Celebrando os 50 anos do final do Concílio Vaticano II, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU promove o II Colóquio Internacional IHU, O Concílio Vaticano II: 50 anos depois. A Igreja no contexto das transformações tecnocientíficas e socioculturais da contemporaneidade, nos dias 19 a 21 de maio de 2015, na Unisinos São Leopoldo.
O evento tem como principal objetivo analisar o evento eclesial, bem como os documentos conciliares, com o propósito de debater seus significados e contribuições para a presença da Igreja num mundo que vive grandes transformações tecnocientíficas e socioculturais.
Participarão do evento, entre outros, os seguintes professores e pesquisadores:

Padre jesuíta que, aos 95 anos, ainda leciona teologia na Georgetown University (EUA). Conhecido por seus estudos sobre o Concílio Vaticano II e por ser um dos principais historiadores da Igreja, O’Malley é doutor em história pela Universidade de Harvard. Autor de diversas publicações, entre elas, seu livro mais famoso é: Os primeiros jesuítas (The First Jesuits, Harvard UP, 1993). Entres suas obras, também destaca-se O que Aconteceu no Vaticano II (What Happened at Vatican II Harvard, 2008), pelo qual recebeu o Prêmio Gilmary Shea John por ter sido considerado o melhor livro na American Catholic Historical Association, e Uma história dos Papas [na tradução literal] (A History of the the Popes, Rowman & Littlefield, 2009). Ao longo de sua trajetória recebeu diversos prêmios, medalhas e foi eleito membro de diversas sociedades, entre elas, para Academia Americana de Artes e Ciências.
O historiador já contribuiu com sua experiência nas publicações do IHU e com entrevistas concedidas, em uma delas, aproveitou para refletir sobre a importância do Concílio para a igreja e para a Companhia de Jesus: “O Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um evento complexo, mas um de seus aspectos foi a reconciliação com o mundo moderno, uma virada de consciência que afetou profundamente a Companhia de Jesus. Os jesuítas reuniram-se para a 31ª Congregação Geral assim que o Concílio foi concluído, e, uma década depois, seguiu-se a 32ª. Esses dois encontros fizeram para a Companhia o que o Vaticano II fez para a Igreja”. Leia a entrevista completa aqui.
Por ocasião do evento desta semana, concedeu uma entrevista à revista IHU On-Line que pode ser lida aqui.
Por sua vez, a edição no. 94 de Cadernos Teologia Pública, publica o artigo “Vaticano II: a crise, a resolução, o fator Francisco“. O texto pode ser acessado clicando aqui.
Em breve a IHU On-line publicará um perfil completo de John O’Malley.

Teólogo jesuíta, Theobald é professor no Centre Sèvres (Paris) e autor de diversas obras, entre elas, La Réception du Concile Vatican II: Accéder à la source [A recepção do Concílio Vaticano II: ter acesso à fonte – na tradução literal] (Paris: du Cerf, 2009).
“As grandes intuições de futuro do Concílio Vaticano II: a favor de uma ‘gramática gerativa’ das relações entre Evangelho, sociedade e Igreja” é o tema que o teólogo abordou no XIII Simpósio Internacional IHU, Igreja, Cultura e Sociedade: a semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica, promovido pelo IHU.
O texto foi publicado em Cadernos Teologia Pública, no. 77 e pode se acessado clicando aqui.
A revista IHU On-Line desta semana publica uma preciosa resenha do livro de C. Theobald. A resenha é de G. Routhier e pode ser acessada clicando aqui.

“Após cinquenta anos do Concílio Vaticano II, temos um Papa que aceita as orientações conciliares e pensa a partir delas: “João Paulo II e Bento XVI eram homens do Concílio Vaticano II e seus pontificados estavam empenhados em corrigir as trajetórias do Concílio. Francisco aceita o Concílio como um dado fundamental da Igreja de hoje”, é o que destaca o professor da University of St. Thomas (EUA), sobre o papado de Francisco e seu comprometimento com um diálogo aberto, em entrevista recente à IHU On-Line.
Faggioli é doutor em História da Religião e autor de diferentes publicações, entre elas, Vaticano II: A luta pelo sentido (Paulinas, 2013); True Reform: Liturgy and Ecclesiology in Sacrosanctum Concilium (Liturgical Press, 2012); e, em espanhol, Historia y evolución de los movimientos católicos. De León XIII a Benedicto XVI (Madrid: PPC Editorial, , 2011).
Cadernos Teologia Pública, no. 95, publica o artigo “Gaudium et Spes” 50 anos depois: seu sentido para uma Igreja aprendente“. O texto pode ser lido clicando aqui.

O padre Gilles Routhier é um dos especialistas na recepção e na hermenêutica do Vaticano II.
Professor na Universidade de Laval (Canadá), é doutor pelo Instituto Católico de Paris e pós-doutor pela Université Paris-Sorbonne (Paris IV). Pesquisa, principalmente, o ConcílioVaticano II, seus ensinamentos, história, hermenêutica e recepção.
Publicou, dentre outros, em 2007, 40 ans après Vatican II: Espérer (Montreal, Novalis); Penser l’avenir de l’Église(Montréal, Fides, 2008); e coeditou em 2010, com Guy Jobin, L’Autorité et les autorités. L’herméneutique théologique de Vatican II (Cerf).
Na entrevista “Vaticano II: bússola confiável para conduzir a Igreja rumo ao terceiro milênio“, concedida à IHU On-Line, o teólogo descreveu como as novidades do evento eclesial foram recebidas e colocadas em prática pela Igreja: “indubitavelmente a Igreja mudou, e a mudança se deu em vários campos: na vida religiosa, na formação dos padres, no exercício da função episcopal, no ecumenismo, no diálogo inter-religioso etc”.
A revista IHU On-Line desta semana publica uma entrevista com o teólogo canadense sob o título “A lufada de ar do Concílio Vaticano II na Igreja”
Gilles Routhier, na mesma edição, publica uma ampla e detalhada resenha do livro de Cristoph Theobald, La Réception du Concile Vatican II: Accéder à la source, Cerf, 2009, 994 pp. Trata-se de uma leitura obrigatório. Confira clicando aqui.

Ao falar da atual conjuntura da igreja, em entrevista à IHU On-Line, o teólogo comenta sobre o espírito de renovação, proposto pelo Papa Francisco, a partir da aproximação com os pobres: “A teologia do Papa Francisco é missionária, pastoral e espiritual, orientada para a proximidade com os pobres nas diferentes periferias do mundo, periferias geográficas, sociais, culturais e existenciais”.
Doutor em Teologia Fundamental e nascido na Alemanha, Suess, realizou um trabalho sobre Catolicismo popular no Brasil. Recebeu o título de Doutor honoris causa, das Universidades de Bamberg (Alemanha, 1993) e Frankfurt (2004). É assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário – Cimi e professor no ciclo de Pós-Graduação em Missiologia, no Instituto Teológico de São Paulo – ITESP. Entre suas publicações, citamos Dicionário de Aparecida. 40 palavras-chave para uma leitura pastoral do Documento de Aparecida (São Paulo: Paulus, 2007).
Na revista IHU On-Line que tem como tema de capa “E soprou o vento de ar puro … Os dois anos de Papa Francisco em debate“, Paulo Suess concedeu uma entrevista que pode ser lida clicando aqui.

Em 2008, o professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, já tratava o Sínodo dos Bispos como um encontro de encadeamento ao Concílio, falando da importância que a igreja deve dar as atuais transformações socioculturais: “O Sínodo é uma instituição para dar continuidade ao Concílio Vaticano II. Deve promover a recepção do Concílio pelo povo eclesial. A importância disso salta à vista quando se sabe que o Concílio de Trento levou quatrocentos anos para ser mais ou menos “recebido” no Brasil. Agora, estamos a mais de quarenta anos do Vaticano II (1962-1965), mas espera-se que a recepção não leve quatro séculos.”, comentou em entrevista concedida à IHU On-Line.
Konings é padre jesuíta nascido na Bélgica e participou como perito na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em 2008, com o tema A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja. Filósofo e filólogo, concluiu o doutorado em Teologia na Universidade Católica de Louvaina, na Bélgica. Entre suas obras, A Palavra se fez livro (Loyola, 2010, 4ª ed.) e Ser cristão – Fé e prática (Vozes, 2003, 5ª ed.).

Em 2012, o professor de Teologia da PUC-RS, já afirmava sobre o crescimento da presença de fiéis homossexuais na igreja e propunha uma discussão entre os teólogos para que soubessem lidar com o assunto, mesmo sabendo que, na época, o Vaticano não apoiava essa postura. Em 2015, o debate polêmico está em voga, por conta da mudança da postura do atual Papa. A partir dessa e de outras questões, é que o professor participará do debate sobre “o novo teologizar a partir do Vaticano II”.
Doutor em Teologia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana também comenta, em entrevista à IHU On-line, sobre a relação da Teologia da Libertação com o Concílio: “A Teologia da Libertação se inseriu, desde o seu início, na espessura da historicidade: é uma forma radical de teologia da história, e por isso vai se transformando com o andar da história. Hoje há quem acuse o próprio Concílio Vaticano II de ter cedido demasiado ao tempo histórico da modernidade”.
Veja o depoimento de Erico Hammes concedido à IHU On-Line desta semana, sob o título “A guinada estético-teológica de Bergoglio“.

O teólogo define como fundamentais quatro pontos do Concílio Vaticano II em relação à Igreja: “a definição da Igreja como povo de Deus, a afirmação de que esta se encontra a serviço do reino de Deus, a doutrina da colegialidade episcopal e de que junto com Pedro, o colégio episcopal detém o supremo poder sobre a Igreja. Finalmente, o reconhecimento de que há uma única Igreja de Jesus Cristo que subsiste na Igreja católica, mas que se encontra presente nas outras Igrejas”, durante a entrevista “O ecumenismo para a fulguração da unidade entre os cristãos“.
Beozzo é padre e coordenador geral do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular – Cesep. Tem mestrado em Sociologia da Religião, pela Université Catholique de Louvain, Bélgica, e doutorado em História Social, pela Universidade de São Paulo – USP. Faz parte do Centro de Estudos de História da Igreja na América Latina – CEHILA/Brasil, filiado à Comissão de Estudos de História da Igreja na América Latina e no Caribe – CEHILA. Também é sócio-fundador da Agência de Informação Frei Tito para a América Latina – Adital. É autor de inúmeros livros, entre os quais A Igreja do Brasil (Petrópolis: Vozes, 1993) e A Igreja do Brasil no Concílio Vaticano II: 1959-1965 (São Paulo: Paulinas, 2005).
Cadernos Teologia Pública, no. 93, publica o artigo “O êxito das teologias da libertação e as teologias americanas contemporâneas“. O texto pode ser acessado clicando aqui.
- Sérgio Ricardo Coutinho dos Santos

Coutinho, em entrevista concedida à IHU On-Line, após a visita de Papa Francisco ao Brasil, ressalta que Bergoglio promoveu mudanças ao desenvolver um “verdadeiro programa pastoral” para os bispos do Brasil e do CELAM, o qual teve como “chave de leitura não o magistério dos Papas anteriores e dos Padres da Igreja, mas o magistério dos bispos da América Latina e Caribe explicitado no documento de Aparecida”, acentuando a necessidade de uma “conversão pastoral” .
Coutinho é professor no Centro Universitário IESB, no Instituto São Boaventura, Brasília.
Na revista IHU On-Line desta semana, concedeu uma entrevista sob o título “Papa Francisco e a Igreja no Brasil. O desafio da conversão pastoral e de um novo modelo de Igreja“. Para ler a íntegra da entrevista clique aqui.

Para a teóloga colombiana, o Concílio Vaticano II trouxe novos ares à Igreja do continente, e, embora haja ventos de involução, o caminho percorrido nesses 50 anos foi forte e será capaz de continuar dando frutos em meio à perseguição que se possa viver hoje : “Foi fruto do Concílio a teologia da libertação, as comunidades eclesiais de base e, especialmente, a consciência social que se despertou na Igreja latino-americana, fazendo da opção preferencial pelos pobres uma opção central e um compromisso verdadeiro. É normal que, em 50 anos, esse horizonte tenha sofrido transformações, e não podemos esperar que ele mantenha a vitalidade e o impulso dos inícios”
Pós-doutora pelo Boston College e doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Rio De Janeiro – PUC-Rio.
Fontes das fotos, respectivamente: http://bit.ly/1PlxvJg, http://bit.ly/1AZ2QWk, http://bit.ly/1FajhD2, http://bit.ly/1EHLNso, http://bit.ly/1sX4Ufg, http://bit.ly/1xF2Iu0, http://bit.ly/1A2zbkh, http://bit.ly/1L3VzdS, http://bit.ly/1sX4Ufg, http://bit.ly/1IAqbWb
Por Fernanda Forner e Cristina Guerini