Criado em 1988, o Programa Esporte Integral, PEI, atende crianças de 7 a 17 anos que moram em São Leopoldo oferecendo atividades esportivas e de lazer. Voltado para crianças que estão em situação de vulnerabilidade social, o projeto atende comunidades próximas ao campus da Unisinos e conta ainda com parcerias com escolas públicas do município. Entre as atividades esportivas oferecidas estão o futebol, o atletismo e o hóquei na grama.
Atualmente, o projeto conta com dois locais de atuação. Tanto o Complexo de Esporte e Lazer da Unisinos, quanto a AABB de São Leopoldo são utilizados para as atividades da qual os jovens participam. Segundo o coordenador do PEI, Augusto Dotto, um dos motivos da importância do programa para a comunidade é a oferta de um serviço não realizado pelo poder público: “O acesso ao esporte e lazer está na Constituição, porém não é algo que o poder público consiga dar conta”, comenta Augusto. Ele também cita que o processo de mobilizar as comunidades atendidas é algo que demonstra certa importância: “Eu acho que sempre teve um caráter de formação. O próprio fato de estar na universidade é uma quebra ou ruptura dessas crianças que passam na frente e acreditam que a universidade é algo tão distante”, explica.
Uma das atividades memoráveis do PEI é o futebol callejero. Essa prática nasce com a proposta de trabalhar a violência entre os jovens, a partir do futebol jogado na rua. Como não conta com juiz e pode ser jogado tanto por meninos e meninas, o futebol callejero funciona muito bem no papel de trabalhar a resolução de conflitos: “A partir disso surge um espaço muito rico, de surgimento de lideranças, de autonomia. Eu acho que a grande riqueza é essa, sair de algo engessado que é a aula de futebol para um ambiente de diálogo. É uma grande ferramenta de diálogo, de dizer o que eu gosto, o que eu não gosto”, explica o coordenador.
O PEI está vinculado ao Centro de Cidadania e Ação Social Unisinos, o CCIAS. O Pe. Idinei Zen é coordenador do Centro e comentou um pouco sobre a participação da universidade no projeto: “Todas essas crianças que participam do projeto estão ligadas à missão da Unisinos, que é o desenvolvimento integral da pessoa”, explica o Pe. Idinei. O coordenador ainda afirma que o PEI vai muito além somente do esporte, buscando ensinar valores como respeito e dignidade para as crianças: “Queremos que eles possam ver nos nossos projetos uma possibilidade deles construírem uma vida futura melhor”, finaliza.
O programa também conta com uma parceria antiga com a prefeitura de São Leopoldo. Ederson dos Santos é coordenador de Projetos da Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo e comenta que a prefeitura disponibiliza o transporte dos estudantes até a sede da AABB: “A gente faz o trabalho de deslocamento dos estudantes, deslocando cerca de 35 estudantes de três escolas até o PEI. “, comenta Ederson. Além disso, a Secretaria também realiza o acompanhamento pedagógico e a articulação com as escolas.
Michele da Luz é mãe de Natália Luz de Oliveira, ex-participante do PEI. A mãe conta que a filha sempre adorou participar do programa: “A Natália só parou o PEI porque ela começou a fazer outras coisas. Na verdade, hoje, por intermédio do PEI, ela trabalha no Banco do Brasil”, conta Michele. Foi no programa que a adolescente ficou sabendo da vaga e, após passar por algumas entrevistas, foi contratada para trabalhar como Jovem Aprendiz. A mãe conta que também participou do PEI na sua infância e adolescência: “O PEI foi minha primeira
experiência com exercício físico e o contato com a educação que se tem dentro da Unisinos foi uma mudança na minha vida”, comenta.
Completando 35 anos em 2023, o PEI contará com um evento de comemoração em outubro. Quer saber mais sobre o PEI? Acesse.