As áreas de conhecimento cada vez mais trabalham juntas, ou melhor, se complementam. Na mesma tendência, a Educação Física também conversa com outros campos. O objetivo visa, sempre, a promoção da saúde. Por isso, é comum a presença desses profissionais em nichos onde antes não atuavam ou não estavam tão presentes. É o caso do futebol. Hoje, esse tipo de prática esportiva conta com a forte presença de professores da área atuando nos clubes, nas escolinhas, em projetos de lazer, campeonatos de bairro, de praia, em entidades e federações.
“A Educação Física vem crescendo muito. Os esportes modernos, de modo geral, são fruto da revolução industrial. E não existe nenhum indicador de que buscaremos menos a atividade física para compensar o mal-estar da cultura moderna ou a vida sedentária que acompanha a revolução tecnológica. Com isso, as oportunidades se diversificam e cada dia surgem novas tendências e modas em termos de esportes e práticas corporais que abrem campo de atuação para o profissional”, explica um dos coordenadores do bacharelado da Unisinos, Cláudio Augusto Silva Gutierrez.
A figura do professor na quadra da escola, ou do profissional auxiliando pessoas na academia, não é mais o resumo de quem trabalha com a Educação Física. Segundo o professor Cláudio, hoje tem gente trabalhando com surf, skate e parkour, por exemplo. “Outros com os esportes tradicionais. Nas ginásticas, existe uma série de empreendimentos de práticas específicas orientadas tanto para o indivíduo quanto para empresas”, complementa.
Cuidado com a saúde
Todas as atividades físicas contribuem para o bem-estar, mas, mais do que isso, o campo de Educação Física foca na prevenção de doenças, e na reabilitação e promoção da saúde. Para Cláudio, a atual emergência da sociedade tecnológica só faz aumentar o espaço de atuação de profissionais da área. “Eles têm um papel muito importante na promoção da vida saudável e proteção contra, por exemplo, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), causa de adoecimento que mais cresceu no Brasil na última década e é fundamentalmente enfrentada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por alimentação saudável e atividade física”.
Segundo Cláudio, a área colabora muito com um conceito ampliado de saúde, que se orienta muito mais para o fortalecimento da pessoa e da comunidade em favor de uma vida plena. “Um fortalecimento para o enfrentamento das enfermidades e dissabores que fazem parte da vida. Pode ser um aliado na promoção do bem-estar em dimensões biológicas, subjetivas e sociais”, complementa.
O mercado de trabalho
O trabalho em equipe e interdisciplinar é uma tendência, e o leque de atuação do profissional da educação física é enorme e não se restringe a apenas o que o senso comum imagina. Algumas possibilidades de trabalho, além das tradicionais, são encontradas no tênis, tênis de mesa, lutas, em esportes radicais e de natureza. Serviços com grupos de corrida e empresas de ginástica laboral também são uma alternativa, bem como na área do lazer.
No entanto, o mercado tradicional também está em expansão. “A escola básica é um grande campo de atuação profissional, que acolhe egressos de licenciatura em Educação Física, em todos os níveis de ensino, da Educação Infantil ao Ensino Médio, em todo o Brasil. Dessa forma, há um amplo e consolidado mercado de trabalho para os egressos do curso”, comenta o coordenador de licenciatura em Educação Física Ednaldo Pereira Filho.
Para o professor a escola continua sendo a principal e mais democrática base da formação humana da sociedade. “A Educação Física cumpre um importante papel no repensar e renovar essa formação. Por isso, o curso visa preparar um profissional inovador, solidário e que contribui na formação para a qualidade de vida”, reforça Ednaldo.
Para quem ainda está pensando em fazer uma graduação e tem dúvida sobre a diferença entre o bacharelado e a licenciatura, é bom entender cada modalidade de ensino. Em resumo, a primeira busca formar profissionais qualificados para intervir na sociedade por meio das diferentes manifestações do movimento humano, para o enriquecimento cultural das pessoas e adoção de um estilo de vida saudável. Já a segunda tem como foco a formação de professores para a docência na Educação Básica. Em comum, ambas as formas têm o aprendizado do objeto de estudo e as culturas do movimento humano