Acolhimento a serviço da integração

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na última sexta-feira, 17/12, trinta e cinco migrantes concluíram, em São Leopoldo, a segunda etapa do PLAc – Português como Língua de Acolhimento. O projeto com haitianos e senegaleses é uma parceria da Unisinos, através do curso de Letras, mais o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da universidade, em conjunto com a Prefeitura Municipal e o SENAC SL.

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Crédito: Rodrigo W. Blum

Como o nome aponta, o objetivo principal da iniciativa é ensinar a língua portuguesa a pessoas que chegam ao Brasil sem o conhecimento do idioma nativo. O PLAc existe desde 2018, com instâncias em Esteio e Porto Alegre, e faz parte do Programa Tarin, um Programa de Educação e Atenção Humanitária a Migrantes e Refugiados. A intenção é que, unidas a outros projetos, ações como o PLAc propiciem uma formação de mão dupla, ensinando tanto aos recém-chegados quanto aos docentes e graduandos da Unisinos. Clique aqui para saber mais sobre os componentes do Tarin.

Para a coordenadora do PLAc, Graziela Hoerbe Andrighetti, o projeto busca trazer não apenas a língua portuguesa. Segundo a professora do curso de Letras, com informações importantes sobre a cultura e a sociedade brasileira passadas para os recém-chegados, o acolhimento deles se torna mais efetivo. “Estabelecemos parcerias com voluntários de outros cursos da Universidade, convidando-os a estarem conosco em algumas aulas, conduzindo momentos de conversa com nossos alunos, ou como colaboradores, produzindo materiais que pudessem ser utilizados pelas bolsistas e voluntárias nas aulas”, explica.

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Os envolvidos na execução do projeto dentro e fora da Unisinos se reúnem uma vez por semana para avaliar e aprimorar as estratégias educacionais e culturais do PLAc. Para o professor Wesley Heleno de Oliveira, do Espaço Colaborativo de Fomento à Extensão Universitária, onde ocorrem as reuniões, essa troca constante deixa transparente os benefícios mútuos a todos. A Prefeitura forma pessoas mais capazes para atuar no comércio local, por exemplo. A experiência é multilateral, segundo ele. “Há ali um multilinguismo. Não se fala apenas português ou o criolo haitiano. É francês, é o inglês, é o espanhol… E isso circula, tanto no material escrito quanto na expressão interpessoal, no face a face com o outro estrangeiro. É uma experiência de vida também.”

Funcionamento e Expectativas

O SENAC SL tem um acordo com a Unisinos para fornecer duas salas de aula para o PLAc. Elas são plenamente equipadas, incluindo material multimídia. Ainda assim, os interessados pouco conhecem a realidade local. Aí entra a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Leopoldo, fornecendo transporte público para os alunos irem de suas residências até o SENAC.

Voluntárias e graduandas do curso de Letras da Unisinos preparam e ministram as aulas uma vez por semana, a partir de sua experiência, aplicação da Linguística Aplicada e de materiais de apoio produzidos por alunos de cursos da Unisinos tais como Economia, Psicologia, Relações Internacionais e Enfermagem. No segundo módulo, ministrado desde 1º de outubro para uma turma de haitianos, o ensino abrange o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo.

Além disso, outros serviços de apoio aos migrantes são fornecidos. Umas das parcerias é com o projeto Sonhos e Sabores, realizado por um grupo de mulheres da comunidade Steingleder e capitaneado pela professora Marilene Maia, do Serviço Social da Unisinos. As participantes produzem os lanches servidos aos migrantes do PLAc. Isso amplia a atuação para fora de suas comunidades e gera mais renda ao grupo.

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Crédito: Rodrigo W. Blum

Wesley afirma que as conversas já começaram para que novos módulos sejam oferecidos em 2022 em São Leopoldo. O SENAC já colocou novamente suas salas à disposição, por exemplo. Ele cita as experiências das professoras junto dos alunos como um grande incentivo para a continuidade para o trabalho. “A função de professora é muito respeitada, muito reverenciada pelos migrantes. Isso trabalha positivamente para que elas se sintam valorizadas enquanto professoras”, aponta.

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