São diversas as atrações presentes durante a Feira e Mostra de Alimentos e Nutrição, parte do XV Simpósio Internacional Internacional do IHU, intitulado “Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio”. Entre os atrativos da Feira, que durará até as 21h de quinta-feira, 7 de maio, está a exposição de sementes do Projeto Banco de Sementes Crioulas, apresentada pelo técnico agrícola e agroecologista Maurício Queiroz.

Segundo Maurício, o objetivo do projeto é resgatar a cultura agrícola, que vem sendo vencida pelo poder das grandes empresas; empresas essas que se baseiam em produção a partir de sementes modificadas e agrotóxicos. O Banco já conta com 400 tipos diferentes de sementes, que fazem parte de um processo de distribuição, onde são entregues aos agricultores em uma quantidade específica. Os agricultores, por sua vez, têm o compromisso de produzir a partir delas e devolver ao Banco o dobro de “matéria prima” que lhes foi entregue no início. O projeto vêm dando muito certo, e a presença na Feira serviu também como forma de conscientizar mais pessoas sobre a importância de um alimento não só teoricamente saudável, mas que realmente seja produzido a partir de meios naturais, e não alterado geneticamente.

Atualmente há diversos protestos contra agrotóxicos e modificações genéticas acontecendo ao redor do globo, sendo um dos alvos a Monsanto, maior produtora mundial de sementes, carne e produtos. Esses protestos geraram finalmente a curiosidade dos consumidores leigos no assunto, ganhando a atenção da mídia para divulgação da importância da agricultura familiar e as desvantagens de uma alimentação baseada em produtos industrializados. Hoje a quantidade de pessoas questionando a presença de agrotóxicos é muito maior do que na década anterior.

Já foi comprovado o quão nociva a presença desses produtos podem ser para a saúde do consumidor, sendo a causa de diversas doenças, mesmo que ainda não haja o devido suporte da saúde pública (dificilmente, por exemplo, um médico diagnosticará que o inicio de uma doença tenha vindo do uso contínuo de frutas ou verduras produzidas a partir de modificações genéticas e agrotóxicos). Com isso, a existência do Banco de Sementes torna-se primariamente importante, não só na ajuda a agricultores que querem aumentar ou iniciar sua produção, mas para o impulso do hábito de consumir produtos cuja fonte seja confiável.

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