Para controlar a disseminação do coronavírus (Covid-19) uma das medidas mais eficazes é o isolamento social. Ficar em casa durante a quarentena, por mais difícil que seja, é a única alternativa para evitar a propagação desenfreada do vírus. Mas como se preparar para enfrentar esse momento de forma equilibrada? Segundo a psicóloga e professora da Escola de Saúde da Unisinos Ilana Andretta o ideal, nesse momento, é que as pessoas tentem manter suas rotinas domiciliares adaptadas em relação a horários de trabalho, atividades físicas e de lazer.
“Agora é um bom momento para estabelecermos metas e planos sobre futuro, mesmo que este seja incerto. Também devemos buscar o contato virtual com pessoas e pedir ajuda, se necessário. Esse é o momento de criarmos redes de colaboração entre as pessoas no intuito de auxílio mútuo. Se os sintomas de estresse, ansiedade, depressão e solidão forem muito intensos devemos procurar algum profissional ou serviço de saúde mental”, explica Ilana.
Para driblar a ansiedade, a dica é buscar atividades prazerosas e descobrir iniciativas que façam com que você se sinta útil. “Leituras, exercícios físicos em casa, assistir séries e filmes, jardinagem e jogos familiares ajudam muito. Aprender algo novo como cozinhar e trabalhos manuais também pode ajudar. Meditação, mindfulness e respiração ajudam muito, principalmente, em momentos de estresse”, observa a psicóloga.
Socializando sem riscos
De acordo com Ilana, uma saída para manter a interação social sãs as mídias sociais, no entanto devemos ter o cuidado com discussões desnecessárias, compartilhamento de notícias falsas e excesso de informações, que acabam por gerar ansiedade.
Ligar para aquele amigo ou familiar querido pode ser uma boa ideia para socializar sem riscos. “O contato telefônico é muito bem-vindo, principalmente, ligações com vídeo que dão uma sensação maior de proximidade”, afirma.
A psicóloga acredita que a pandemia vai mudar a forma das pessoas se relacionarem. “Muita coisa vai mudar pós-pandemia, ainda está muito incerto de que forma, mas acredito que os valores das pessoas mudarão. Em curto prazo, tenho certeza que as relações humanas serão mais valorizadas”, enfatiza. Para Ilana, a forma com que cada um está vivendo esse período indicará os rumos dessa mudança, mas ela acredita num despertar individual e coletivo ao encontro do instinto de sobrevivência.
E se a ansiedade bater?
- Cultive o senso de altruísmo – Lembre-se que não é só você. Adotar a quarentena voluntária significa ajudar outros mais vulneráveis do que você;
- Procure informação – Informar-se é um bom remédio contra o medo e a ansiedade diante do desconhecido. Mas procure informações somente em fontes oficiais e tenha cuidado com os excessos;
- Reduza o tédio – Faça tarefas que desafiem a sua mente, como jogos e outras atividades lúdicas;
- Cultive as interações – Converse com as pessoas que estão próximas fisicamente e proponha atividades em conjunto e mantenha contato social com as que estão distantes;
- Planeje o seu dia – Programe atividades que pretende realizar para manter o sendo de produtividade;
- Mantenha a rotina e exercite o autocuidado – Mantenha a rotina de sono, alimentação e exercícios. Reserve horários para ouvir música, ler e relaxar;
- Respeite a individualidade – Mantenha espaços e momentos individuais e busque o prazer da sua própria companhia;
- Se estiver triste, procure ajuda – Não sofra sozinho, procure a ajuda de amigos e familiares ou de profissionais da saúde, como psicólogos, que vão poder te ajudar mesmo a distância.