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A atividade do IHU ideias, que ocorrerá no dia 19 de novembro, terá como temática O genocídio do povo Kaiowá Guarani. O evento, ministrado pela professora da Unisinos Fernanda Frizzo Bragato, que esteve acompanhando ‘in loco’ a situação dos indígenas no Mato Grosso do Sul, ocorrerá das 17h30min às 19h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

A atividade debate a questão da violência contra os índios, que há 500 anos sofrem agressões, opressões e lutam pelas demarcações de suas terras. Segundo o artigo escrito por Paulo Marcos Esselin e Jorge Eremites de Oliveira, doutores em História, “todos os anos índios são mortos e nada é feito pelo governo”, sendo que uma das principais causas é o enfrentamento por conta da questão fundiária, causa maior dos conflitos entre fazendeiros e comunidades indígenas.

Na mesma linha, Egon Heck, do secretariado nacional do Conselho Indigenista MissionárioCimi, relata que “a violência contra os Kaiowá Guarani chegam à raia das grandes tragédias de violência da humanidade. A todo momento somos surpreendidos com novas investidas, retiradas à bala e de armas pesadas, exclusivas das forças armadas […]. Tudo é possível. O que é certo é que estamos diante dum quadro extremamente violento, desigual, injusto, marcado pelo ódio e o racismo”, completa.

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Para o antropólogo Spensy Pimentel, “Os índices de violência em lugares como a Terra Indígena de Dourados são, sim, o resultado de uma omissão do Estado”. Em entrevista à IHU On-Line, Pimentel relata que a violência está concentrada na Terra Indígena de Dourados, na qual em torno de 15 mil índios Kaiowá Guarani dividem um espaço de 3,5 mil hectares: “A violência na Terra Indígena de Dourados é, talvez, um dos fatos mais gritantes a demonstrar que o Estado brasileiro errou, e errou feio, em suas relações com os Kaiowá e Guarani ao longo das últimas décadas”, diz o antropólogo.

Segundo os dados de 2014 do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, que o Cimi lançou em junho deste ano, os índices de assassinato, suicídio e mortalidade infantil de indígenas aumentaram. O aumento das violências e violações foi constatado em 17 das 19 categorias que compõem o Relatório. Em relação ao número de suicídio, Mato Grosso do Sul – onde também está concentrado o maior índice de mortes do povo Kaiowá Guarani – continua sendo o estado que apresenta a maior quantidade de ocorrências, com o registro de 48 suicídios, totalizando 707 casos registrados de suicídio no estado entre 2000 e 2014.

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Por Fernanda Forner

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