“Qual tipo de seres você pensa que nós somos? Isto pode parecer um questionamento filosófico. Em parte é, mas ele está longe de ser abstrato. Ele está no núcleo das filosofias que nós vivemos. Ele vai ao coração de como nós educamos nossas crianças, gerenciamos as nossas escolas, organizamos nossas políticas sociais, lidamos com assuntos econômicos, ameaçamos aqueles que cometem crime ou quem julgamos doentes mentais, e talvez até como nós avaliamos a beleza na arte e na vida. Somos criaturas espirituais, habitadas por uma alma imaterial? Estamos sendo guiados pelos nossos instintos e paixões que devem ser treinados e civilizados por disciplinas e inúmeros hábitos? Nós somos únicos entre os animais, abençoados pelas nossas mentes, modo de falar e consciência? Esta é a nossa própria natureza como seres humanos moldados pela estrutura e pelas funções do nosso cérebro?”

Estes são alguns dos questionamentos feitos por Nikolas Rose e Joelle Abi-Rached no livro Neuro: The New Brain Sciences and the Management of Life (em tradução livre: Neuro: Novas Neurociências e Gestão da Vida), (Editora Princeton University, 2013, 352 páginas)

Para eles, a ciência do cérebro está influenciando como nunca antes o nosso entendimento em relação ao comportamento humano através de áreas como neuropsiquiatria, neuroteologia e neuroestética, o que faz com que muitos acreditem que é o cérebro que nos torna humanos:  “A neurociência parece ser um aliado improvável no pensamento progressista, mas seus efeitos podem nos surpreender.”

O livro será debatido pelos professores Eduardo Zanella (CAPES/PPGAS/UFRGS) e Miguel Herrera (CNPq/PPGAS/UFRGS) no dia 9  de outubro (quinta-feira) na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, a partir das 17h30.

Presença no XIV Simpósio

Nikolas Rose, um dos autores do livro, estará presente no XIV Simpósio Internacional IHU: Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea.

O biólogo, psicólogo e sociólogo, apresentará no dia 22 de outubro (quarta-feira) a conferência “A biopolítica no século XXI: cidadania biológica e ética somática”.

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