Ao redor do planeta, discutir sobre um futuro sustentável é cada vez mais tema de debate, reunindo governos e esforços globais para proteger o planeta das mudanças climáticas geradas pela humanidade. Ocorrida entre os dias 1 e 12 de novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-26, é o principal evento da cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
Entre os desafios a serem enfrentados, estão a eliminação da emissão de carbono até metade do século 21, a manutenção da temperatura global abaixo de 1,5 graus celsius, a proteção das comunidades e habitats naturais, a mobilização de recursos e a promoção do trabalho em conjunto entre as nações para combater o problema.
Na Unisinos, a preocupação não é diferente. Desde muito cedo, a pauta é tema fundamental e estruturante para a Universidade. Afinal, acreditamos que bons cidadãos e profissionais são formados, além dos ensinamentos na sala de aula, com uma boa relação com as pessoas e com a natureza. Para garantir um espaço bem cuidado e sustentável, desde 2002, a Universidade conta com o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A história começa em 1997, quando um grupo de funcionários da Universidade começou a pautar questões ambientais, como coleta de lixo, consumo de água e a preservação de áreas verdes. O momento foi um marco na pauta socioambiental na Unisinos e serviu como motor para a criação de diversos projetos, tendo como início o de coleta seletiva do papel.
Em pouco tempo, as atividades passaram a envolver praticamente todas as rotinas de gestão ambiental realizadas na Universidade. Cinco anos depois foi aprovado o projeto de busca da certificação ambiental do campus. Com a assinatura da portaria e da resolução do projeto ISO 14001, em 2003, o SGA começou as suas primeiras atividades. Em 2004, a Universidade foi a primeira da América Latina a obter a certificação.
O Sistema atende tanto o Campus São Leopoldo quanto o Campus Porto Alegre. As atividades da equipe envolvem conscientização ambiental, gestão e gerenciamento de resíduos sólidos – lixos domésticos, eletrônicos, etc. – e efluentes – esgotos domésticos, efluentes de laboratório, etc. Entre 2019 e 2020, a atuação da SGA, somada às medidas de isolamento social contra a Covid-19, resultaram em uma diminuição do impacto ambiental significativa.
No Campus São Leopoldo houve uma queda de:
- 38,10% no consumo de energia elétrica
- 51% no consumo de água por metro cúbico
- 65,34% na geração de resíduos sólidos recicláveis
- 55,3% na geração de resíduos sólidos não-recicláveis
No Campus Porto alegre houve uma queda de:
- 35% no consumo de energia elétrica
- 52% no consumo de água por metro cúbico
- 79,57% na geração de resíduos sólidos recicláveis
- 66% na geração de resíduos sólidos não-recicláveis.
“Uma das nossas metas para o ano que vem é justamente olhar para fora da Universidade. Ajudar as comunidades. Promover parcerias com a comunidade local pensando no desenvolvimento sustentável”, conta Marcelo Oliveira Caetano, responsável pelo SGA Unisinos. Além disso, o trabalho produzido pela SGA também conta com 15 empresas parceiras, a fim de garantir que os resíduos sejam encaminhados para os locais corretos, como aterros sanitários, sem causar danos ao meio ambiente.
Conectar o conhecimento popular do conhecimento acadêmico e construir junto das comunidades também é um dos pontos vitais do Programa Tecnologias Sociais para Empreendimentos Solidários, o Tecnosociais. Pautando sempre a questão socioambiental, ele funciona como uma incubadora de empreendimentos de economia solidária, em busca de geração de emprego e renda sustentável.
“As nossas iniciativas têm foco nos princípios de economia solidária que tem toda essa questão de sustentabilidade em todo o seu processo de trabalho. Então, desde o artesanato que usa resíduos e reaproveita, até produtos ecológicos”, explica Renata Hahn, analista de Ação Social do Tecnosociais.
No passado, o Programa já atuou com cooperativas de reciclagem de resíduos sólidos. Atualmente, ele apoia a Cooperativa Mundo Mais Limpo, formada por um grupo de mulheres de São Leopoldo, que tem por finalidade a obtenção de recursos econômicos e a emancipação social, através da produção e venda de produtos de limpeza ecológicos, feitos com óleo de cozinha reciclado.
“A gente acredita que existem dois grandes desafios. Um deles é dos participantes entenderem que o saber é construído na união dos saberes e que a Universidade não tem o total saber disso. Outro desafio é fazer com que as Universidades estejam mais perto da base, com união e integração”, finaliza.