A relação entre universidade e escola, que se estabelece por meio do PIBID, inaugura uma nova potência na formação inicial de professores com as práticas de iniciação à docência. Este trabalho buscou examinar quais os efeitos de formação que o PIBID produz nas ações da escola, mais especificamente, nos professores. Como objetivos específicos, pretendeu-se compreender a maneira como a relação entre universidade e escola, desenvolvida por meio do PIBID, se propaga nas ações dos professores da Educação Básica e analisar quais verdades pedagógicas são tensionadas nessa relação e quais se mantém inalteradas. A partir disso, investiu-se em responder às seguintes questões: Que efeitos de formação a relação entre universidade e escola, desenvolvida por meio do PIBID, produz nas escolas que o desenvolvem? Como o PIBID atinge o trabalho dos professores da escola, além das ações da supervisora bolsista? Como as escolas recebem as verdades pedagógicas que o PIBID coloca em circulação? A pesquisa teve como metodologia o uso de entrevistas, que foram realizadas com duas supervisoras de escola, duas supervisoras do PIBID/Pedagogia/UNISINOS, duas professoras das escolas e dois acadêmicos bolsistas do PIBID/Pedagogia/UNISINOS e a análise documental, que contemplou o subprojeto do PIBID/Pedagogia/UNISINOS, o projeto institucional do PIBID/UNISINOS e o Projeto Político-Pedagógico de cada uma das escolas investigadas. Como referencial teórico, utilizaram-se estudos sobre a docência, sobre a formação de professores e de autores de uma perspectiva considerada hipercrítica. Os resultados apontam que, embora com a intensificação da relação, há pouco compartilhamento de forma equânime entre universidade e escola, o que demonstra a fragilidade da relação entre esses dois espaços quando o foco é a formação inicial. A universidade tem assumido a legitimidade para definir os processos de formação universitária e para a escola está previsto receber os efeitos dessa formação universitária mobilizada pelos acadêmicos de licenciatura, o que evidencia o quanto essa participação na formação de professores ocorre de forma desnivelada e não de maneira co-partícipe. A inovação celebrada se caracteriza como um culto às metodologias consideradas diferenciadas, decorrentes das pedagogias ativas. O entendimento de que a teoria está na ordem do pensamento e a prática na ordem do fazer, evidenciando a existência de uma dicotomia entre teoria e prática, é uma das verdades pedagógicas que circulam nas escolas e entre os bolsistas do PIBID. Constatou-se que o programa produz movimentações tanto na universidade quanto nas escolas, embora isso ocorra com processos diferenciados e constituidores de muitos sentidos.
Autor(a): Giovanni Genehr
Orientador(a): Elí Terezinha Henn Fabriss
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