Muitos pesquisadores criticam o Facebook pela maneira como as pessoas o utilizam, e acusam os usuários de serem egocêntricos e se espelharem no mito de Narciso. Críticos também escrevem que as novas tecnologias são objeto de desejo da maioria das pessoas mais pela moda e influência da mídia do que pela necessidade. Estaríamos quebrando o espelho do real? E por qual motivo devemos enxergar apenas o espelho quebrado?
.
É possível enxergar a rede social também como um meio de compartilhamentos da vida real, sem que um usuário queira simplesmente ser melhor, mais atualizado ou mais bonito do que outro. Antigamente, os vizinhos se visitavam para virar páginas de álbuns com todas as fotografias da família. A praticidade da tecnologia fez com que, em apenas alguns segundos ou minutos, todas as fotos do dia anterior sejam compartilhadas com quem participou do evento. Além disso, se tornou muito mais fácil encontrar amigos e parentes distantes ou não perder contato com aqueles que estão viajando.
.
O fato é que independe da rede social ou dos novos objetos tecnológicos, a confusão entre o mundo real e o virtual nada mais é do que um espelho da realidade humana. Com ou sem Facebook, Twitter, iPad, algumas pessoas continuarão se autopromovendo em qualquer meio de comunicação existente, enquanto outras utilizarão a Internet apenas para postar ou pesquisar informações, sem poluir o mural de seus amigos.
.
Quando questionados sobre se o Facebook serve como meio de autopromoção do indivíduo e as novas tecnologias tornam seus usuários presos à cultura do egocentrismo, nossos seguidores responderam:
.
Eduardo Corrêa: Curtindo os principais jornais, revistas, universidades, etc., podemos nos atualizar instantaneamente com o que está acontecendo no mundo. A interatividade com nossos amigos e com estas páginas que é o grande benefício. Mas as pessoas ainda estão aprendendo a se posicionar sem inflar muito o ego e principalmente a pensar com a própria cabeça.
.
Fernanda Fauth: Sim, pois as redes sociais permitem um olhar mais para si próprio do que para os outros, sendo que é mais fácil dar uma opinião sem estar sendo visto, já que não há as expressões corporais que sempre ajudam a declarar o que a pessoa está argumentando.
.
Mariana Staudt: Qualquer rede social acaba sendo um espaço de autopromoção, onde cada um conta e edita sua história da forma que tem vontade. Alguns acabam exagerando um pouco na exposição, mas também não devem ser recriminados. Cada um faz uso do seu perfil como bem entender. Além disso, o Facebook é visto por muitos como algo banal e esquecem que é um espaço muito útil para a informação e comunicação como um todo. Não precisamos usá-lo apenas para saber sobre a vida alheia. Há maneiras e maneiras de ser um usuário do Facebook.
.
Olga Amorim: Em parte, depende do usuário, para mim é um ótimo ponto de encontro com amigo de vários lugares. Em todos os lugares sempre há pessoas tentando se promover, não é o meio e, sim, o usuário!!!!!
.
Vera Loureiro: Depende. Devemos fazer uso consciente, transformador e promotor do bem. Se algumas pessoas precisam massagear seus egos o tempo todo, o fariam ao vivo em um diálogo coloquial, com fotos impressas, com auto promoções, etc. Não é a internet o problema, é o caráter e a cultura individualista e egocêntrica que estamos mergulhados.
.
Wagner Altes: O mundo é assim. Todos queremos ser mais e melhores. Não importa em qual âmbito. Se o Facebook imita ou é uma extensão da sociedade material na rede virtual, vamos querer nos destacar ou tirar alguma vantagem disso mostrando nosso melhor. O FB é apenas uma extensão da competitividade que temos e do desejo de mostrar nossa melhor imagem.
.
E para você, que reflexo tem esse espelho? Deixe a sua opinião.
.
Por Luana Taís Nyland

Deixe uma resposta