Um dos teólogos mais importantes do século XX, Gustavo Gutiérrez, veio para o Brasil em 1969, época em que o país vivia então as horas mais escuras da ditadura militar. Aqui encontrou estudantes, militantes da Ação Católica, padres cujo testemunho enriqueceriam a sua reflexão que desembocou na sua obra fundamental: Teologia da Libertação. Perspectiva.
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Gutiérrez situa a libertação em três níveis que se cruzam.  O nível econômico: é preciso combater as causas das situações injustas. O nível do ser humano: não basta mudar as estruturas, é preciso mudar o ser humano. O nível mais profundo, teologal: é preciso se libertar do pecado, que é a recusa de amar a Deus e ao próximo. Quanto à teologia, ela é o meio para fazer com que o compromisso com os pobres seja uma tarefa evangélica de libertação, uma resposta aos desafios que a pobreza coloca diante da linguagem sobre Deus.
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Essa teologia também se choca com oposições. As mais violentas vêm dos poderes econômicos, políticos e militares da América Latina, assim como nos EUA. Mas também vêm de católicos que a acusam de fazer referência, ao analisar certos aspectos da pobreza, à teoria da dependência, que usava noções provenientes da análise marxistas.
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O dominicano peruano que consagrou sua vida ao reencontro de Deus e dos pobres estará presente na Conferência do dia 09 de outubro, durante o Congresso Continental de Teologia, às 20 horas, e em seguida debaterá sobre “A Teologia Latino-Americana: Trajetória e Perspectivas“. Para mais informações sobre o evento, consulte o sítio do IHU.

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