A Gaudium et Spes (GS), um dos últimos textos do Concílio Vaticano II, é conhecida por seu teor pastoral. Sua estrutura interna, que começa com um Proêmio (n. 1-2), ao qual se seguem a Introdução, “A condição humana do homem no mundo de hoje” (n. 4-11), e duas partes, a primeira, “A dignidade da pessoa humana” (n. 12-45), e a segunda, “Alguns problemas mais urgentes” (n. 46-93), mostra, porém, que o teor pastoral é o resultado de uma elaboração dogmática. Pode-se dizer que os quatro capítulos da primeira parte são um esforço por pensar o ser humano à luz da cristologia.

Embora a interpretação imediata da GS após o Concílio tenha sido a do diálogo da Igreja com o mundo contemporâneo, o texto é o resultado de um esforço por romper os esquemas subjacentes à teologia pré-conciliar, que opunham o natural ao sobrenatural, fazendo a revelação intervir num segundo momento, justapondo um plano ao outro. A GS procura pensar o humano à luz do cristológico, e seu esforço foi lido de modo diferente no debate que se seguiu ao Concílio, protagonizado, entre outros, por E. Schillebeeckx, H. de Lubac e G. Colombo.

Para além desse debate, os anos que se seguiram à publicação desse texto conciliar viram o surgimento de tratados de antropologia teológica, muitos dos quais se valendo da nova articulação feita pela GS. Esta comunicação pretende, após uma breve retomada dos grandes núcleos da articulação entre antropologia e cristologia feitos no texto da GS, retomar o teor das três “recepções” da articulação acima mencionada, para, num terceiro momento, apresentar os esquemas que parecem subjazer aos principais tratados de antropologia teológica elaborados após o Concílio.

Clique aqui para acessar o texto na íntegra:
http://www.ihu.unisinos.br/cadernos-ihu-teologia

Boa leitura!

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