0 Comentário em 9 - setembro - 2013
Apesar das diversas conquistas do movimento feminista nos últimos tempos, ainda hoje podemos observar um padrão de opressão que coloca o homem como único sujeito e figura central no exercício do poder. Fonte da imagem: http://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/01/21/questionando-alguns-pontos-do-feminismo-de-monique-wittig/

Apesar das diversas conquistas do movimento feminista nos últimos tempos, ainda hoje podemos observar um padrão de opressão que coloca o homem como único sujeito e figura central no exercício do poder. Fonte da imagem: http://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/01/21/questionando-alguns-pontos-do-feminismo-de-monique-wittig/

No decorrer dos séculos, grandes avanços foram alcançados no que se refere ao reconhecimento dos direitos da mulher. As mulheres conseguiram certa emancipação e liberdade que permitiram a elas o que antes era impensável, começando pelo seu direito a voto, seu espaço no mercado de trabalho e nas universidades, sua capacidade civil e política, até sua liberdade de dispor sobre o próprio corpo.

No entanto, apesar das diversas conquistas do movimento feminista nos últimos tempos, ainda hoje podemos observar um padrão de opressão que coloca o homem como único sujeito e figura central no exercício do poder. Diferentemente de outras formas de preconceito, a situação da mulher não atinge raça, etnia, classe social ou econômica. O preconceito contra mulher atinge a todas, de forma mais ou menos intensa, o que revela a existência deste padrão de controle e dominação patriarcal nas estruturas sociais, políticas e econômicas de diferentes contextos. Ainda vivemos em sociedades machistas e sexistas em que a violência de gênero não ocorre apenas de maneira explícita, sob forma de violências físicas. Uma das grandes dificuldades atuais é, justamente, reconhecer a violência que se oculta nestas estruturas.  

O preconceito contra a mulher está tão disseminado nas mais diversas instituições que, muitas vezes, não se percebe sua presença. Nós, mulheres, vivenciamos vários tipos de assédio diariamente. As “cantadas” na rua, no ambiente de trabalho, nos ambientes acadêmicos. As frases revestidas de caráter pejorativo que afirmam a incapacidade da mulher para certas funções, como dirigir bem um carro ou trocar uma lâmpada. A ideia tão disseminada de que a mulher deve ser pura, que mulheres muito “rodadas” só servem para diversão. Poderíamos citar outras diversas máximas que escutamos no nosso dia-a-dia e que são reproduzidas não só pelos homens, mas também pelas próprias mulheres.

O grande problema da naturalização do machismo é esse: como enfrentá-lo se, muitas vezes, ele transita invisível nos meios sociais e políticos? Fonte da imagem: http://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/04/14/impasse-do-debate-igualdade-versus-diferenca-nas-discussoes-feministas/

O grande problema da naturalização do machismo é esse: como enfrentá-lo se, muitas vezes, ele transita invisível nos meios sociais e políticos? Fonte da imagem: http://ensaiosdegenero.wordpress.com/2012/04/14/impasse-do-debate-igualdade-versus-diferenca-nas-discussoes-feministas/

Tratada com naturalidade – como se algumas mulheres merecessem este tratamento indigno, como se alguns assédios e insultos fossem, na realidade, elogios – esta violência silenciosa demonstra o quanto o machismo e o patriarcalismo está presente nas relações de poder e o quanto ele é reproduzido pela sociedade. E o grande problema da naturalização do machismo é esse: como enfrentá-lo se, muitas vezes, ele transita invisível nos meios sociais e políticos?

Certamente, o primeiro passo a se tomar é desvelar esta forma de preconceito e dominação. Ao se marginalizar e inferiorizar a mulher, acabamos as excluindo de espaços sociais e políticos. Assim,  desnudar esta forma de dominação implícita configura, em certa medida, um meio para sua emancipação.

 

(por Rafaela Leão Barreto Viana, graduanda em Direito na UNISINOS, bolsista PIBIC/CNPq e integrante do Núcleo de Direitos Humanos)

Mais informações em:

Ensaios de gênero – questionando alguns pontos do feminismo, de Monique Wittig

Ensaios de gênero – Impasse do debate igualdade versus diferença nas discussões feministas

Ensaios de gênero – descolonizando o gênero com Raewyn Connell

Ensaios de gênero – Mulheres e feminismo no Brasil: um resumo da ditadura à atualidade

Marcha Mundial das Mulheres

Blogueiras feministas – Por que sou feminista?

categorias: Destaque, Reflexão

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