Com olhar atento, mais de mil estudantes acompanharam a palestra do administrador e comentarista da Rádio CBN e do Fantástico Max Gehringer. O anfiteatro padre Werner foi pequeno para tanta empolgação. Salas auxiliares ficaram lotadas, cadeiras no saguão não foram suficientes, escadas também viraram bancos. Os alunos estavam tão envolvidos com a fala de Max que, até os últimos minutos, ouviram atentamente todas as dicas profissionais do palestrante.
A apresentação foi um show, apesar de não usar nenhum recurso audiovisual. O foco da conversa foi múltiplo, com base na diversidade da plateia. O evento encerrou com chave de ouro a Feira Profissionais para o Futuro – Campus Business Unisinos.
Com o título Emprego e Empresas, Max começou sua palestra de maneira bem informal. O ministrante se apresentou, falou de sua família, de suas origens e relatou suas experiências pessoais e profissionais, que se misturaram ao longo da vida. Por conta disso, ele aponta a importância da academia na formação integral dos estudantes. “A universidade precisa preparar os alunos para o mercado de trabalho, e isso é preparar para decepções, para negociar”.
Max frisou que não existe um perfil específico para o profissional do futuro. “Os perfis das empresas são diferentes. O que é bom para uma, pode ser mortal para outra”. Nesses moldes, as pessoas devem ser honestas quando buscam um emprego. Se forem rejeitadas, é porque não apostaram na empresa certa para o seu perfil.
O palestrante destacou a importância de unir teoria e prática. “Quem faz graduação e pós-graduação sem trabalhar, vai ter pouco a contribuir com a empresa. É preciso ter experiência no mercado de trabalho para se aprimorar nos estudos. O acúmulo de diplomas, às vezes, pode pesar contra, se a pessoa não tiver experiência profissional”. A dica é começar a trabalhar cedo. Além disso, compartilhar experiências e ouvir quem já trabalha na área, é muito importante.
Autor de vários livros, entre eles “Não Aborde Seu Chefe no Banheiro”, Max também comentou as relações entre líderes e subordinados. “Não é atribuição do funcionário avaliar o chefe. A sua opinião sobre seu chefe deve ser guardada pra você. Faça seu trabalho bem feito, para que o seu chefe seja elogiado pelo chefe dele, assim todo mundo ganha”.
De forma bem humorada, lembrou que, aos 17 anos, não temos ainda a certeza sobre a direção mais adequada a seguir na vida, mas, normalmente, é quando somos pressionados para escolher entre tantas faculdades. “Às vezes a pessoa se forma em alguma coisa e trabalha em outra. O curso universitário não é uma condenação”. Nesse sentido, Max frisou que o importante é estar no mercado de trabalho. “O network começa na faculdade, numa boa relação com os professores e colegas. Não sabemos de quem vamos precisar, por isso é importante não fazermos inimigos. Os inimigos têm boa memória”.
O profissional do século XXI, segundo o administrador, tende a tornar-se um empresário. “Mesmo quem nunca pensou em ser empreendedor, um dia vai ter essa oportunidade e esse dia pode estar mais perto do que se pensa. Segundo o SEBRAE, em cinco anos teremos nove milhões de microempresas”.
Depois da conferência, houve um espaço para questionamentos, em que os alunos puderam interagir com Max – que respondeu com o mesmo bom humor que marcou toda sua apresentação. Ao final da noite, ainda com o auditório lotado, o palestrante foi aplaudido de pé.