O Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores (CEPAT)/Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJ-CIAS) começou nessa semana, dia 16, o Curso Cozinha sustentável. Alimentação saudável. O curso insere-se na programação da Escola Gênero Trabalho e Sustentabilidade e se estenderá até o dia 03 de dezembro.

O curso cozinha sustentável/alimentação saudável tem a pretensão de ir na contramão do ritmo frenético da sociedade, do fast food e do fast life – correr tanto não trouxe tamanha felicidade como se esperava. Dessa forma, está surgindo um novo conceito de pensar em alimentação.

Quando se fala em cozinha saudável, estamos buscando uma nova forma de reflexão aos hábitos alimentares atuais. De acordo com a OMS, um terço da população mundial está acima do peso e sofre com doenças em decorrência da má alimentação e da falta de preocupação em se alimentar bem. Através desse curso, estamos buscando uma resposta às comidas plastificadas, sem sabor, padronizadas da mesma forma ao redor do mundo.

Essa nova forma de pensar em alimentação traz consigo a premissa de comer com prazer e consciência, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta. Foi através dessa linha de pensar que surgiu o movimento Slow Food, que tem como princípio básico “… o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção.”

Entretanto, o fato é que a cozinha sustentável no Brasil é cara e produtos orgânicos ainda são artigos de luxo. Além disso, passamos por um momento onde vemos produtos tradicionais como jambu e cupuaçu, de excelência gastronômica, extremamente enraizados à história de comunidades locais, em risco de extinção. São produtos que ficaram em segundo plano em decorrência do ritmo em que vivemos, de forma que as questões ambientais são totalmente esquecidas.

Fatores como desmatamento, queimadas, mudanças climáticas, migração dos agricultores para os grandes centros urbanos e falta de interesse e informação dos consumidores colabora ainda mais para o esquecimento de valores tradicionais. O fato é que se faz necessário esse processo de reflexão em todos os níveis da sociedade. Não se pode elitizar a informação quando se pensa em solução ambiental e social.

No universo gastronômico brasileiro, o conhecimento de ponta sempre esteve no poder da elite: cursos de formação técnica demandam de grandes esforços financeiros para serem cursados. Dessa forma, surge a necessidade de trazer ao alcance de todos os cidadãos um conhecimento objetivo e eficiente das condições ambientais do nosso planeta e propor sugestões de redução e otimização dos recursos naturais através do conhecimento aplicado. Esses são os propósitos do curso.

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