Agente laranja, um dos inimigos daqueles que lutam pelo direito de produtos que não sejam produzidos com ingredientes geneticamente modificados; sementes transgênicas, modificadas para resistirem aos herbicidas prejudiciais; falta de informação nos rótulos de alimentos, que os identifiquem como transgênicos ou não. Esses três problemas, que vieram sendo o tema de diversos protestos pelos Estados Unidos nos últimos anos, acabam convergindo para um nome em comum: Monsanto.

A Monsanto, maior produtora de sementes do mundo e que, desde 1997, intitula-se uma empresa de agricultura sustentável, conquistou o que quase nenhuma da área conseguiu: a repulsa do público em geral e do consumidor, em todos os cantos do planeta. O papel essencialmente negativo dessa organização é detalhado em 109 minutos, no documentário “O mundo segundo a Monsanto”, que será exibido durante o Ciclo de Filmes – Clima e Sustentabilidade, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Produzido pela diretora e jornalista francesa Marie-Monique Robin, o longa expõe o papel da Monsanto como produtora de algumas das toxinas responsáveis por doenças como câncer e demência, e a facilidade como encobertam os problemas e efeitos colaterais que acontecem a partir do contato e/ou uso continuo de seus produtos. Marie Robin traça assim toda a história da principal fabricante de organismos geneticamente modificados (OGM), cujos grãos de soja, milho e algodão proliferam pelo mundo, apesar dos alertas de vários ambientalistas.

Durante o documentário, também é abordado os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos, que em 2007, cobriam 100 milhões de hectares, com propriedades genéticas patenteadas em 90% pela Monsanto. Inclusive, ela conta que, por meio de uma política de fatos consumados, as autoridades do Brasil e do Paraguai foram obrigadas a legalizar centenas desses hectares plantados com grãos contrabandeados, uma legalização que, obviamente, favoreceu a empresa em questão, que assim pôde cobrar os royalties por seus produtos.

Em réplica ao filme, o portal brasileiro da Monsanto em seguida publicou um post intitulado “documentário francês tenta denegrir imagem da Monsanto”, esclarecendo sua situação em relação ao filme (citando claramente que faz isso apenas “em respeito aos seus funcionários e stakeholders”), afirmando que o documentário em questão foi realizado por aqueles que fazem parte de um esquema, cujo objetivo é desacreditar a biotecnologia agrícola e aqueles envolvidos com o seu desenvolvimento. Deixa claro que se orgulha de ser um nome líder nessa área e que Marie-Robin tenta confundir o público com sua classificação negativa da empresa. No entanto, a diretora relatou em entrevistas divulgadas na mídia que tentou, em vão, obter respostas da Monsanto para todas as interrogações presentes no filme, mas que a companhia decidiu “não avaliar” seu documentário.

Para interessados em compreender do que se trata os problemas envolvendo essa gigante da biotecnologia, as inscrições para assistir o longa “O mundo segundo a Monsanto” podem ser feitas aqui. O filme será exibido no dia 21 de maio, às 19h30min, como parte do evento Ciclo de Filmes – Clima e Sustentabilidade, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, ambiente parte do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. 

Em sua 11ª edição, o evento de Páscoa do IHU, intitulado “Ética, Memória, Esperança. Uma perspectiva de triunfo da Justiça e da Vida” que ocorreu no período de 19 de março a 11 de abril de 2014, teve como fio condutor a problemática do mal na contemporaneidade. No período do evento contamos com debates transdisciplinares, exibições de documentários e audições comentadas.

O Instituto Humanitas Unisinos – IHU em parceria com a TV Unisinos, está disponibilizando, através do seu canal no youtube, grande parte da cobertura das palestras e atividades realizadas nesse período.

Para acessar individualmente, confira abaixo a lista com as palestras já disponíveis para o público, ou clique aqui para visualizar a playlist com todos os vídeos do evento.

Suélen Farias

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Através de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Em mão fechadas – Dora Ferreira da Silva

Em mãos fechadas
quis preservar o infinito
elas não se abriram
continham uma vida sem além
cerrada sobre o finito.
Soluça o engano
lágrimas tão desatinadas
escorrendo na face do nada.
Nada disse. O que diria
à surdez de um destino?
Lívida parada fiquei
e lentamente me afastei
como se apaga o som de um sino

Fonte: Dora Ferreira da Silva. Cartografia do imaginário. Poemas. São Paulo: T.A. Queiroz, 2003, p. 136

Dora Ferreira da Silva (1918-2006) é uma das grandes vozes da poesia brasileira. Poeta, tradutora e ensaísta, com vários livros editados, sendo sua obra completa editada pela Topbooks: Poesia Reunida (com 484 páginas). Foi duas vezes premiada com o Jabuti. Aclamadas são também suas traduções de João da Cruz, Tauler, Rilke e Hölderlin, bem como sua tradução e comentários da obra Elegias de Duíno, de Rilke, já na sexta edição (Editora Globo, 2013). É muito ligada à dimensão espiritual, que considera traço condutor e propulsor de sua vocação poética.


Em 2009 foi realizado o I Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul, que contou com a participação de cerca de 400 pesquisadores e estudantes dos vários países do Cone Sul. Esse é um projeto que surgiu devido à uma pesquisa desenvolvida pelo Laboratório de Estudos de Gênero e História – LEGH, desde março de 2006.

A iniciativa visa os movimentos de mulheres e feministas que, num movimento de expansão, atingiram, através das notícias, dos livros, da circulação de pessoas, diferentes países e em diversas épocas. O projeto  que aconteceu em 2009 ainda resultou na publicação de um livro, cujo título mantém o mesmo nome do evento.  Confira aqui!

Seguindo a mesma linha do primeiro evento e aproveitando o ensejo da rememoração do  Golpe de Estado de 1964 e a realização do XV Encontro Estadual de História, promovido pela ANPUH-SC e UFSC intitulado “1964-2014: Memórias, Testemunhos e Estado”, nos dias 11 a 14 de agosto de 2014, será realizado o II Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul.

Todos podem enviar seus trabalhos e se inscrever até o dia 20 de Abril. Acesse o site e inscreva-se. 

Para mais informações referentes ao Colóquio, entre em contato através do e-mail:  coloquioconesul2@gmail.com

Para finalizar a Programação da Páscoa IHU 2014, foram realizadas duas Audições comentadas de composições musicais relacionadas à nossa celebração anual. A reunião ocorreu nos dias 10 e 11 de abril, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, e foi ministrada pela Profa. Dra. Yara Caznok.

Confira como foram os eventos!

Audição comentada da Cantata BWV 6, Bleib bei uns, denn es will Abend werden, de Johann Sebastian Bach – Fica conosco, pois a noite já vem

Yara Caznok

Na quinta-feira, 10 de abril, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, contamos com a presença da Profa. Dra. Yara Caznok para ministrar a Audição Comentada da Cantata “BWV 6, Bleib bei uns, denn es will Abend werden”, de Johann Sebastian Bach, “Fica conosco, pois a noite já vem”.

No decorrer do evento, a professora esclareceu o amplo leque de significados da composição e as sensações que ela incide em virtude de sua sonoridade e entonação. A composição musical foi criada em uma segunda-feira pascal e foi apresentada pela primeira vez em 02 de abril de 1725. O texto do primeiro movimento (Fica conosco, pois está anoitecendo e o dia já declina) está em Lucas 24:29.

A melodia foi escrita para dois oboés, oboé da caccia, cordas (violinos, violas e baixo contínuo), solistas vocais e coro, em seis movimentos: Coro, Ária (Contralto), Coral (Soprano), Recitativo (Baixo), Aria (Tenor) e Coral (Soprano, Contralto, Tenor e Baixo).

A audição de 10 de abril iniciou-se às 17h30min e teve seu término às 19h.

Audição comentada da Missa de Santa Cecília: Missa Cellensis – In honorem Beatissimae Virginis Mariae, Hob. XXII:5, em Dó maior, de Joseph Haydn

“A música é como um meio de expressão”, destaca Yara Caznok, iniciando sua conferência intitulada Audição comentada da Missa de Santa Cecília: Missa Cellensis – In honorem Beatissimae Virginis Mariae. Hob. XXII:5, em Dó maior, de Joseph Haydn. A reunião ocorreu no dia 11 de abril, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Yara Caznok e Cleusa Andreatta

Com uma plateia emocionada ao som de Haydn, Yara analisou os versos da música seguida da sonora, enfatizando a importância da música e dos verbos que, em conjunto, formam um meio de expressão. “No início, era somente o som, depois, com o auxílio dos verbos, surgiu a razão formando a melodia agradável que temos atualmente”, afirma ela.

Durante o intervalo da Audição do dia 11 de abril, foi servido um coffee-break, e, após, os últimos momentos da melodia e a finalização com a Professora Yara.

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Quem é Yara Caznok?

Yara Caznok é licenciada em Letras Franco Portuguesa pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio (1978) e bacharel em Música com Habilitação em Piano pela Faculdade Paulista de Arte (1979). Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992) e doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente, é Coordenadora do Conselho de Cursos de Bacharelado em Música e de Licenciatura em Educação Musical do Instituto de Artes da UNESP, campus São Paulo.

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Segue abaixo uma entrevista com a Professora!

Clique na imagem para assistir a entrevista!

 Suélen Farias