Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Através de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira,  teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Conduz-me, doce luz – John Henry Newman

Conduz-me, doce luz, pela escuridão que me cerca,
sê tu a me conduzir!
A noite é escura e estou longe de casa,
sê tu a me conduzir!
Protege meus passos, não te peço para ver
a longa distância: apenas um passo por vez
para mim já é mais que suficiente.

Não fui sempre assim,
e não rezei sempre
para que tu me conduzisses.
Eu gostava de escolher e ver o caminho;
mas agora sê tu a me conduzir.
Eu gostava do dia luminoso
e, apesar dos medos,
o orgulho guiava minha vontade:
não recordes os anos passados!

Por tanto tempo o teu poder me abençoou,
e, certamente, conduzir-me-á ainda,
para além do atoleiro e do brejo,
para além da escarpa e da força das torrentes,
até que a noite se dissipe;
e, pela manhã, sorriam rostos de anjo,
rostos que há muito tenho amado
e só por pouco tenho perdido.

Fonte: Faustino Teixeira & Volney Berkenbrock (Orgs). Sede de Deus. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 41-42.

Cardeal John Henry Newman (Londres, 1801 – Edgbaston, 1890) foi um sacerdote anglicano inglês convertido ao catolicismo, posteriormente nomeado cardeal pelo papa Leão XIII em 1879.

Ordenado sacerdote da Igreja Anglican, tornou-se mais tarde um dos líderes do “Movimento de Oxford”. Ele considerava o anglicanismo de seu tempo excessivamente protestante e laicizado e achava o catolicismo corrompido em relação às origens do cristianismo. Por isso buscou uma “via média entre os dois” e, pesquisando sobre os inícios da Igreja Católica e do cristianismo em geral, terminou por converter-se ao catolicismo. Em 1847 foi ordenado sacerdote da Igreja Católica em Roma.

Beatificado no dia 19 de setembro de 2010 pelo Papa Bento XVI.

“Qual tipo de seres você pensa que nós somos? Isto pode parecer um questionamento filosófico. Em parte é, mas ele está longe de ser abstrato. Ele está no núcleo das filosofias que nós vivemos. Ele vai ao coração de como nós educamos nossas crianças, gerenciamos as nossas escolas, organizamos nossas políticas sociais, lidamos com assuntos econômicos, ameaçamos aqueles que cometem crime ou quem julgamos doentes mentais, e talvez até como nós avaliamos a beleza na arte e na vida. Somos criaturas espirituais, habitadas por uma alma imaterial? Estamos sendo guiados pelos nossos instintos e paixões que devem ser treinados e civilizados por disciplinas e inúmeros hábitos? Nós somos únicos entre os animais, abençoados pelas nossas mentes, modo de falar e consciência? Esta é a nossa própria natureza como seres humanos moldados pela estrutura e pelas funções do nosso cérebro?”

Estes são alguns dos questionamentos feitos por Nikolas Rose e Joelle Abi-Rached no livro Neuro: The New Brain Sciences and the Management of Life (em tradução livre: Neuro: Novas Neurociências e Gestão da Vida), (Editora Princeton University, 2013, 352 páginas)

Para eles, a ciência do cérebro está influenciando como nunca antes o nosso entendimento em relação ao comportamento humano através de áreas como neuropsiquiatria, neuroteologia e neuroestética, o que faz com que muitos acreditem que é o cérebro que nos torna humanos:  “A neurociência parece ser um aliado improvável no pensamento progressista, mas seus efeitos podem nos surpreender.”

O livro será debatido pelos professores Eduardo Zanella (CAPES/PPGAS/UFRGS) e Miguel Herrera (CNPq/PPGAS/UFRGS) no dia 9  de outubro (quinta-feira) na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, a partir das 17h30.

Presença no XIV Simpósio

Nikolas Rose, um dos autores do livro, estará presente no XIV Simpósio Internacional IHU: Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea.

O biólogo, psicólogo e sociólogo, apresentará no dia 22 de outubro (quarta-feira) a conferência “A biopolítica no século XXI: cidadania biológica e ética somática”.

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Como parte das atividades desenvolvidas ao redor do lançamento da Escola de Humanidades da Unisinos, ocorre no Instituto Humanitas Unisinos – IHU a Oficina do ObservaSinos intitulada “Diagnóstico socioterritorial e políticas públicas”. O evento acontece no dia 17 de setembro, a partir das 14h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros.

Para participar da Oficina é gratuito, e certificados serão concedidos àqueles que estiverem presentes. O objetivo central do evento é analisar as referências e experiências do diagnóstico socioterritorial e suas implicações nos territórios e políticas públicas, e seu público alvo engloba todos acadêmicos e pesquisadores (principalmente das áreas de Ciências Humanas e Sociais, Ciências da Saúde e Ciências Jurídicas), assim como trabalhadores, gestores e lideranças com atuação nas políticas públicas e sociais nos campos estatais, empresariais e da Sociedade Civil.

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Os acadêmicos do Curso de Economia da Unisinos, através da atividade acadêmica de Economia Gaúcha ministrada pela professora MS Vanessa Batisti, apresentaram à equipe do ObservaSinos seus estudos sobre  a realidade do Vale do Sinos, em encontro realizado no dia 6 de agosto. Esta produção é resultado da parceria entre o curso e o Observatório, que tem o objetivo de promover o acesso, a análise e o debate da realidade regional.

O tema referencial da análise foi pautado pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODMs. Três grupos produziram suas análises sobre pobreza, educação e ambiente, que tiveram como referência inicial os indicadores e análises sistematizados pelo ObservaSinos sobre os 14 municípios da região. Os acadêmicos Guilherme Fiorentin, Guilherme Roglio e Sylvio Kappes seguem qualificando os textos com a contribuição da professora, para a publicação nas notícias do dia do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Por Marilene Maia e Gabriel Auler

Na quinta-feira, 04-09-2014, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU recebeu o pedagogo Maurício dos Santos Ferreira, que proferiu a conferência O Perfil Profissional Contemporâneo: campo estratégico de investimentos, competitividade e governamento da população.

O tema em debate foi discutido desde a perspectiva da pedagogia, área de formação do palestrante. “Trabalhei durante anos em RH, âmbito no qual vivenciei diversas questões trabalhistas e que deu origem aos temas das minhas pesquisas”, explica Ferreira.  O evento, que integra a programação do IHU Ideias, foi realizado na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros.

Quem, afinal de contas, nunca deu uma olhadinha nos classificados de emprego? Quem nunca se viu diante de exigências esdrúxulas para vagas de emprego? Pois, bem, foi a partir das descrições das competências para as vagas que o professor fez uma análise do perfil profissional atualmente exigido pelo mercado. A pesquisa foi realizada durante o mestrado em Educação, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

O Perfil

Segundo o pedagogo, o perfil exigido dos profissionais no mercado de trabalho vem sofrendo diversas transformações e, antes, competências que eram extremamente necessárias hoje já não são. Investir em um projeto de carreira aparece como um dos pontos principais para manter-se “inovando”, na opinião de Ferreira.

Para o pesquisador, o ponto de partida não estaria mais no exterior – no trabalho abstrato como consequência do tempo dedicado à empresa – e sim na “racionalidade interna” do sujeito, uma vez que no chamado “novo capitalismo” são as próprias aptidões do trabalhador que figuram como capital. “O sujeito deve voltar-se ao mercado para ver o que é importante, requerido, mas raro de encontrar em termos de capital humano. Portanto, escassez e valorização servem de ‘bússola’ para traçar a carreira e definir o perfil”, ressalta o pesquisador.

Profissional contemporâneo

O professor encerra com uma provocação, trazendo uma citação que diz respeito ao que ele projeta para o profissional contemporâneo:

Na sua carreira, o conhecimento é como um litro de leite. Ele tem um prazo de validade impresso na embalagem. O prazo de validade de um diploma universitário é de menos de dois anos. Portanto, se você não substituir tudo o que sabe a cada três anos, sua carreira irá deteriorar-se, exatamente como aquele litro de leite. (DON apud MEISTER, 1999, p. 9).

Quem é Maurício dos Santos Ferreira?

Maurício dos Santos Ferreira é pedagogo formado pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS na linha de pesquisa Estudos Culturais. Atualmente, é professor e coordenador do Curso de Pedagogia da Unisinos, integrando o Núcleo de Formação Docente e o Grupo Articulador da Educação das Relações Etnicorraciais, além de professor convidado do Programa de Pós-Graduação da Aupex.

 Suélen Farias