“A era da melancolia”. Foi assim que o psicanalista Daniel Goleman definiu a nossa era. E um artigo publicado na revista The New Scientist desta semana, de autoria do especialista Yair Amichai-Hamburger, de Israel, levanta a hipótese de que nós, seres modernos, poderíamos ter nos tornado escravos da tecnologia que criamos. E isso poderia estar nos deixando tristes e deprimidos.

De acordo com o resumo do artigo publicado no site Blue Bus, Amichai-Hamburguer afirma que a geração atual sofre muito mais de problemas relacionados à depressão do que as anteriores e acredita que a tecnologia seja responsável por esse mal.

Quando permitimos que nossos e-mails de trabalho entrem em nosso telefone celular a qualquer hora do dia ou da noite, invadindo momentos que deveriam ser de descanso e relaxamento, ficamos estressados e ansiosos. Em série, isso acaba nos fazendo reféns de informações – que nem sempre são de fato úteis. Checar e-mails de 2 em 2 minutos quando há horas não chega nenhuma nova mensagem seria um comportamento típico dessa ansiedade.

O especialista dá em seu artigo algumas dicas para prevenir o estresse causado pela tecnologia – a principal delas é fazer com que ela trabalhe para você e não o contrário – por exemplo, verificar o e-mail porque tem mesmo vontade ou há algo a ser visto, e não porque algum impulso compulsivo o leva a fazer isso.

Segundo ele, os psicólogos Edward Deci e Richard Ryan, da Universidade de Rochester, de Nova York, indicaram três elementos vitais para o desenvolvimento e o bom funcionamento da saúde pessoal. E que podem ser usados para reequilibrar nossa relação com a tecnologia. São eles: autonomia (sentimento de que nossas atividades são escolhidas e endossadas por nós), competência (crença de que nossas ações têm efeito) e conexão afetiva (relatedness, nossa necessidade de nos sentirmos próximos a outras pessoas).

(Por Moisés Sbardelotto)

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