Arquivos da categoria ‘Simpósio’

Com o objetivo de explicitar, analisar e tematizar as relações de proximidade e distanciamento entre Filosofia e Literatura, considerando tanto obras estrangeiras quanto nacionais, o “III Simpósio de Filosofia e Literatura” reúne professores, pesquisadores, alunos da Unisinos para debater e conhecer melhor o tema “Filosofia e Literatura”.

O Simpósio acontece nos dias 21, 22 e 23 de maio no Miniauditório Maurício Berne.

A programação completa do evento encontra-se aqui.

Link para inscrição no evento aqui.

Durante o “XV Simpósio Internacional IHU – Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, a bióloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rumi Regina Kubo, coordenou a conferência “Sociobiodiversidade, a riqueza brasileira, alimento e nutrição”, acompanhada do Diretor Técnico da ASCAR/EMATER, Gervásio Paulus, no dia 06-05 (terça-feira), no Auditório Central da Unisinos, às 10h45min.

A riqueza brasileira, segundo ela, pode proporcionar alimentação saudável para a população do mundo todo, porém, a disponibilidade e acesso das mesmas acabam dificultando e prejudicando a quem necessita. “No Brasil, temos uma série de dados para consulta disponibilizados pelo IBGE ou outros institutos, com uma análise correta, vamos perceber se parte dos alimentos produzidos no país está sendo destinado ao mercado externo, em vez de à população local”, afirma Rumi.

No ano de 2012, surge a ideia de criação de um Observatório Socioambiental em Segurança Alimentar e Nutricional, objetivando o esclarecimento de dados referente à agricultura e segurança alimentar. Esses dados anexados respondem questões em auxílio aos gestores. “Através desse trabalho, vamos propiciar uma análise adequada em auxílio, também, à população local”, garante ela.

A conferência motivou os presentes a conhecerem os dados mencionados sobre a alimentação do mundo – ou a causa da fome – e o porquê da mortalidade de diversas pessoas sendo a alimentação um fator existente para todos.

Segundo ela, “todos temos o direito de buscar informações que nos são devidas e saber mais sobre a segurança alimentar no mundo, tendo como ideal a erradicação da fome.

Para tratar de diferentes questões envolvendo a produção e a distribuição igualitária dos alimentos, o XV Simpósio Internacional IHU – Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio incluiu, na tarde da quarta-feira (7), sete mesas simultâneas que abordaram de diferentes ângulos o assunto. Entre os assuntos discutidos, destacamos:

simposio

Consumo saudável

Numa mesa simultânea , o debate foi em torno do “Acesso e Consumo alimentar da população numa perspectiva ética, adequada e saudável”, no qual estiveram presentes a Profa. Dra. Sônia Lucia Lucena Sousa de Andrade, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, e Rui Valença, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (FETRAF – SUL/CUT).

A professora destacou que, embora existam diversos ensaios que falam sobre a importância da educação alimentar, o Brasil ainda investe pouco nesta área.

Em sua apresentação, ela define a alimentação adequada e saudável como a realização de um direito humano básico, com a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos.

Para a professora, um bom alimento é aquele mais próximo da natureza, ou seja, que tenha pouca intervenção técnica ou industrial, e próxima das tradições artesanais. Mas, para isso, segundo Sônia, é preciso que a produção de alimentos seja feita no ritmo da natureza.

O relacionamento complicado entre a agricultura e o capitalismo

DSC_0004Outra mesa de destaque da quarta-feira foi a que tratou da “Produção, circulação e comercialização dos alimentos numa perspectiva ética, solidária e sustentável, que aconteceu na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros e que contou com a participação de MS João José Passini, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), e de João Pedro Stédile, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Stédile falou sobre as consequências da relação atual entre a agricultura e o capitalismo. Ao início de sua fala, reforçou o fato de que no decorrer da história sempre existiram outros modelos de produção, ao contrário de hoje, em que o capitalismo é predominante.

O fato de existir essa hegemonia traz graves problemas à agricultura. O que se tem hoje, na visão do economista, é uma agronomia predatória que destrói não só a natureza, mas a própria agricultura. Isto se deve ao fato de a produção e o cultivo focarem no lucro, sendo assim um modelo de agronegócios que produz commodities padronizadas para serem vendidas em qualquer canto do mundo.

Ele cita como exemplo o caso da Argentina. Antigamente considerada o celeiro do mundo, justamente pela grande diversidade de alimentos que cultivava, o país decidiu valorizar e expandir a plantação de soja. Isso fez com que eles tivessem que importar uma grande variedade e quantidade de alimentos para suprir a demanda.

“E no Brasil a situação não está muito diferente”, afirma Stédile.

De acordo com o palestrante, 80% das terras utilizadas para a produção de alimentos se dedica a quatro produtos: gado, soja, cana e eucalipto. A justificava, segundo Stédile, é justamente a produção de mercadologias que garantam lucro.

Nutrição e solidariedade

Durante a tarde outras mesas trouxeram como tema a nutrição e os direitos que a ela estão relacionados. A professora Noemia Perli Goldraich, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, e o  professor Valdely Ferreira Kinupp, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM/Manaus – Zona Leste, por exemplo, abordaram em sua palestra uma pesquisa sobre a construção do conhecimento em relação à alimentação e à nutrição e sua aplicação numa perspectiva ética, solidária e sustentável.

DSC_0005

Alan Bojanic (à esquerda), membro da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO, falou sobre as relações internacionais do Brasil pelo direito ao alimento e à nutrição e do trabalho realizado pelo órgão.

XV Simpósio Internacional IHU – Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio encerrou na última quinta-feira (8). Informações sobre os assuntos tratados podem ser obtidas neste link.

Profa. Dra. Tânia Bacelar de Araújo participou da conferência de encerramento do “XV Simpósio Internacional IHU – Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, na última quinta-feira (08/05), às 9h, na Sala Ignacio Ellacuría, IHU, com a palestra intitulada “Desenvolvimento à luz da sociobiodiversidade para superação da miséria e dos males da fome”.

“O mal-estar social e uma herança de desigualdades. Desafios a serem superados” é o título da entrevista que a professora da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE concedeu à IHU On-Line. Para acessá-la, clique aqui.

O encerramento do evento ocorreu às 11h20min, com a apresentação e debate de Dom Mauro Morelli – INHAH e Fundação Josué de Castro, sob o tema intitulado “Atualidade do testemunho e da profecia de Josué de Castro”

Leia também:

“A agricultura é uma das formas de erradicar a fome, transformando água, terra e energia em alimento”, falou o Prof. Dr. José Esquinas-Alcázar (na foto, ao centro), mestre em Horticultura e doutor em Genética pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos, dando início à conferência intitulada “Sociobiodiversidade: A riqueza planetária para a Segurança alimentar e nutricional”, com a participação de Maria Augusta Henriques (esquerda da foto), no dia 06 de maio (terça-feira), às 9h, no Auditório Central da Unisinos.

A mesa foi coordenada pela MS Brizabel Rocha, do Instituto Harpia Harpya.

Biodiversidade

“Valorizar a produção local, a biodiversidade e o trabalho são alguns dos fatores principais de Guiné-Bissau”, garante Maria Augusta Henriques, assistente social com formação em Lisboa e uma das fundadoras da entidade ONG guineense Tiniguena, que em língua Cassanga significa “Esta terra é nossa”.

Esquinas-Alcázar finalizou afirmando que erradicar a fome é um ato possível.