Comemorado no dia 9 de junho, o Dia Nacional da Imunização foi criado com o objetivo de chamar a atenção para a importância das vacinas. Uma data que vale ser lembrada, em especial por se manter relevante nos dias de hoje. Após passar por graves momentos durante a pandemia de Covid-19, os números de casos e mortes da doença só começaram a baixar após o início das vacinações, evidenciando como é importante manter-se imunizado.
Mellanie Fontes-Dutra, professora da Escola de Saúde da Unisinos, explica que o principal objetivo de se vacinar é aumentar os anticorpos contra um determinado vírus, impedindo que a pessoa desenvolva uma forma grave de determinada doença: “Ela ajuda a prevenir as hospitalizações, as internações em UTI e os óbitos. Isso é o mais crítico que se busca com a vacinação, mas várias outras vacinas são capazes de proteger contra a infecção”, explica. A ideia é que não apenas quem está vacinado tenha mais proteção contra uma doença, mas que a vacinação também diminua consideravelmente sua transmissão, a controlando no processo. Isso foi possível com alguns vírus, como o caso da varíola humana, que foi erradicada, além do controle de doenças como o sarampo e a poliomielite.
No caso dos recém-nascidos, os anticorpos vêm especialmente da placenta da mãe e da ingestão do leite materno. Algumas vacinas já são aplicadas nos primeiros meses de vida, como a BCG, mas apenas com o sistema imunológico mais amadurecido, as crianças já estão elegíveis para a vacinação contra outras doenças, entre elas a poliomielite, que pode levar à paralisia infantil.
A imunização contra Covid-19
Quando falamos especificamente da Covid-19, entramos em um cenário mais complexo. Apesar de estarmos vivendo um momento mais tranquilo, a pandemia ainda não acabou totalmente e tudo indica que ainda viveremos um período com a doença. Mas, afinal, como sabemos em que momento poderemos considerar o coronavírus erradicado? A hipótese mais provável é que não nos próximos anos. Isso porque a “erradicação” de uma doença indica que ela foi totalmente extinta, o que é improvável de acontecer em um vírus com uma capacidade de multiplicação e mutação tão grande, mas existem alguns caminhos que podem mostrar como serão os próximos anos.
Segundo Mellanie, a pandemia de coronavírus pode se tornar uma doença sazonal, que acontece mais frequentemente em algumas épocas do ano, como a gripe, mas não circula tão comumente durante outras. Porém, o mais provável é que a Covid-19 se torne uma endemia, ou seja, mantenha um nível baixo e estável de casos, sem subir ou baixar muito. “Acho que dentro da perspectiva da Covid, muitos pesquisadores entendem que ela deve se tornar uma doença endêmica. É um vírus que vai ficar circulando na nossa espécie e em outras espécies também”, explica a professora. Porém, ela faz um alerta: ter uma doença, mesmo que endêmica, com uma estabilidade alta de casos, pode ser perigoso: “Não podemos tolerar uma endemicidade em níveis altos, porque ela não necessariamente é de casos baixos. A gente pode ter doenças endêmicas que vão ter muitos casos e precisamos sempre trabalhar para reduzir ao máximo, para poder ter o mínimo impacto possível.”
Entretanto, o único modo de buscar um fim para a pandemia de Covid-19 é com a imunização de grande parte da população. “É importante que todos busquem os seus reforços da vacina contra a Covid. A terceira dose está sendo oferecida para uma ampla população, jovens e adultos. A quarta dose já é mais restrita a alguns grupos no momento. Então, se você tem algum parente ou amigo nestes grupos, é sempre importante lembrá-los de aderir, pois essas coberturas vacinais estão baixas. Lembrando que temos a campanha de vacinação para Influenza, que é um vírus que também circula mais neste momento”, lembra Mellanie.
Aproveite o Dia da Imunização e procure o órgão de saúde do seu município e se informe quanto às vacinas que estão sendo oferecidas na rede pública e atualize o seu cartão de vacinação.