Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora e com Paulo Sérgio Talarico, artista plástico de Juiz de Fora.

As aves do céu, os lírios dos campos

Tudo o que vive é pulsação do sagrado.
As aves dos céus, os lírios dos campos…
Até o mais insignificante grilo
no seu cricri rítmico,
é uma música do Grande Mistério.
É preciso esquecer os nomes de Deus
que as religiões inventaram
para encontrá-lo sem nome
no assombro da vida.

Rubem Alves

Rubem Azevedo Alves (1933-2014): Poeta, ativista, teólogo, filósofo e um dos pensadores da Teologia da Libertação. Figura marcante também na Teologia Narrativa, ele assim a descrevia: “Deus nos fala nos espaços vazios, nos interstícios, nos silêncios. Por isso, por meio das histórias, estamos em condições de contemplar as coisas da alma”.  Alves foi considerado um dos maiores pedagogos da história brasileira.

Conheça um pouco mais de Rubem Alves:

Com a proximidade do 20 de setembro, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU discute As identidades dos gaúchos em debate nesta quinta-feira, 17 de setembro, com a professora Sinara Robin e o psicanalista Jaime Betts, às 17h30min, na Sala Ignacio Ellacuría e companheiros.

 

Em entrevista à Rádio Unisinos, o professor Lucas Luz, coordenador do evento, salientou que a iminência com o 20 de setembro  é um bom momento para trazer à tona esse tipo de debate e a importância do mesmo para compreensão do que acontece dentro do estado, e também comentou as dificuldades que a “nação gaúcha” enfrenta. Para ele “é preciso desconstruir aquela identidade única, rígida e vitoriosa, que não se permite fazer os diálogos de fronteira e repensar o estado do Rio Grande do Sul. O gaúcho tem dificuldade em se expor, dialogar com o diferente, expor suas fragilidades e sair um pouco desse imaginário, que é muito forte e que não permite ir além”.

Fique atento: IHU ideias ocorre das 17h30min às 19h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. O evento é gratuito. Saiba mais aqui.

*Foto: hitnarede.com

Por Cristina Guerini

Para ler mais:

Quais seriam as práticas ideais da justiça tendo como referente ético, político e jurídico as vítimas de injustiça? Abrindo espaço à narrativa das testemunhas, estatuto epistêmico, ético e político, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU continua nesta quarta-feira, 16 de setembro, o III Colóquio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU – A justiça, a verdade e a memória na perspectiva das vítimas.

Hoje serão realizadas quatro intervenções:

Xabier Etxeberría, professor da Universidade de Deusto, Bilbao, Espanha, cujo tema é Justiça e perdão;

Francisco De Roux, jesuíta, da Colômbia, que participa das negociações de paz e atuou longos anos em zonas de conflito no país, cujo tema é Justiça restaurativa na Colômbia;

Martín Almada, do Paraguai e Tshepo Madlingozi, da África do Sul, que, respectivamente, abordarão os temas Justiça histórica, é (im) possível?A justiça e o testemunho das vítimas nas comissões de verdade na África do Sul.

As palestras têm início às 9 h, pela manhã, e às 14h, pela tarde.  O término será às 17h.

O evento ocorre na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

As conferências dw Xabier Etxeberría e de Martín Almada, publicadas nos Cadernos IHU ideias, serão distribuídas a todos e todas participantes do Colóquio e estarão disponíveis, a partir das 17h desta quarta-feira, na página eletrônica do IHU.

buenosairesparatodos.files.wordpress

Saiba mais aqui.

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Por Nahiene Alves 

Para ler mais:

Corpo discente e docente da Unisinos debate a Carta Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum e suas contribuições ao enfrentamento da crise ambiental.

Segundo Edgar Morin, em entrevista publicada na semana passada, “este texto assinala uma tomada de consciência, um incitamento a repensar a nossa sociedade e o nosso agir”.

A apresentação e o debate do importante documento acontecerá nesta quarta-feira, dia 16 de setembro, no Auditório Central, às 20h.

Tendo em vista a grande demanda pelo evento, uma segunda edição do mesmo acontecerá no dia 15 de outubro, quinta-feira, no mesmo local.

Para saber mais sobre a Laudato Si’:

Mostrando que as políticas públicas do arquipélago de Cabo Verde, na África, são políticas desiguais, a professora Miriam Steffen Vieira abriu o IHU ideias desta quinta-feira, 11-09-2015, intitulado Políticas de gênero em Cabo Verde, destacando que as mulheres são as principais responsáveis pela manutenção das famílias, pela coleta de lenha, busca de água e “apanha” de areia, como é conhecida a coleta de areia. Dentro deste contexto, as mulheres, desde 2010, vêm sendo “culpabilizadas” pela escassez de areia nas praias, que gera um problema ambiental.

Miriam Vieira / Foto: Cristina Guerini

A partir disso, conforme relatou a professora, o governo e os mecanismos internacionais criaram políticas públicas de gênero, que possibilitaram que as mulheres passassem a receber cursos de culinária e de cabelereiro, a fim de retirá-las da atividade de “apanha de areia”. Porém, o programa não deu certo, pois elas não conseguem vender os alimentos produzidos e nem trabalhar como cabelereiras, pois os hotéis e resorts da região usam mão de obra trazida de fora e não compram os alimentos produzidos na região.

Além disso, a pesquisadora enfatizou que diversas ONGs atuam no país na busca do empoderamento das mulheres através dessas “políticas públicas de gênero”. No entanto, segundo a pesquisadora, o programa de microcrédito oferecido às mulheres acaba gerando o efeito contrário: endividando-as, visto que elas não conseguem entrar no mercado de trabalho – que é pequeno no país – ou usam o dinheiro para financiar os estudos dos filhos ou investem na produção de animais, como porcos, por exemplo. Sem o retorno financeiro esperado, e com o crédito oferecido a juros altos, essas mulheres se vêm sem alternativas e voltam para “apanha” de areia.

Miriam salientou que “as políticas públicas de gênero são voltadas para homens e mulheres e que não geram conflitos, pois os homens são sempre tratados de forma diferente, não precisam realizar o serviço doméstico, por exemplo, basta o pai levar a filha até a aula de balé, mas esquecem que a criança precisa de comida, higiene e acompanhamento diário”, diz, citando a propaganda da campanha do governo, “Ami é pai”.

A situação das mulheres de Cabo Verde, relatada pela professora, suscitou algumas questões, como as feitas pelo professor Lucas Luz: “As políticas públicas não promovem um ordenamento das vidas e a retirada da potência dessas vidas? Como pensar políticas públicas que não sufoquem os saberes locais, com o que estão ali colocados?”.

Família de Cabo Verde na “apanha” da areia/ *Imagem cedida pela professora

Em resposta, a palestrante salientou que sua pesquisa adotou um “tom mais crítico e quis evidenciar os múltiplos significados das políticas públicas na vida dessas mulheres”, assegurando que “os conflitos de gênero estão na base como enfeites”. Alertou que essas mesmas políticas “têm um efeito perverso na vida das pessoas, mas que servem para o Estado, porque eles acham que estão fazendo algo pelo empoderamento das mulheres, quando na verdade, estão as endividando”. E complementou afirmando “que as políticas oferecem muito pouco e não dão conta do essencial”. Citando Foucault, encerrou dizendo que “a gestão do Estado é um processo de normação e institucionalização”.

O trabalho de pesquisa desenvolvido em 2010 pela equipe da professora Miriam, dentro dos Parques Naturais – Serra de Malagueta, do Fogo e Monte Gordo -, virou uma consultoria para as Nações Unidas sobre a abordagem de gênero e desenvolvimento para as regiões dos Parques Naturais.

Miriam é professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unisinos, doutora em Antropologia Social e mestre e licenciada em História. Atua como professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade de Cabo Verde e professora associada ao Centro de Investigação em Género e Família da Universidade de Cabo Verde (Cigef/Uni-CV).

Conheça um pouco sobre a República de Cabo Verde

*Mapa cedido pela professora

É um pequeno arquipélago composto por 10 ilhas, com cerca de 4000 km², com população inferior a 500 mil habitantes, localizado no Oceano Atlântico, cerca de 600 km da costa africana. Tornou-se independente somente em 1975, mas desde então vem evitando a geração de conflitos internos, tanto de gênero, quanto pela distribuição igual da terra.

A economia é baseada no investimento externo na área de turismo e na extração de areia, excelente fonte de matéria para a construção civil.

O país tem 47 parques naturais, mas diferente do Brasil, as pessoas vivem dentro dos parques de preservação e se integram à natureza, como se fizessem parte da paisagem.

Por Cristina Guerini