Quem nunca “brincou” de ser escritor? Todos, independente da escolha profissional, já se aventuraram a escrever, seja um diário, um blog ou mesmo cartas e e-mails. No entanto, poucos sonhavam em seguir carreira na área. Hoje, o número de livros lançados aumentou e as perspectivas para quem deseja se tornar um escritor também.
Essa tendência tem se mostrado presente no perfil de quem escolhe o curso de Letras. Muitos dos estudantes que ingressam na faculdade têm como foco principal o interesse em desenvolver habilidades de escrita. Segundo a professora Adila Moura, coordenadora do curso da Unisinos, embora a graduação não se destine a formar escritores, oferece possibilidades aos alunos de estar em contato com uma variedade de produções textuais.
No entanto, além da formação em Letras, a docente destaca que é importante que o aprendiz busque oficinas literárias e de revisão de textos que aprimorem a arte da boa redação. O cenário atual das publicações aponta para mudanças nos estilos, sem perder a complexidade do fazer literário.
O perfil do professor
Para Adila, “um futuro professor de Letras, necessariamente, deverá desenvolver competências e conhecimentos em língua, a fim de proporcionar a seus alunos atividades em sala de aula que valorizem a formação de leitores e de cidadãos competentes no uso de linguagens.” Para isso, é necessário leitura extensiva, produção de textos e investigação linguística.
No curso de Letras, a formação profissional está direcionada ao ensino. O currículo estimula os futuros professores não só a utilizar uma língua, mas, também, a falar sobre ela. Nesse âmbito, o desafio posto aos acadêmicos é o conhecimento e domínio das variedades linguísticas, bem como o trabalho de saber situar-se em distintos cenários comunicativos.
Expansão editorial
“O mercado editorial está mais ativo e acessível para quem deseja publicar um livro” afirma Adila. A professora destaca o crescimento dessa área através de editoras que mantêm a circulação de novos títulos e novos escritores, e possibilitam a profusão de edições traduzidas.
Para quem quer embarcar nesse mercado, que tem se mostrado promissor, dominar as nuances da língua é fundamental, seja para escrever, traduzir ou mesmo revisar textos. “Uma tradução primorosa revela a competência da tradutora nos meandros da língua portuguesa”, explica a docente, que encerra seu pensamento dizendo que essa habilidade é construída não só com os conhecimentos do idioma, mas, sobretudo, pela sensibilidade e competência em fazer as escolhas adequadas para um texto literário.