Ao ingressar no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Unisinos, Tássia Becker Alexandre já sonhava em ter a experiência do doutorado sanduíche. “Desde o início, me preparei e organizei a pesquisa para que, quando a oportunidade surgisse, estivesse pronta”, conta. O desejo se tornou realidade quando ela foi contemplada com uma bolsa de estudos do Programa Institucional de Internacionalização, PrInt, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior, Capes, para a Universidad de Murcia, na Espanha, durante o segundo semestre de 2019.
O objetivo do Programa é ampliar as ações de apoio à internacionalização nas universidades, estreitando laços de cooperação por meio de pós-doutorados, professor-visitante e capacitações, estimulando a realização de palestras, cursos, eventos e publicações conjuntas. “O PrInt é uma oportunidade rara para que discentes e docentes possam interagir e estabelecer relações de troca de conhecimento, sem diferenças entre países e raças. Ao contrário, o estímulo é para que a interculturalidade fomente novos saberes”, afirma a coordenadora do PPG em Ciência da Comunicação da Unisinos, Ana Paula da Rosa.
O PrInt procura incentivar pesquisas na área de IoT e Saúde, Indústria 4.0, Ecossistemas de inovação e Transformação digital e Humanidades. A pesquisa de Tássia atende essa expectativa. “Minha pesquisa tem como tema a linguagem de produtos jornalísticos para dispositivos móveis. O objetivo é qualificar a produção do jornalismo para smartphones e tablets por meio da proposição de uma linguagem jornalística autóctone. Para tanto, desenvolvo uma pesquisa aplicada, que prevê a elaboração de um protótipo voltado ao público-jovem”, explica.
Para se candidatar no Programa pela Unisinos, é preciso seguir, ainda, os pré-requisitos dos editais e suas respectivas modalidades, disponibilizados no site. Podem participar doutorandos e professores que fazem parte do PPG em Administração, Computação Aplicada, Comunicação, Design ou Educação. Além disso, é necessário apresentar certificado de exame de proficiência de idioma em institutos internacionais.
Tássia também preenchia todos esses critérios. E antes do edital ser lançado, ela já tinha mapeado professores com projetos em áreas afins à pesquisa. “A Espanha sempre foi a minha principal escolha em função de muitos estudos e pesquisadores que embasam a tese terem origem no país. Por sorte, a Universidad de Murcia contava na lista de instituições parceiras da Unisinos. Escolhi ter a orientação da professora Inmaculada J. Martínez, referência em estudos de comunicação móvel e uma das principais referências da minha pesquisa”, ressalta.
Para Tássia, os benefícios da experiência internacional são inúmeros. “É uma oportunidade ímpar, pois expande nossos horizontes e nos possibilita identificar contribuições que podem ser levadas para o Brasil. Pessoalmente, já está sendo uma experiência incrível”, garante. A professora Ana Paula compartilha desse sentimento e complementa: “O modo como o contato com outros, com o diferente, te faz aprender a respeitar a diversidade e a compreender que o conhecimento é uma sede que nunca se sacia. Então, todos os alunos e os docentes que retornam de uma experiência internacional, comentam das profundas mudanças no modo de perceber e valorizar a própria vida e a Universidade”.