Aula inaugural do PPGEPS aborda exemplos práticos da ciência aplicada à realidade

Evento aconteceu nessa sexta-feira, 25/3, e reuniu estudantes de várias regiões do país

Crédito: Rodrigo W. Blum

A Sala Conecta, no Campus São Leopoldo, foi palco de um encontro que reuniu cerca de 90 estudantes, de todo país, de forma presencial e online. A atividade trouxe exemplos práticos do conhecimento científico sendo usado no dia a dia das empresas. A aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas aconteceu nessa sexta-feira, 25/3, como parte das ações do PPGEPS Bootcamp, evento que teve início no começo da tarde.

“A aula magna está dentro do evento do PPGEPS Bootcamp, que está acontecendo desde às 13h30, para mostrar um pouco de tudo o que a Universidade oferece dentro do PPG. Nossa intenção é dar aos estudantes a possibilidade de perceber todo o valor que curso e Unisinos agregam”, afirmou o coordenador do PPGEPS, Daniel Pacheco Lacerda.

Segundo o professor, o objetivo da aula é mostrar para os ingressantes que a cada disciplina ele já irá conseguir trazer soluções práticas para o dia a dia da sua empresa. “A aula mostra aos estudantes os resultados para empresas e para os alunos que o PPGEPS traz. O nosso curso é muito prático e ter o relato de quem é colega é muito importante. Criar e transformar teoria em resultados práticos, é isso o que fizemos aqui”, destacou. 

O case Mercedes-Benz e a Indústria 4.0

Quem abriu as apresentações da noite foi o Engenheiro Rafael Gazi, que trouxe aos estudantes o case Mercedes-Benz e como a Indústria 4.0 está inserida na evolução do setor automotivo. Gazi apresentou um vídeo para falar desse processo de evolução. “A gente enxerga que a indústria 4.0 veio para permitir que essa revolução da digitalização aconteça. Por isso é importante que você se pergunte: Qual é o grande vetor de transformação da minha indústria e como a indústria 4.0 pode contribuir?”, enfatizou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Para o palestrante, é importante incorporarmos tecnologias para viabilizarmos todos os novos processos, e ele trouxe como exemplo uma impressora 3D que imprime peças para testar nos veículos. “A gente tem um sistema de ativo que se comunica por meio da tecnologia. De 2018 a 2020 a gente ficou entendendo a indústria 4.0, agora, a gente já tem maturidade para usar as tecnologias para melhorar indicadores de produção e resolver problemas”, afirmou.

Gazi falou também da nuvem de pontos, a partir da qual podemos criar conexões entre o equipamento virtual e o real e apresentou um vídeo para mostrar essa ideia. “Os projetos da indústria 4.0 buscam alavancar as vendas e atender os clientes da melhor maneira possível, já que o pilar da indústria 4.0 é a integração dos sistemas que aumenta a eficiência, a confiabilidade e a qualidade do produto”, disse. E fechou sua apresentação com uma frase de Karl Benz “A paixão por inventar nunca morre”.

Bruning: conexão do humano com a tecnologia

A segunda palestra da noite ficou por conta do diretor Manufatura e Manutenção da Bruning, e doutorando do PPGEPS da Unisinos, Lúcio Cantarelli Noal. O estudante trouxe um pouco da história da Bruning Tecnometal e da sua evolução ao longo das décadas, uma empresa familiar, de Panambi, que acredita na conexão do humano com a tecnologia. “A Bruning tem um programa de investimento em funcionários e educação. Nossa estratégia é fazer o link entre educação e tecnologia, teoria e prática, na busca por melhores soluções. O propósito da empresa é gerar prosperidade conectando pessoas e tecnologia”, contou Noal.

Crédito: Rodrigo W. Blum

A Bruning atende quatro grandes setores: agrícola, construção, rodoviário e automotivo. O palestrante trouxe o conceito da linha de produção, apresentou um projeto automotivo e mostrou como ocorreu o trabalho. A partir de uma parte do seu projeto de doutorado, ele abriu uma discussão, dentro da empresa, entre os sistemas Lean (pensamento enxuto) e TOC (Theory of Constraints – Teoria das Restrições que busca maximizar a lucratividade pelo gerenciamento das restrições) buscando entender em quais casos uma abordagem é melhor do que a outra e sobre como se complementam. A aplicação da TOC permitiu duplicar o volume produzido rapidamente e a modelagem de dinâmica de sistemas permitiu visualizar e ter segurança na mudança.

“O mercado será cada vez mais instável e temos que nos preparar para atendermos nossos clientes dentro dessa instabilidade. Por isso, na Bruning, pegamos o que tem de bom em cada sistema, os pontos positivos de cada um, para apresentar um resultado cada vez melhor”, finalizou.

Teoria e prática aliadas para otimizar a Segurança do Trabalho

Quem fechou as apresentações da aula inaugural do PPGEPS foi Rodrigo Frank Gomes, Head de Saúde e Segurança do Trabalho da América Latina da TK Elevator, e doutorando da Unisinos. O estudante mostrou como os conteúdos aprendidos nas aulas de doutorado são usados no dia a dia das empresas. Gomes falou da aplicação de regras de associação para identificação de padrões de ocorrência de acidentes, das estratégias e táticas baseadas na Teoria das Restrições, da análise de eficiência, e da importância de traduzir o conhecimento teórico em atividades práticas, sabendo transitar entre os dois espaços: acadêmico e empresarial.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“A partir de uma disciplina com mineração de dados conseguimos identificar os múltiplos fatores dos acidentes de trabalho e não agir mais só de maneira reativa, mas preventiva. A gente desenvolveu, de forma bem visual, lendo todo sistema da empresa, um software que nos mostra quais são as ações indesejáveis através das quais os acidentes estão acontecendo, nos permitindo preveni-los”, enfatizou.

O estudante falou ainda dos desafios atuais e dos riscos de acidente e apresentou resultados positivos de um trabalho conjunto entre teoria e prática. “O que aprendemos na sala de aula, num dia de sábado, hoje estamos usando no mundo inteiro. Prevenir um padrão que gera acidentes para evitar novos acidentes. É isso que fazemos”, encerrou. Ao final da apresentação de cada palestrante, os ouvintes puderam fazer questionamentos e avançar no debate sobre cada um dos temas.

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