Se o período de férias, por um lado, subentende litoral, por outro, indica estudo. Os merecidos meses de intervalo entre as aulas servem bem aos dois propósitos: há quem reserve esses dias para descansar dos livros, e há quem conte com a ocasião para dar continuidade às pesquisas – o que, no fim, pode ser uma sábia decisão.

É o caso de pessoas como Joana Dias, que acredita na possibilidade de melhor organização de tarefas nessa época. Mesmo na praia, a estudante de Jornalismo não se desfaz dos exemplares de cibercultura e mídia televisiva que alicerçam seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre as manifestações de 2013 no Brasil. “Dedico de cinco a seis horas diárias para o TCC, dividindo entre manhã, tarde e noite”, conta. “Dependendo das atividades, determino metas de leitura, correção e análise dos materiais.”

O mesmo comportamento tem sido adotado por Franciele Ceconi, do curso de Nutrição. A aluna, que analisa o cardápio de uma escola de Educação Infantil em Nova Hartz, vê o momento como uma oportunidade para se dedicar à leitura e finalizar o projeto. Foi por compreender o processo como um todo que Franciele definiu seu próprio cronograma de férias. Agora, ela já sabe: “Durante a primeira semana de fevereiro, vou coletar dados para discuti-los, posteriormente, com o professor orientador”.

Planejamento e organização

Por mais oportuno que seja avançar nos estudos dezembro adentro, ter um tempo para respirar é igualmente imprescindível. Quem garante é a professora Cybeli Moraes – que, entre outras atividades, ensina como desenvolver o projeto de pesquisa. Ela deixa claro: “O que importa é gerenciar bem o tempo, prevendo momentos de descanso sem descuidar da realização do trabalho”. Joana seguiu o conselho. “Curti a semana de Natal e Ano Novo e passei uns dias na praia. Nesse período, eu realmente me dei férias, agora, o foco total é o TCC”, diz a aluna.

De acordo com a professora, adiantar algumas tarefas pode ser uma maneira inteligente de lidar com a pressão do tempo que virá. “Tive alunos que voltaram das férias com ótimas fichas de leitura, e outros que aproveitaram o período de recesso da faculdade e do trabalho para realizar com mais calma as entrevistas presenciais e visitas de campo – e essa antecipação diminuiu a correria lá no final, na entrega da monografia”, compartilha Cybeli.

Para não correr o risco de se render aos encantos litorâneos, é importante que o aluno determine metas e cumpra seus respectivos prazos de conclusão. Revisar a análise feita e manter contato com o orientador são atitudes que também facilitam o andamento da pesquisa.

Joana e o professor que a orienta, Ronaldo Henn, mostram que a relação dá certo. “Além dos encontros presenciais, trocamos e-mails com referências e sugestões e conversamos sobre o andamento do trabalho”, diz a aluna. Com Franciele, a situação também se verifica: “Após o término das aulas, tivemos uma reunião na Unisinos. Em janeiro, nos correspondemos por e-mail e, agora, em fevereiro, teremos encontros presenciais para discussão dos dados”.