É uma regra que vale para os estudos, para a prática de esportes e também para a carreira profissional: sem determinação fica muito mais difícil alcançar os resultados esperados. Mas quando estamos falando da difícil incumbência de administrar uma empresa, ter um bom conhecimento das ferramentas de gestão também é fundamental.
Conversamos sobre esse e outros assuntos com a professora Cláudia de Salles Stadtlober, coordenadora do curso de Administração da Unisinos em Porto Alegre. Confira:
Você encara os recentes escândalos de corrupção que têm atingido empresas privadas como uma oportunidade para criar um novo padrão de relacionamento com o poder público ou como algo que causa um prejuízo para a imagem da iniciativa privada no Brasil?
Eu acho que tem duas coisas. Tem esse prejuízo à imagem das empresas e também uma grande oportunidade para a gente, que fala pelo lado da educação, intensificar o nosso trabalho. Passar os valores de ética e moral faz toda a diferença quando precisamos preparar alguém para o mercado de trabalho. Para as empresas é ruim, embora a gente soubesse que esse tipo de coisa existia, que sempre houve empresas com problemas com finanças e com caixa dois. Acho que nesse momento o que chama mais a atenção é que havia empresas ditas como muito éticas que agora estamos vendo que também têm problemas.
Vários estudos sugerem que a força de vontade e a perseverança podem ser mais determinantes para o sucesso do que características como talento e espírito empreendedor. Você concorda?
Ter talento, competência e conhecimento é fundamental. Mas o que eu acho que diferencia uma pessoa da outra se chama comprometimento. Dentro disso está a questão da entrega, do envolvimento, de ir atrás do que ele quer. É pensar algo como “eu não sei isso, não tenho conhecimento sobre isso, mas vou correr atrás para buscar esse conhecimento”. E há também pessoas que têm muito conhecimento mas não sabem fazer uso dele. Então acho que o comprometimento é um ponto chave no processo.
Qual é o erro mais comum dos gestores e empreendedores brasileiros que acabam fracassando em seus negócios?
São erros principalmente no que diz respeito à questão financeira e falta conhecimento de como manter o próprio negócio e sobre quais são as suas necessidades. Quando a gente fala do indivíduo, a dificuldade no relacionamento também é um problema comum. Então quando alguém pergunta por que um negócio não vingou, geralmente a resposta é porque ele fez uma projeção que não deu certo – ou, pior ainda, nem a fez. Alguns não chegam a fazer um planejamento, a ter uma estratégia pensada para o seu negócio. E a partir daí ocorre uma sucessão de erros e equívocos.
Fala-se muito da criatividade do brasileiro como uma característica positiva. Você destacaria outra qualidade no povo local que ajuda na hora de empreender ou de administrar uma empresa?
Há inclusive relatórios que mostram que a criatividade é um ponto alto do brasileiro, sim. Uma outra coisa que chama a atenção é que o brasileiro, que muitos acham que tem medo de se expor, na realidade se expõe muito ao risco. Esse também pode ser considerado um diferencial, essa disposição para arriscar no negócio.
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