“O que não vale é o fim, mas o processo”. Com essa frase provocativa, as três meninas (foto) do Acupuntura Urbana realizam trabalhos sociais em São Paulo, aliando a arquitetura para transformar espaços em comunidades. Elas se definem como agentes da transformação de relações, promovendo melhores lugares para viver, trabalhar e se divertir.
Inês Maria Fernandes, arquiteta portuguesa, é uma das três meninas. Ela será a palestrante da aula inaugural de Arquitetura e Urbanismo da universidade. O evento ocorre dia 30 de setembro, das 19h30 às 22h, no auditório Sérgio Congli Gomes.
Com o tema “Transformando Espaços em Comunidades”, a arquiteta trará dicas de como utilizar a arquitetura como meio para a transformação de ambientes habitados por comunidades de baixa renda, esquecidos por governantes e pelo próprio povo.
Para a professora do curso Daniele Tubino, a aula inaugural será a oportunidade para os alunos se inspirarem com o exemplo do Acupuntura Urbana.
“O projeto da Inês mostra a contribuição dos profissionais da área com a sociedade. Nós, como arquitetos, precisamos relacionar nosso trabalho com a comunidade. Para o curso, será importantíssimo romper fronteiras e estabelecer vínculos com o externo. Ter uma vivência prática, um laboratório. A universidade não é só para estudar, precisamos deixar uma contribuição real em nossa volta”, comenta.
O projeto
Fundado em 2012, o Acupuntura Urbana é um negócio social que tem como missão transformar espaços públicos de forma ativa e participativa, estimulando o protagonismo da sociedade civil na construção de uma cidade mais humana. A equipe convida o poder público, instituições, empresas e comunidades a repensar sua atuação na sociedade.
O projeto atua na ocupação e transformação de espaços públicos de São Paulo. O grupo faz o diagnóstico do local beneficiado, levanta os recursos e mobiliza pessoas para participar do processo.
Um exemplo de trabalho é a criação de novos usos e conexões do Parque Linear das Corujas, em São Paulo. Encontros comunitários com piqueniques, música e outras atividades foram o meio de reflexão sobre a ocupação e qualidade desse espaço público. O projeto foi realizado em parceria com o CafeNaRua. O espaço também sofreu intervenções físicas. Todo o processo foi financiado colaborativamente por meio da plataforma Catarse, arrecadando mais de R$25.000 de 150 pessoas e 7 diferentes empresas.
“Se você tem uma ideia, um sonho, tem que tomar uma atitude. O projeto trabalha com a ação. Nós precisamos agir, só assim teremos boas vivências práticas”, finaliza Daniele.