No final de 2013, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, um texto de sua autoria sobre a nova evangelização.  A publicação foi a programação para o papado de Francisco, um documento chave do seu Pontificado, que funciona como um guia, apontando os novos rumos da igreja.

A partir dessa publicação e tendo como base os documentos do Concílio Vaticano II, Christoph Theobald analisa a Evangelii Gaudium ao escrever o artigo “A exortação apostólica Evangelii Gaudium. Esboço de uma interpretação original do Concílio Vaticano II”, publicado no Cadernos Teologia Pública, nº 104. 

No texto o autor questiona se “é possível identificarem Evangelii Gaudium a mesma pretensão, a mesma tentativa de dotar a Igreja de um princípio de interpretação da obra altamente complexa e diversificada do Vaticano II? “, relacionando o documento ao quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio. E traz um trecho, no qual o Papa anuncia que escolheu “propor algumas diretrizes que possam encorajar e orientar, em toda a Igreja, uma nova etapa evangelizadora, cheia de fervor e dinamismo”, tendo como base a Lumen gentium, documento que integra o Concílio Vaticano II, e que foi escolhido como prioridade para as referências do artigo de Theobald.

Cadernos Teologia Pública, nº 104

A citação do início do documento “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”, como prova de que sua intenção é libertar os corações de todos fiéis que querem se entregar à Jesus e transformar a Igreja em um canal mais aberto à contemporaneidade, proporcionando  uma evangelização mais abrangente.

Christoph Theobald durante Colóquio Vaticano II. Foto: João Vitor Santos

Theobald traz, também, um trecho do documento em que é feito um contraste entre a Gaudium et Spes e a Evangelii Gaudium, que expressa uma melhor visão de mundo,  por exemplo não só a ação pastoral como também a ação política: “O todo é mais do que a parte, sendo também mais do que a simples soma delas. Portanto, […] é necessário mergulhar as raízes na terra fértil e na história do próprio lugar, que é um dom de Deus. Trabalha-se no pequeno, no que está próximo, mas com uma perspectiva mais ampla […]. Não é a esfera global que aniquila, nem a parte isolada que esteriliza”.

Neste ano o professor esteve no IHU, durante o II Colóquio Internacional IHU – O Concílio Vaticano II: 50 anos depois, quando apresentou a conferência As potencialidades de futuro da Constituição pastoral Gaudium et spes. Por uma fé que sabe interpretar o que advém – aspectos epistemológicos e constelações atuais e também participou das mesas-redondas do evento. Em 2012 também esteve na Unisinos participando do XIII Simpósio Internacional IHU, Igreja, Cultura e Sociedade: a semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica, ocasião em que ministrou a conferência “As grandes intuições do Concílio Vaticano II: desafios e possibilidades de aproximações às gramáticas atuais”.

Esta e outras edições dos Cadernos Teologia Pública estão disponíveis na versão on-line e gratuita.  Podem ser adquiridas diretamente na secretaria Instituto Humanitas Unisinos – IHU ou solicitados pelo endereço humanitas@unisinos.br.

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Por Nahiene Alves

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