A 3ª Semana da Internacionalidade começou animada. A primeira noite do evento foi marcada por Minicurso de Gastronomia, Show do Bando Celta, Bate-papo sobre Internacionalização e Histórias do chimarrão no caminho de Santiago. As atividades desta segunda-feira, 11 de agosto, oportunizaram aos participantes o debate e a interação cultural.
Os temas dos encontros enfocam a vivência de vários países. Na noite de abertura, a Espanha foi a nação que esteve mais presente nas atividades do campus de São Leopoldo.
Minicurso de Gastronomia
Quatro estudantes do último semestre do curso de Gastronomia ofereceram uma oficina de comida típica espanhola, sob a supervisão do professor Ederson Luiz Locatelli. O prato do dia eram os tapas, petiscos, geralmente, a base de pão que fazem parte das pequenas porções de comida servidas em bares espanhóis.
Enquanto os tapas iam sendo produzidos, a professora de espanhol do Unilínguas, Paula Fuenzalida Olave, ia apresentando questões culturais do país e falando da origem destes petiscos na Espanha. “Es muy posible que la tapa naciese com la aparición de los bares que las empezaron a servir como cortesia a los clientes y que com su punto de sal incitasen al consumo”, explicou. Paula ainda lembrou que o mesmo tipo de comida é servida no Chile, mas lá essas porções são chamadas de picoteo. As receitas elaboradas durante o minicurso foram: Papas Bravas (batata frita com molho de pimenta e alho), Tapas Don Jamón (pão com tomate e presunto) e Zaalouk (pão com pasta de berinjela e condimentos).
Confira o vídeo produzido pela TV Unisinos:
Show do Bando Celta
Antes que as aulas das turmas da noite tivessem início, o Bando Celta animou a chegada dos estudantes. O show começou nos corredores das Ciências Humanas e teve continuação no auditório Central. O público que acompanhava a apresentação parecia encantado com o grupo. O bando, que representa os sete povos celtas, cria sua musicalidade por meio de instrumentos como gaita de foles galega, bandolim tenor, banjo, mandola, bodhrán (espécie de tambor irlandês), flauta tin whistle (irlandesa), violino e violão.
“Vim participar do evento por recomendação do nossa coordenadora, a professora Adila. Estou achando muito interessante toda essa movimentação, uma ótima maneira de chamar atenção para o idioma, por meio da arte, cultura e gastronomia dos países”, destacou Beatriz Pretto, aluna de Letras Português-Espanhol.
Confira uma das músicas clássicas da cultura celta executadas pelo Bando na noite de segunda-feira:
Internacionalização do Mundo Corporativo
As empresas Siano & Rego e InBetta falaram ao público sobre questões importantes na relação entre mercado e academia. A InBetta destacou a busca da empresa por profissionais que dominem o espanhol e ressaltou a iniciativa de capacitar os funcionários para o domínio do idioma.
A Siano & Rego, contou sua história como empresa de consultoria, que começou seu trabalho em Angola, num projeto de gestão de estudantes. O grupo relatou a parceria feita com a empresa angolana do segmento de petróleo, Sonangol. A iniciativa, diferente de outros programas de intercâmbio, consiste em enviar estudantes angolanos para cursar toda a graduação no Brasil. Depois de formados, esses profissionais retornam ao país de origem para trabalhar na Sonangol. “A seleção dos alunos é bastante rígida, uma espécie de concurso público para estudantes”, explicou a consultora da empresa.
O caminho de Santiago
Outra palestra que marcou a abertura da Semana da Internacionalidade foi Histórias do Chimarrão no caminho de Santiago com peregrinos e o Consulado da Espanha de Porto Alegre. As falas dos gaúchos que fizeram a longa caminhada foram impactantes. Três peregrinos deram seus testemunhos e por meio de suas histórias a plateia pode entender um pouco da magia que envolve essa jornada.
”Cada um faz o seu caminho e todos eles devem ser entendidos e respeitados.”
Magnus Casara, Peregrino
O primeiro a falar foi o empresário Tilton Santos, que fez o caminho a primeira vez em 1999 e depois voltou mais três vezes. “Aprendi muitas lições durante os quase 900 quilômetros caminhados, uma delas é a humildade. Tenho 73 anos, meu cajado já andou 3.600 quilômetros e mesmo assim, faria o caminho novamente”, relatou.
A professora de Educação Física, Ana Maria Haas fez o caminho apenas uma vez, em 2007, com um grupo de amigas. “Estou louca para ir de novo, o caminho está me chamando. Levei 29 dias caminhando, nos dias que andei mais cheguei a percorrer 40 quilômetros”, contou. A peregrina diz que levou erva e cuia na mochila e alguns dias parou para tomar chimarrão. “O caminho aproxima as pessoas, porque todos tem o mesmo objetivo”.
“O caminho é tirar um tempo para você”, afirmou Magnus Casara, autor do livro Diário de Magnus sobre o caminho de Santiago de Compostela. Aos 58 anos o peregrino já percorreu a jornada duas vezes, a primeira em 2010, logo após se aposentar. “Quando me aposentei como engenheiro, minha filha disse que não queria me ver de pijama e perguntou o que eu iria fazer. Eu respondi: o caminho”, relembrou. “Saí daqui com tudo programado e no segundo dia rasguei o roteiro e deixei a vida me levar. Cada um faz o seu caminho e todos eles devem ser entendidos e respeitados. A cada ano, cerca de 220 mil pessoas percorrem essas trilhas milenares, por isso pra mim, o caminho é mágico”, finalizou.