A Cúpula dos Povos conseguiu marcar fortemente todos aqueles que dela participaram. Quando os povos se somaram no Rio de Janeiro, trazendo a sua diversidade e as cores da esperança, os holofotes voltados para a Conferência Rio+20 não foram capazes de ignorar a força de mobilização deste encontro.
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Foi no marco da polarização entre as alternativas que vinham dos povos e a Conferência oficial, que aconteceu, no último dia 09 de agosto, o painel “Perspectivas socioambientais a partir da Rio+20”, promovido pelo Cepat – CJCias e parceiros. A mesa de debate contou com a participação de Darci Frigo (Terra de Direitos), Ir. Afonso Murad, professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), de Belo Horizonte, e Luiz Zarref (MST/Via Campesina). André Langer foi o moderador das discussões. (Nesta ordem na foto).
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De um modo geral, o debate apontou para diferenças fundamentais entre as chamadas “falsas soluções”, capitaneadas pelas grandes corporações e vislumbradas como saídas pelos Estados, com a etiqueta de economia verde, e os desafios enfrentados pelos povos, que iniciaram um processo de convergência nas agendas de lutas, fundamentados na crítica às verdadeiras raízes da crise socioambiental e fortalecidos pelo acúmulo de saberes e experiências sustentáveis dos povos.
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Entre os elementos abordados pelos painelistas, Afonso Murad destacou o “espaço livre e aberto” da Cúpula dos Povos. Darci Frigo apontou para a possibilidade de que “talvez estejamos vivendo um processo mais amplo de mobilizações sociais” e Luiz Zarref disse que é o momento de “ir para além das atividades fragmentadas”.

Foi um debate riquíssimo, em que ficou claro o quanto é necessário continuar atento ao que se desencadeia a partir do Rio de Janeiro. Como bem lembrou Frigo, a convergência é o que antecede a unidade política entre os diversos movimentos e organizações. É necessário aguardar para perceber o que virá depois que todos assimilarem o sentido de tudo o que foi vivenciado.
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Por Jonas Jorge da Silva

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