No dia 18 de abril, às 10h, o Laboratório DigiLabour lançará um desenho animado sobre fazendas de clique em seu canal no Youtube. Em dois episódios, conta a história de Joana, que perdeu o emprego e começa a trabalhar para essas plataformas com a função de clicar e comentar em perfis de influenciadores, celebridades e políticos. Ao longo da jornada, ela se depara com bloqueios, contas fake, coaches vendendo mentorias e mercados paralelos de contas fakes e bots.
Disponível em português e inglês, “Nas Fazendas de Clique” é um produto da pesquisa Click Farm Platforms in Brazil and Colombia: work conditions and worker organising, financiada pela University of Witwatersrand, África do Sul. A investigação, coordenada por Rafael Grohmann, evidenciou como este tipo de atividade é a deep web do trabalho por plataformas no Brasil, renovando e radicalizando a histórica informalidade no país.
A pesquisa alerta para as relações entre este tipo de trabalho e a indústria da desinformação. “Os trabalhadores recebem R$0,006 por tarefa e, por meio de perfis fake, alimentam curtidas e comentários em Instagram e TikTok”, conta o coordenador da pesquisa Rafael Grohmann. Segundo ele, as plataformas são brasileiras e os seus clientes, em geral, são influenciadores – inclusive da área da saúde – e pequenos estabelecimentos comerciais, como lanchonetes.
Os trabalhadores descobrem as plataformas por meio de canais do Youtube prometendo renda extra e, aos poucos, conhecem grupos de WhatsApp com nomes como “crescendo nas plataformas” e “vendas TikTok Instagram”. Nesses grupos, há um mercado paralelo de contas fake, bots e packs de fotos, em que cada trabalhador é um revendedor em potencial. O DigiLabour publicou um infográfico explicando este processo.
O desenho “Nas Fazendas de Clique” contribui para a popularização da ciência ao explicar em linguagem fácil e acessível os principais resultados da pesquisa.
O que: Lançamento do Desenho “Nas Fazendas de Clique” (em português e inglês).
Quando: 18 de abril, 10h
