0 Comentário em 31 - agosto - 2012

O Professor João Batista Freire é um dos mais importantes nomes da pedagogia da Educação Física brasileira. Em seu blog diversos temas são abordados, sempre com palavras simples e objetivas.

A partir de agora este blog passa a fazer parte de nossas sugestões de páginas interessantes e pode ser acessado através do link ao lado (seção Veja também).

Antes compartilhamos dois textos retirados do blog, um aperitivo tratando de duas temáticas que fazem parte da rotina do PEI e de muitos projetos esportivos: Competição e Futebol.

 

Quem é o adversário?

Num jogo de futebol, de basquetebol ou voleibol, entre tantos esportes, o adversário a ser batido não é a outra equipe. A equipe que enfrenta nosso time é apenas a parceira de jogo – sem ela não haveria jogo. O adversário a ser batido é a dificuldade de superação que ela representa. A equipe adversária apenas desafia a força de nossa equipe, apenas coloca-se como obstáculo às nossas forças, apenas contesta nossa competência. Diante disso, ou seja, diante da adversidade, tentamos reunir o melhor de nós e até superar o que temos de melhor para dar conta do desafio. Esse é o mote do esporte, esse é o motor de nossas ações, esse é impulsionador primordial, íntimo, que mobiliza nossas forças para o supremo esforço de superação no esporte. Esporte é um fenômeno, entre outras coisas, de superação de nós mesmos; mas isso não ocorreria sem a adversidade, representada pela outra equipe, daí a chamarmos de adversária.

 

A força do Futebol

 O futebol é o esporte mais poderoso do mundo, o que torna jogadores de expressão e dirigentes pessoas extremamente poderosas. Bastaria uma decisão dos dirigentes da FIFA, por exemplo, sobre a paz entre os homens, para que a violência diminuísse. Bastaria uma palavra de um Kaká, de um Messi ou de um Ronaldinho Gaúcho, para que as pessoas do mundo olhassem as demais com interesse, compaixão. O futebol nunca deveria ser usado para a violência, para a animosidade, para a ganância, para o lucro desenfreado. Os exemplos percebidos cotidianamente durante os jogos de futebol ou nas manifestações de dirigentes e jogadores, é nefasto, na maior parte das vezes. Dificilmente poderíamos tirar bons exemplos do futebol para dar a nossos alunos ou nossos filhos. Como dizer a meus alunos que trinta milhões de dólares de salários por ano é pouco para um craque de futebol? Como dizer a meus alunos que quebrar a perna do jogador adversário é correto, desde que se vença a partida? E, no entanto, com um simples gesto, quanta coisa boa um jogador pode fazer, como fez Sócrates, como fez Raí, como fez Garrincha! Vocês sabiam que foi Garrincha quem inventou essa história de jogar a bola pela lateral quando um jogador, companheiro de clube ou adversário, cai contundido? Nessas horas seu coração falava mais alto que sua ambição. Em 1995 Nelson Mandela usou o Rugbi para pacificar os sulafricanos. Imaginem o que se faria com o futebol, que é muito mais forte. Imaginem quanta coisa boa poderíamos fazer com a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014 se os dirigentes não reduzissem tudo a apenas um negócio, um dos negócios mais lucrativos do mundo? Um negócio onde vale tudo, mas tudo mesmo.

categorias: Reflexão

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