ambiental e Biologia, Amanda Gonçalves Kieling, comenta que para produção de conteúdo como etapa preparatória para aula síncrona, trabalha com gravação de vídeos a partir da narração de slides. Já nos momentos de aula, faz o resgate de conteúdo e para isto usa algum game como o Kahoot, questionário no Forms para respostas em grupos de trabalho ou Google docs para responder questionário coletivo, onde cada aluno fica responsável não só por responder alguma questão, mas por explicar a resposta e ter a concordância dos demais colegas.

“Confesso que muitas vezes conhecer a ferramenta não basta, temos que ser criativos para trazer atividades para dentro das ferramentas que engajem o aluno com o conteúdo e faça ele ter interesse em assistir os vídeos preparatórios e ser ativo na aula” comenta Amanda.

A professora Agueda Bichels, 61 anos, é docente da Unisinos há mais de três décadas, parte deste tempo somente com aulas EAD, como na atividade de História do Direito, da Escola de Direito e Ética Profissional e Legislação. Esta atividade é compartilhada por alunos da Arquitetura e Urbanismo, engenharias e Geologia. Agueda conta que a ferramenta que mais utiliza é o Fórum do Moodle, transformando em acolhimento e interação com os estudantes.

Docente da Unisinos há quase 23 anos, Celso Candido de Azambuja, 57 anos, ministra disciplinas de ética em vários cursos, Psicologia, Engenharia, Comunicação, Fisioterapia, entre outros cursos. As duas principais ferramentas que o professor está utilizando, assim como grande parte dos professores da Unisinos, são o Canvas e o Teams. Para pesquisa de imagens utiliza o site do Unsplash. Para gerar engajamento inicial, utiliza o site do Mentimeter, principalmente, a ferramenta “Nuvem de palavras”. Para a construção de mapas conceituais e mentais está aprendendo a lidar com Cmaps. Em relação aos conteúdos disponibilizados, além dos materiais de sua autoria (artigos, textos, audiovisuais, livros), pesquisa também em sites com materiais de livre acesso na internet para disponibilizar aos alunos.

“No Teams, minha preocupação foi tentar melhorar sempre qualidade da imagem e do som. Comprei uma câmera de videoconferência com maior qualidade, um kit de iluminação e uma tela de fundo verde para melhorar a qualidade das imagens nas transmissões. Com parte do processo de acolhida dos alunos busco imagens interessantes para utilizar como pano de fundo sala de aula, deixando também uma trilha musical ambiente tocando uns minutos antes de começar a aula. Destaco também a importância que os materiais audiovisuais vêm assumindo entre os alunos. Então, sempre procuro, a cada módulo de aprendizagem, disponibilizar vídeos relevantes que trata do tema a ser abordado”, comenta o professor Celso

A importância da parceria institucional

Os professores comentam que o suporte e as interações promovidas pela Universidade ajudaram bastante nesta adaptação. Foram “inúmeros cursos de capacitação altamente relevantes que foram fundamentais para o exercício das nossas atividades acadêmicas”, comenta o professor Celso. Uma destas iniciativas é o projeto “Quartas de formação”, do programa de Formação Docente da Unisinos. A proposta é desenvolver competências docentes necessárias para o trabalho pedagógico no ambiente virtual durante e após a pandemia, em todos os níveis e modalidades de ensino. A coordenadora do Formação Docente Unisinos, Viviane Inês Weschenfelder, explica que o objetivo do programa, além da capacitação dos professores, também é de ser um momento de interação e troca de experiência.

“É um vínculo que construímos, já que não estamos nos encontrando por conta da pandemia. Acaba se tornando um momento bem especial”. Segundo Viviane, “as capacitações acadêmicas trouxeram para os professores a capacidade de transformar as aulas remotas em encontros, já que os docentes promovem as interações com os alunos, e repensando assim cada aula e aproveitando da melhor forma através da tecnologia”.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar