Você já pensou em usar suas redes sociais para fazer negócios? Você já faz isso! Mas será que faz da maneira certa? Sabe qual a melhor plataforma para falar com cada público? Que cuidados são necessários? Essas e outras questões foram abordadas pelo professor de Marketing da ESPM e professor convidado do MBA em Marketing Estratégico da Unisinos, João Finamor, na palestra intitulada ‘O uso das redes sociais para o mercado da moda: da inspiração à venda’, que fez parte da programação de atividades do 15º Colóquio de Moda.
Como tudo começou
Em sua apresentação, Finamor começou diferenciando os conceitos de ‘Rede Social’ e ‘Mídia Social’. “Rede Social é um conceito muito mais amplo, que se refere a todas as relações sociais, já ‘Mídia Social’ são as plataformas digitais”, afirmou.
O palestrante mostrou uma linha do tempo da evolução digital, desde o telégrafo, o rádio e o telefone, até os dias de hoje. “O ICQ foi o primeiro sistema de mensagem instantânea”, lembrou. “O Blogger surgiu como uma democratização de conteúdos e ideias, que podiam ser produzidos e espalhados em rede”, destacou.
O professor ainda deu dicas de como cada plataforma funciona e qual a rede social ‘queridinha’ de cada público. “Em 2005 surgiu o Youtube, rede favorita da geração Z, que tende a crescer e cada vez ganhar mais força”, enfatizou.
Finamor destacou o Twitter como o melhor canal de informação, quando falamos em redes sociais. “O Twitter é a mídia que estoura a nossa ‘bolha’ e, segundo dados, é mais usada por homens. Quem não tem, faça um”, aconselhou.
Sobre outras redes, o palestrante destacou: “O Pinterest é um espaço bem importante para quem trabalha com moda. O Tiktok deve ser usado por quem quer atingir o público entre 10 e 14 anos e entender o comportamento de consumo deles”.
A grande virada
A mudança de cultura no uso de mídias sociais aconteceu em 2008, com o uso de celular como ferramenta. “Até 2008, tudo o que a gente produzia era na frente de um computador, com a chegada do iphone e, em seguida dos smartphones, veio a mobilidade, a horizontalização dos conteúdos”, lembrou.
Para o professor, quem quer usar as plataformas digitais para fazer marketing, precisa estar atento a duas perguntas: Que história quero contar? Para quem eu vou contar? “Se eu for falar de reprodução humana, por exemplo, e tiver três públicos: crianças de cinco anos, mulheres do Oriente Médio e especialistas em genoma, para cada grupo devo contar uma história diferente”, reforçou.
Finamor acredita que é essencial para ter sucesso nas redes sociais tentar se aproximar do público-alvo, criar uma conexão. “Não devemos fazer discursos genéricos. Quem fala para todo mundo, não fala para ninguém”, ressaltou.
É preciso conectar
Identificação, conexão e engajamento são palavras-chave para quem usa as redes sociais. De acordo com o pesquisador, é preciso estar atento ao público, quem segue, quem comenta e quem já está fidelizado à marca.
“A gente muda as coisas que a gente ama. Vocês já amaram uma marca e hoje não amam mais. Por isso, é preciso pensar onde está o meu cliente? Nem sempre o meu cliente está na mídia social que eu prefiro, mas preciso saber que ele é o meu foco”, afirmou.
O palestrante destacou também a importância de um bom planejamento. “Sou usuário? Entendo a linguagem? O quanto aquela plataforma é importante? É preciso lembrar que a gente se comporta de uma forma diferente em cada mídia social”, reforçou.
Defina objetivos
Promover identificação, criar desejo, fidelizar e estimular a interação são alguns dos muitos objetivos que uma postagem pode ter. Segundo o professor, o caminho para o sucesso é ter conhecimento, criatividade, estratégia e sorte
“As métricas estão aí para ajudar e nos permitem ver o que as pessoas estão buscando e o que está dando certo. Nos indicam o melhor dia, horário e conteúdo para postar. Precisamos gastar mais tempo pensado do que postando”, sugeriu.
Marketing de Moda
Em 2010 chegou o Instagram, uma mídia que para Finamor é muito importante para o marketing de Moda, pois oferece cinco canais de contato com o cliente, entre eles feed que é uma revista, os stories que são a novelinha e o direct que é o bate-papo. “São muitos recursos de relacionamento da marca com as pessoas, os stories têm mais visualizações que o feed e permitem mais interação. Está com dúvida, pergunte. Pode ser que cor é melhor para uma blusa, o importante é saber o que o público está pensando”, enfatizou.
O Pinterest é outra plataforma que, segundo o professor, deve ser observada por quem trabalha com Moda. “É um espaço para inspirar e gerar tráfego para o site da marca ou para outra mídia social como o Instagram. É uma rede de busca, que não precisa ser alimentada diariamente, mas deve funcionar como um espaço de conteúdo que responda perguntas e ajude as pessoas. É um local para gerar ‘iscas’ para levar os clientes para outras redes”, explicou.
De acordo com o palestrante, no Instagram, o que mais engaja são fotos de pessoas sorrindo, em lugares conhecidos e com tons de azul. Já no Pinterest, as fotos devem aparecer sem mostrar o rosto e com cores contrastantes, para conquistar mais engajamento do público.
Finamor encerrou sua apresentação com o que chamou de ‘dica de ouro’. “Vocês conhecem o lema do ovo?”, questionou. “Entre um garnizé, uma galinha e um avestruz, o menor ovo é do garnizé, mas é quem mais comemora. Ou seja, produzam algo simples, mas divulguem, valorizem o próprio conteúdo”, finalizou.