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Em agosto 30, 2011 Comentar

“Vênus Negra” é o filme indicado pela professora do PPG em Ciências da Comunicação e do curso de Graduação em Jornalismo da Unisinos, Denise Cogo. O drama tem a direção de Abdellatif Kechiche.

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Confira:


“Até o ano de 2002, o esqueleto e alguns órgãos da sul-africana Saartje estiveram em exibição no Museu do Homem, em Paris, quando, então, o presidente Nelson Mandela requereu formalmente o envio dos seus restos mortais à África do Sul.   É pela biografia de Saartje que o cineasta tunisiano radicado na França, Abdellatif  Kechiche nos conduz pelo mundo do colonialismo, dos racismos e dos sexismos da Europa do século 19, onde o filme Vênus Negra é ambientado. No percurso do sonho de ser artista na Europa assim como foi na África, Saartje, apelidada de Venus Hotentote  por suas formas físicas, é levada a Londres por seu patrão para  atuar em shows de horrores vestindo uma roupa colante. Explorada, posteriormente, por um empresário circense que a transforma em atração principal de festas privadas na cidade de Paris,  onde Saartje tem seu corpo observado e tocado pelos espectadores  assim como por cientistas franceses que vão se dedicar a estudar sua anatomia com o aval do seu empresário.
A resistência silenciosa de Saartje evidenciada em prolongados primeiros planos de seu rosto e corpo, criam uma ambiência incômoda e provocativa no espectador, nos reconduzindo à Europa do século 19 para lançar luzes sobre a Europa pós-colonialista da atualidade, em que seguem vigorando racismos contra imigrantes e  o etnocentrismo gera o temor pela diferença e condena o Outro ao confinamento via o  exotismo primitivista e sexualizado. Não escapa, ainda, da crítica contundente do cineasta, a ciência positivista que anatomiza para classificar e reduzir a diversidade e complexidade humanas.”

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