Há 48 anos, em 4 de abril de 1968, morria assassinado Martin Luther King Jr., pastor protestante, maior ativista político estadunidense, líder dos direitos civis e do movimento negro, defensor do amor ao próximo e da paz. Luther King proclamou um dos discursos mais famosos da história, I Have a dream [Eu tenho um sonho], em 1963.

Foto: huff.to/1M1nVKo

Martin Luther King entrou para a história por conta da sua luta contra a segregação racial e o apartheid norte-americano. Luta que eclodiu no ano de 1963 com uma onda de protestos em todo o país após uma violenta batalha racial em Birmingham, no Estado do Alabama, onde crianças foram feridas e cães policiais foram usados para ferir manifestantes.

 

Foto: bit.ly/1qmKwaP

Entre maio e agosto de 1963, houve 1.340 manifestações em mais de 200 cidades. A principal delas foi convocada na capital do Estado Unidos, Washington, sob o significativo nome “Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade”, que poderia ser a mais violenta das mobilizações, segundo a visão do governo.

Operação de guerra para uma manifestação pacífica

Temendo a disseminação da violência em uma série de confrontos, o presidente à época, John Kennedy, sitiou a capital e montou um maquinário de segurança nunca antes visto fora dos períodos de guerra. O FBI intensificou sua operação de vigilância sobre os movimentos de direitos civis, a polícia de Washington foi mantida em alto estado de alerta, havia policiais espalhados na cidade em pontos estratégicos, juízes fizeram plantão, cadeias foram liberadas para esperar os presos, foi decretada a “lei seca”, o fechamento das repartições públicas e estabelecido um centro de operações militares, e 15 mil homens das forças armadas esperavam em um quartel próximo caso a violência se confirmasse.

Foto: http://bit.ly/1Uy8XyL

No entanto, o que o presidente Kennedy, que assistiu o protesto pela televisão, e seu mega esquema de segurança viram, foi uma manifestação pacífica, onde 250 mil pessoas acompanharam o discurso do reverendo Luther King, na tarde de 28 de agosto de 1963, onde ele exaltou seus sonhos para um mundo melhor.

O sonho de uma sociedade que sonhava

Foto: http://law.rwu.edu/

Martin Luther King Jr. escolheu um dos mais imponentes púlpitos da América para discursar: a escadaria ao lado do monumento de Abraham Lincoln, não por acaso, o mesmo lugar onde Lincoln firmou a Proclamação da Emancipação, onde o ativista frisou “mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre”. No discurso, o líder falou de Deus, de Shakespeare e de seus sonhos. Destacou a situação que os negros viviam nos EUA, afirmando que eles estavam “paralisados pelas amarras da segregação e das correntes da discriminação”.

E Luther King sonhou! Sonhou com uma sociedade baseada na igualdade social, onde os negros pudessem não ser “julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter”. E nos disse: “Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença – nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta”. E assim, aquele homem negro emocionou a multidão e deixou seu sonho registrado, não só nos Estados Unidos, mas no mundo inteiro.

Seu marcante discurso pela justiça social tinha um apelo pela não violência, fato que o levou a ganhar o Prêmio Nobel da Paz em 1964, concretizando uma nomeação inédita, pois foi o primeiro líder negro no mundo a receber a honraria.

Assista o discurso na íntegra (em inglês):

A morte

Assim como muitos ativistas de direitos sociais, as ideias de Martin Luther King não eram aceitas pelos opositores do sul do país, o que culminou em seu assassinato em 4 de abril de 1968, em um hotel da cidade de Memphis, no estado do Tennessee. James Earl Ray chegou a confessar o crime, entretanto, anos depois, voltou a negá-lo.

Em memória ao dia do assassinato de Martin Luther King Jr., o Instituto Humanitas Unisinos – IHU e a Adital marcam a data com a incorporação da Agência de Notícias Adital ao Sítio do IHU, que manterá o trabalho realizado até então pela agência “com o compromisso com o tipo de informação que publicamos”, conforme esclarece o comunicado emitido nesta semana.

Por Cristina Guerini

Para ler mais.

 

A Agência de Informação Frei Tito para a América Latina e Caribe (Adital) vai dar um passo importante para deslanchar ainda mais sua informação e garantir sua continuidade.

A ADITAL nasceu em fevereiro de 2000 com a finalidade de divulgar o protagonismo dos novos atores sociais que estão transformando a América Latina e o Caribe.

A informação foi publicada por Adital, 30-03-2016.

Agora, em 2016, para vocês leitoras/es, temos uma novidade de peso a comunicar:

Acreditamos ter encontrado um caminho para garantir a continuidade de Adital e para dar, ao mesmo tempo, um salto de qualidade em nosso trabalho de comunicação.

A solução que encontramos foi oferecer a continuidade desta tarefa ao Instituto Humanitas UnisinosIHU, vinculado à Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul.

Imagem: Adital

Depois de um bom tempo de discussão e consultas, vimos que não há mais como garantir a sustentabilidade da Adital dentro do atual esquema. De fato, está ficando sempre mais difícil a aprovação de projetos, e as entidades, depois de um tempo, solicitam que se procure um jeito para a autossustentação. No fim de 2016, inclusive, mais quatro projetos serão encerrados definitivamente e a tentativa de autossustentação que levamos ao longo de alguns anos só garante 10% da necessidade.

Depois de quase dois anos de reflexão, escolhemos o IHU para dar continuidade à nossa informação. Por que?

– O Instituto Humanitas UnisinosIHU atua como um propagador de notícias. Os que conhecem seu site na Internet percebem como sua filosofia de informação está bem próxima da Adital. Em várias oportunidades, inclusive, publicamos entrevistas, que eles realizam. A base comum de nossa informação é valorizar os setores sociais comprometidos com a construção de democracia e cidadania.

– A Adital vai repassar seu farto banco de dados, formado por mais de 90.000 matérias em espanhol e português, que são objeto constante de pesquisas de leitores/as e profissionais da comunicação. Também vai repassar toda a sua mala direta, com cerca de 100.000 endereços eletrônicos cadastrados.

E saibam os leitores que o IHU está renovando, nos próximos meses, por completo, seu site, que responderá mais ao esquema de um portal, e deve alcançar antigos e novos leitores através das tecnologias mais modernas, para garantir uma penetração mais capilar da informação. Além do envio dos e-mails e da presença nas redes sociais da Internet, como Facebook e Twitter, a nova plataforma será responsiva, o que permitirá o acesso adequado e o compartilhamento de conteúdo via dispositivos móveis, como tablets e smartphones.

O site atual de Adital e o envio do newsletters continuarão até que este novo site esteja no ar. Mas, já no começo de abril de 2016, o IHU assumirá por completo o trabalho de produção das matérias da Adital. A previsão é de que até setembro, portanto, será continuada a publicação simultânea dos dois sites, cada um identificando também a logomarca um do outro [IHU e Adital] para que o leitor perceba que há colaboração e continuidade.

Isto se deve ao fato de que Adital já tinha se comprometido a realizar, nos próximos sete meses, em Fortaleza [Estado do Ceará], uma reportagem peso sobre o trabalho desenvolvido por entidades na recuperação e reinserção social de jovens que querem sair do mundo da prostituição, da droga e da marginalidade. As etapas desta reportagem serão publicadas, semanalmente, em ambos os sites.

Amigas/os leitoras/es,

Vamos continuar nosso compromisso com o tipo de informação que publicamos e pedimos que cada um de vocês continue divulgando IHU/Adital entre amigas e amigos.

Atenciosamente,

Diretoria da Adital

“Precisamos ser muito mais eficientes na produção e no consumo e entender que nosso planeta tem recursos finitos. Um mudança individual no comportamento é fundamental para reduzir os impactos das mudanças climáticas”. Este foi o pedido de Carlos Rittl, do Observatório do Clima, durante sua participação na 13ª Páscoa IHU. O Cuidado da nossa Casa Comum, na quinta-feira, 17 de março.

Pensando nos desafios para combater as mudanças climáticas e na relevância do Acordo Climático firmado na 21ª Conferência das Partes (COP-21), realizada em dezembro de 2015, em Paris, Carlos Rittl ministrou duas conferências no Instituto Humanitas UnisinosIHU. Na oportunidade o palestrante trabalhou temas como mudanças climáticas, impactos do aquecimento global no Brasil, extremos climáticos, COP-21, planejamento energético e a Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco.

Brasil e o compromisso com o meio ambiente

No debate sobre Mudanças climáticas no Brasil e seus impactos sociais e econômicos, o biólogo falou sobre a participação do Brasil nas emissões de gases de efeito estufa, que é um dos maiores emissores mundiais. Refletiu, também, sobre a importância das metas estipuladas na COP-21 e os desafios a serem enfrentados. “O Brasil se comprometeu em alcançar níveis de desmatamento zero, restaurar 15 milhões de hectares nas pastagens, fazer a integração de lavoura-pecuária-floresta em 5 milhões de hectares e garantir 45% da matriz energética em fontes renováveis”, pontua.

Rittl também abordou a importância da Carta Encíclica Laudato Si’ – Sobre o Cuidado da Casa Comum, do Papa Francisco. “A Laudato Si’ foi de extrema relevância, pois trouxe um engajamento mais amplo sobre a agenda climática. São atitudes assim que nos dão um fio de esperança”, destaca.

COP-21

O secretário do Observatório do Clima, em sua segunda conferência, destacou o Acordo de Paris. Enfatizou, também, que a diferença do documento de Paris em relação às COPs anteriores é que haverá uma revisão periódica dos compromissos assumidos e se eles estão sendo cumpridos. No entanto, frisou que um dos aspectos que deixou a desejar foi a questão da justiça climática, pois “saímos do Acordo de Paris sem saber quem vai pagar a conta”.

Planejamento energético e Belo Monte

Rittl alertou sobre a necessidade de um planejamento energético brasileiro, principalmente em relação às usinas hidrelétricas. “O clima daqui a 30 anos não será o mesmo.  É preciso pensar na adaptação às mudanças climáticas. Se eu planejo construir hidrelétricas, tenho que pensar se elas não serão a fio d’água, pensar a vazão dos rios é importante no planejamento energético”, informa. Destacou, ainda, que a Usina de Belo Monte “não se justifica, pois está promovendo impactos sociais e ambientais imensos. E está evidente sua ligação aos interesses políticos e econômicos”.

Foto: Fernanda Forner / IHU

Desenvolvimento sustentável X Economia capitalista

Questionado sobre se existe a possibilidade de um desenvolvimento sustentável em uma economia capitalista, Carlos Rittl deixou claro que precisamos partir para um outro modelo de desenvolvimento, onde “economia e ecologia dialoguem para o gerenciamento da nossa Casa Comum”.

O biólogo também frisou a necessidade da mudança individual no comportamento de cada um e declarou que “temos que acabar com a cultura da abundância e começar a discutir que os recursos naturais são finitos. Precisamos ser muito mais eficientes na produção e no consumo”.

Quem é Carlos Rittl

Mestre e doutor em Biologia Tropical e Recursos Naturais. Foi coordenador do Greenpeace Brasil e do Observatório do Clima, rede brasileira formada por ONGs e movimentos sociais, onde atualmente é Secretário Executivo.

O Ciclo de atividades. O cuidado de nossa Casa Comum segue até 03 de maio de 2016.  A programação completa pode ser vista aqui.

Confira a cobertura completa sobre as atividades aqui.

Por Cristina Guerini e Fernanda Forner

Para ler mais:

No dia 28 de abril, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU promove uma caminhada ecológica para observar a fauna e flora nativa pertencente ao Campus da Unisinos em São Leopoldo. Será o Encontro de educação ambiental e caminhada ecológica, testemunhas da fauna e da flora nativa do Campus Unisinos.

Ambiente próximo à Biblioteca. / Foto: Nahiene Alves

Próximo ao Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) a professora de Ciências Humanas Cristiane Fensterseifer Brodbeck, da Unisinos, orientará o encontro, que sairá às 14h30min do IHU e terá cerca de duas horas de duração. As inscrições podem ser feitas aqui.

Com uma área de 90,55 hectares, o espaço universitário é composto por lagos, jardins, áreas de preservação ecológica e algumas espécies de animais. As árvores possuem placas que identificam suas espécies, além disso, existem canteiros os quais são responsabilidade dos alunos de biologia. Tais fatores permitem a integração da comunidade acadêmica com a natureza.

Lago da Unisinos, na Área A. / Foto: Nahiene Alves

A Caminhada Ecológica faz parte do Ciclo de atividades. O cuidado de nossa Casa Comum e busca identificar as causas e implicações da crise ecológica contemporânea, enfatizando suas raízes humanas, bem como as possibilidades das atividades humanas na Terra na perspectiva de uma ecologia integral.

Praça do Heráclito / Foto: Rodrigo W. Blum

A programação do Ciclo ainda traz conferências, exposições fotográficas, mesas-redondas para debates sobre ecologia e outros assuntos de aspecto ambiental. As atividades continuam até o dia 03 de maio e se destinam a professores (as), pesquisadores (as), alunos (as), funcionários (as) da Universidade e interessados (as) em geral.

Foto: www.faz.net

À luz da obra do filósofo francês René Girard, falecido em 4 de novembro do ano passado, uma edição especial encerrou o ano de 2015 da Revista IHU On-Line. A edição  Nº. 479 abordou os conceitos centrais que permearam a reflexão filosófica de Girard, como violência, bode expiatório, sacrifício e sagrado.

Segundo o teólogo francês Dominique Janthial, na entrevista “O desejo mimético, o bode expiatório e o espírito competidor: traços da antropologia humana“, “foi a leitura da Bíblia” que “revelou” a Girard o mecanismo do bode expiatório. Ele explica que o “bode expiatório é tachado de ter causado todos os males da cidade, de modo que apenas sua execução pode salvar essa cidade. No entanto, como a execução restabelece a ordem e põe fim à guerra de todos contra todos canalizando a violência sobre um só, atribui-se ao bode expiatório um poder benéfico que o torna uma espécie de ‘deus’, senhor do bem e do mal!”.

Outros especialistas entrevistados na edição 479, como Xabier Etxeberria Mauleon, propõem uma releitura da obra de Girard para compreender a lógica sacrificial no mundo contemporâneo. Renovando o conceito de René Girard, na entrevista “A prática do sacrifício, hoje, é a prática da barbárie”, Mauleon pontua que “de todo modo [a prática do sacrifício] segue sendo uma realidade. De forma explícita, quando se mata em nome de Deus, para agradar-lhe e obter seu favor e a salvação. Num contexto de secularização, situamo-nos nessa mesma dinâmica perversa quando matamos em nome da pátria ou de outro referente humano sacralizado”. Para o filósofo espanhol, a lógica do sacrifício ainda permanece nos dias de hoje, e é acentuada nos campos da política e da economia.

Foto: Cristina Guerini / IHU

Roberto Solarte, filósofo e professor na Pontifícia Universidade Javeriana de Bogotá, na entrevista “O mundo sem Deus não deixou de ser religioso”, também reconhece que “nos mundos políticos e econômicos são feitas chamadas frequentes ao sacrifício por diversos motivos. Dentro da política, (…) sem algum sacrifício, será impossível a conquista do fim político. (…). Algo semelhante ocorre com a economia de livre mercado, que sob o estandarte da liberdade da empresa submete a maioria do planeta aos caprichos de algumas elites que acumulam desmedidamente tudo o que não necessitam e não poderão nunca consumir.”

Um convite à reflexão em tempo de Páscoa

Créditos: www.iglesiavitacura.org

Nesta Semana Santa, momento em que os cristãos celebram a morte e a ressurreição de Cristo, a IHU On-Line traz entrevistas que podem inspirar esse “novo tempo”. A entrevista “O Sermão da Montanha: um convite à gratuidade e à confiança”, com Elian Cuvillier, doutor em teologia, é um chamado para a “boa nova de Jesus”. Viver sob a luz da Boa Nova de Cristo, explica o teólogo, significa viver na “confiança em um Deus que vem ao meu encontro e que, em troca desta confiança, não me pede mais nada”. Cuvillier esclarece ainda que o Sermão de Jesus “não é uma moral (tu deves fazer isto ou aquilo para obter isto ou aquilo — lógica da troca e da retribuição), mas a proclamação de uma Palavra que vem abrir para uma nova compreensão de Deus, de nós mesmos e dos outros”. Na entrevista, o teólogo pontua que o “Sermão da Montanha – SM antecipa o que se realizará plenamente na Paixão de Jesus. (…) A morte na cruz é o lugar em que Jesus realiza, ao extremo de sua lógica, a palavra inédita do SM”.

Ainda nesta edição, teólogos e especialistas em literatura comentam como a relação do homem com Deus tem sido um tema frutífero na literatura universal. Na entrevista “A presença de Deus nas obras de Dostoiévski”, Elena Vássina, professora de letras na USP, afirma que “todas as obras de Dostoiévski evidenciam a relação divina com a humana”. Já Karl-Josef Kuschel, teólogo e escritor, na entrevista “Teologia e literatura na superação do absurdo”, frisa que “com os poetas podemos aprender que a pessoa e a causa de Jesus nunca se esgotam”.

Confira todas as entrevistas, e o artigo, que se aprofundam na teoria e atualizam René Girard:

Veja a edição completa da IHU On-Line nas versões HTML e PDF.

Acesse aqui para saber um pouco mais sobre René Girard

Por Cristina Guerini e Patricia Fachin

Veja mais sobre René Girard: