O Ciclo de Estudos Metrópoles, Políticas Públicas e Tecnologias de Governo. Territórios, governamento da vida e o comum, evento que busca debater as metrópoles de forma transdisciplinar recebe no próximo dia 20 de agosto, a Profa. Dra. Natacha Silva Araújo Rena para ministrar duas palestras.

Graduada em Arquitetura e Urbanismo e Mestre em Arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Natacha também é Doutora em Comunicação e Semiótica, pela Pontifíca Universidade de São Paulo (PUCSP).

A professora irá ministrar a palestra Territórios e metrópoles: uma abordagem a partir do design e da biopolítica, às 17h30min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU, e mais tarde, no mesmo local, às 19h30min, a conferência Processos criativos, colaborativos e participações nas metrópoles.

As duas atividades analisarão as metrópoles e as diferentes sentidos teóricos, entre eles, o paradigma da multidão, o comum e as políticas públicas, manifestações e lutas de resistência das populações metropolitanas.

Ao longo do primeiro semestre de 2015, o Ciclo de Estudos Metrópoles debateu esses e outros assuntos com diferentes pesquisadores. Entre eles Bruno Cava, Alexandre Mendes e Giuseppe Cocco.

Mendes definiu, em entrevista ao IHU, a metrópole como “uma verdadeira ‘fábrica social e difusa’, uma nova usina produtiva que opera, não por linhas, moldes e rígidas topologias, mas por redes, modulações e apreensões intensivas do fluxo social”.

A atividade é gratuita e aberta ao público. Faça sua inscrição aqui.

Por Matheus Freitas

Para ler mais:

Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora e com Paulo Sérgio Talarico, artista plástico de Juiz de Fora.

Ser Feliz

Então viver é isso,
é essa obrigação de ser feliz
a todo custo, mesmo que doa,
de amar alguma coisa, qualquer coisa,
uma causa, um corpo, o papel
em que se escreve,
a mão, a caneta até,
amar até a negação de amar,
mesmo que doa,
então viver é só
esse compromisso com a coisa,
esse contrato, esse cálculo
exato e preciso, esse vício,
só isso.

Fonte: Paulo Henriques Britto. Mínima lírica. Poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 34

Paulo Henriques Britto (1951)Poeta, professor e tradutor. Atualmente é professor na PUC-Rio. Já publicou diversas obras, entre elas, Formas do nada (São Paulo: Companhia das Letras, 2012) e Ensaio: A tradução literária (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.). Britto já traduziu mais de 100 livros para o português.

Foto: Cristina Guerini Link

Como alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050?

Esta pergunta foi de grande importância para as estudantes Adriana MartelliAndreza LivramentoBruna PedrosoElisiane Wolf. Elas fazem parte da equipe Other Food, convidadas, em fevereiro deste ano, a participar do Thought for Food Global Summit, na cidade de Lisboa, Portugal.

Thought for Food (TFF) é um movimento internacional que anualmente promove um desafio acadêmico na busca da resposta de uma questão: “Como alimentar nove bilhões de pessoas até 2050?”. O desafio estava formado por duas etapas: na primeira, as equipes deveriam apresentar ideias inovadoras sobre o tema; na segunda, 10 equipes escolhidas mostraram seus projetos para a comissão e três delas levaram o prêmio.

Other Food não ficou entre as vencedoras, mas a oportunidade estava só começando. Elas foram convidadas pelo TFF a participar da Conferência Internacional, e a partir daí o projeto não parou mais.

As estudantes participaram do Seminário do IHU ,promovido pelo instituto ao longo desta semana, onde apresentaram o projeto e trouxeram alguns alimentos para os colegas degustarem, como pizza e pão feitos com ora-pro-nóbis, panqueca capuchinha e chás de hibisco, morango e limão-siciliano.

Foto: Cristina Guerini Link

O Movimento Other Food possui como meta promover a erradicação da fome através da popularização das PANCs – Plantas Alimentícias Não Convencionais. A inserção de tais alimentos no cardápio da população gera, além de uma alimentação saudável, fonte de renda para famílias envolvidas no projeto.

PANCS são plantas que crescem de maneira espontânea e, no entanto, seu potencial alimentício é desconhecido por grande parte da população. Habitualmente chamadas de “daninhas” ou silvestres, possuem grande importância nutricional e ecológica. As diversas espécies podem ser utilizadas para complementação e diversificação alimentar dos indivíduos.

A equipe acredita que a fome não se constitui apenas pela falta de alimentos, mas também pelo consumo exagerado de refeições pobres em nutrientes. Para evitar esse tipo de consumo, e visando à segurança alimentar e nutricional, o Other Food propõe às populações urbanas e periféricas o cultivo de alimentos orgânicos e regionais, aproveitando áreas inutilizadas das cidades.

A organização é composta por estudantes e parceiros de diferentes áreas, que se reúnem para debater e planejar ações do movimento. A ideia é criar uma rede de pessoas mobilizadas, que contribuam com suas habilidades e conhecimentos em prol da estruturação e desenvolvimento do projeto.

Foto: Cristina Guerini Link

Cofundadoras do movimento:
Adriana Martelli: é estudante do curso de Comércio Exterior da Unisinos.

Andreza Livramento: é estudante do curso de Biologia da Unisinos.

Bruna Pedroso: é estudante formanda do curso de Nutrição da Unisinos.

Elisiane Wolf: é estudante do curso de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Contato:
E-mail: otherfood@gmail.com
Facebook: movimentootherfood

 

Por Fernanda Forner

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, tem como um dos seus propósitos o fortalecimento da cidadania pela população nos diferentes territórios, municípios e região. Para tanto, o ObservaSinos utiliza-se das estratégias de informação das realidades, a partir de dados e indicadores apresentados em bases públicas. Realiza também atividades de formação dirigidas à população, a pesquisadores, gestores, conselheiros, lideranças, em vista de contribuir com a análise crítica e propositiva das realidades e das políticas públicas, que se constituem em mediações para a cidadania.

Este campo de atuação exige competências teórico-metodológicas para que os processos participativos possam ser geradores da in-formação para a cidadania, e a partir disso, serem replicados.

Foto: Átila Alexius

Esta não é tarefa fácil e exige aprofundamentos. Uma das referências importantes para este trabalho está nas METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS, que se transformou em objeto de estudos pela equipe do Observa, juntamente com a equipe da Vigilância socioassistencial de Canoas e um grupo de professores e alunos pesquisadores com atuação naquele município. Até o momento foram realizados dois Seminários de estudos, que ocorreram nos dias 16 e 30 de junho na Unisinos.

Inspiração que vem da prática

Uma das práticas que justificou ainda mais significativamente a viabilização destes seminários vem do trabalho de sistematização do Diagnóstico Socioterritorial e do Mapa Falado em implementação desde o ano de 2014 no município de Canoas, realizado em parceria pela Diretoria da Vigilância Socioassistencial da Secretaria do Desenvolvimento Social do município e pelo ObservaSinos, juntamente com outros apoiadores. A sistematização do diagnóstico dos territórios e quadrantes poderia se encerrar com a exposição dos dados e das respectivas inferências sobre as realidades. Contudo, vislumbrou-se como fundamental apresentar, debater e apontar perspectivas com a população que vive estas realidades. Para tanto, está em realização o Mapa Falado, que é um instrumento promotor desta participação. Analisar os processos e resultados deste trabalho se constituiu em objetivo do Seminário de Estudos.

Referências e autores

As metodologias participativas têm sido tema de estudos e pesquisas de diferentes áreas de conhecimento. Importante destacar que na Unisinos o Grupo de pesquisa “Mediações Pedagógicas e Cidadania”, liderado pelo Prof. Danilo Streck, tem referenciado e apoiado o trabalho do ObservaSinos. A partir dele o Diagnóstico e o Mapa Falado se constituíram em comunicação no III Seminário Internacional de Investigação-ação participativa, que aconteceu em junho de 2015 em Bogotá, na Colômbia. Sua contribuição também se deu na indicação de um dos textos de estudo dos seminários: “Reconstruindo um processo participativo na produção do conhecimento: Uma concepção e uma prática”, da pesquisadora e assistente social Maria Ozanira da Silva e Silva. O outro texto tem como referência os estudos realizados pelos Observatórios sobre participação, que é tema do V Seminário, a ser realizado em setembro próximo: “Renovar a Teoria Crítica e Reinventar a Emancipação Social”, do sociólogo Boaventura de Sousa Santos.

Os seminários de estudos

Os Seminários tiveram a participação de 15 pessoas, sendo acadêmicos do curso de Serviço Social da Unisinos, membros da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Canoas e da equipe do ObservaSinos/IHU. Os debates foram realizados a partir dos dois textos de referências, cujos destaques foram:
No texto de Maria Ozanira da Silva e Silva, foram abordadas a efetividade das políticas públicas e a comprovação dos benefícios que estas políticas geram com recursos públicos. A partir disso, questionou-se a diminuição do escopo estatal e como a diminuição de recursos públicos afeta essas políticas. Outro ponto questionado foi a estrutura burocrática imposta aos gestores públicos e os impactos causados pelas políticas não só à população-foco, mas também aos próprios gestores.

Maria Ozanira também aborda o conceito do ‘saber é poder’ para afirmar que a informação é um instrumento de poder político à população. Além disso, ela pontua que a pesquisa é um processo contínuo, constituído por etapas e que nestas há uma construção coletiva do saber. Destaca-se também a necessidade da inserção e o comprometimento ético do pesquisador com os problemas sociais e a articulação e superação da dicotomia sujeito-objeto e teoria-prática.

Por fim, os últimos apontamentos neste texto se dão quanto ao critério do mérito, que é visto, em muitos casos, como aspecto exclusivo da participação popular. É destacada também a relação dos profissionais da academia com o ambiente em que atuam.

O texto de Boaventura de Sousa Santos contribuiu com um olhar sociológico para o debate das metodologias participativas. No início, discutem-se as diferenças entre monoculturas e ecologias e entre fronteiras e limites. Questiona-se o enfrentamento entre movimentos sociais e partidos políticos, que costumam não dialogar.

A sociologia da emergência também é discutida, visando o que emerge dos processos sociológicos. O texto afirma que é importante reconhecer a visão da comunidade e dialogar com esta a fim de promover um melhor ambiente de estudo. Outro aspecto estudado é a sociologia das ausências, em que se destaca o que está presente no ambiente, mas que não é reconhecido pela população.

A diferença entre a análise micro e a macro também foi tema do texto, que abordou a análise de um mesmo objeto em dois momentos. Discutiram-se os saberes do local, que foram relacionados ao Mapa falado, e a importância do reconhecimento da cultura de cada localidade.

O III Seminário de Estudos está previsto para ocorrer no dia 14 de agosto, onde serão aprofundadas as metodologias sobre PESQUISA-AÇÃO, levando-se em conta as referências debatidas no III Seminário do IAP.

Neste dia, estará presente o Prof. Danilo para que indique referências para este estudo, assim como para participar do seminário para contribuir na exposição destas referencialidades. Além disso, será feita uma síntese dos conteúdos vistos e debatidos nos dois textos estudados para que sirva de referência aos próximos encaminhamentos dos Seminários.

Relato sistematizado por: Átila Alexius, Marilene Maia e Matheus Nienow

Para ler mais:

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, realizou, no dia 23 de junho, a Oficina Realidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e o Atlas do Desenvolvimento Humano, com a participação do Observatório da Cidade de Porto Alegre – Observa POA, representado pela profª Liane Bayard, pelo estatístico Rodrigo Coster e pelo sociólogo Rodrigo Rangel.

Foto: Rafael Casagrande

Inicialmente, a equipe fez uma breve explanação sobre o ObservaPOA apresentando os principais objetivos e ações do Observatório, que disponibiliza as informações de toda a cidade para os cidadãos de Porto Alegre. Em seguida, foram apresentados alguns instrumentos que o ObservaPOA utiliza para disseminar as informações coletadas em diversas bases de dados públicas.

A ferramenta Porto Alegre em Análise é um Portal que disponibiliza aproximadamente 160 indicadores sobre a cidade de Porto Alegre e também oferece a possibilidade de pesquisa por regiões e bairros. É importante ressaltar que todos os indicadores estão disponíveis para download, aspecto relevante para os cidadãos que têm o direito de acesso à informação.

As informações dispostas neste portal são de fácil acesso e os links para acessar infográficos favorecem o entendimento dos dados, na perspectiva do fortalecimento do controle social das políticas públicas pelos cidadãos.

Outra ferramenta utilizada é a Porto Alegre em Mapas, que possibilita conhecer os equipamentos de Serviços Públicos em toda a cidade, inclusive por região e bairro.

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de 5.565 municípios brasileiros, 27 Unidades da Federação – UF, 20 Regiões Metropolitanas – RM e suas respectivas Unidades de Desenvolvimento Humano – UDH. O Atlas apresenta, além do IDHM, mais de 200 indicadores de demografia, educação, renda, trabalho, habitação e vulnerabilidade, com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Desta forma, o Atlas engloba o Atlas do Desenvolvimento Humano nos Municípios e o Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas.

A Oficina constituiu-se em um espaço de apresentação da plataforma, seu funcionamento, a metodologia de sistematização e análise dos dados, assim como seus resultados e aplicabilidade para o planejamento, monitoramento, avaliação e controle social das políticas públicas.

Das 75 Regiões Metropolitanas no Brasil, apenas 16 conseguiram compor o documento do Atlas com suas informações, e a Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA foi uma delas.

Esta plataforma é valorizada pela sua composição e apresentação, facilitando o acesso universal. Observou-se, no entanto, que as Universidades é que mais utilizam esta ferramenta. Publicizar mais largamente o Atlas é uma tarefa a ser assumida pelos Observatórios e outras instâncias comprometidas com a democratização da informação.

Confira o vídeo publicado pelo PNUDBrasil sobre o Atlas Brasil 2013:

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Nota elaborada por:  Daiani Michaelsen, Marilene Maia e Matheus Nienow

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