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A religião como tradução cultural será o tema abordado pela pesquisadora Cristina Pompa durante a manhã do dia 27 de outubro no XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade.

Em entrevista concedida à edição 340 da IHU On-line, a historiadora Maria Cristina Bohn Martins – docente na Universidade do Vale do Rio dos Sinos-, afirma que Pompa estuda o complexo processo de adaptações na teoria e na prática missionária engendrado pela própria dinâmica que o move. “Seu esforço é o de evidenciar como a ação missionária se alimenta e transforma a partir de experiências americanas, a partir da compreensão (tradução) que fazem os missionários da realidade americana”, comenta.

Graduada em Letras pela Universidade dos Estudos da Sabedoria de Roma, Pompa possui mestrado em Antropologia Social e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é professora do Curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Desenvolve pesquisas nas áreas de antropologia e história e atua, principalmente, nos seguintes temas: antropologia da religião, história indígena e das missões, identidades étnicas e Nação.

O XII Simpósio Internacional IHU será realizado entre os dias 25 e 28 de outubro, no campus da Unisinos, em São Leopoldo. Neste simpósio estão previstas atividades que em seu conjunto ultrapassam 40 horas de duração, distribuídas entre conferências, mesas redondas, minicursos, dentre outras. Inscreva-se.

Todo o processo de catequização dos índios nas reduções jesuíticas foi fortemente marcado pelas tensões entre os Reinos Português e Espanhol, que dividiam território e poder. Exemplo claro dessa disputa foi o conhecido Tratado de Tordesilhas, que separava as terras “descobertas e por descobrir” por ambas as Coroas fora da Europa.

A organização das missões jesuíticas em meio a esse fogo cruzado será um dos temas abordados durante o XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade.

No segundo dia do evento, 26 de outubro, o professor doutor Fernando Torres Londoño ministrará a conferência “Entre fronteiras portuguesas e espanholas”, que inicia às 9 horas, seguida de debate.

Londoño é graduado em Filosofia e Letras pela Pontifícia Universidad Católica Javeriana e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente é titular no Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, participando também no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da mesma universidade.

Fernando Torres Londoño é pesquisador em História da América Latina com ênfase no período colonial, privilegiando religião, igreja, religiosidade popular, missões, ordens religiosas, povos indígenas e história da Amazônia.

Na manhã do dia 28 de outubro, no XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade, o argentino Guillermo Wilde abordará o tema Religião e poder nas missões. Wilde é licenciado e doutor em Antropologia Social pela Universidade de Buenos Aires e tem publicado numerosos artigos sobre etno-história das missões jesuíticas e da etnografia dos guaranis contemporâneos.

Em entrevista concedida à edição 331 da revista IHU On-line, Wilde diz que a organização social do povo guarani não está separada do modo como ela concebe o exercício de poder e outras esferas da vida social, como a religião ou a economia. “De maneira breve, essas práticas giram, tradicionalmente, em torno da figura de um líder religioso e político do qual se aglutinam as famílias que formam a comunidade e que residem perto umas das outras”, afirma o pesquisador. Segundo ele, a dinâmica econômica também se sustenta nessa figura, capaz de organizar, com base em relações de parentesco, a produção para a subsistência, ou uma rede de relações para além da aldeia propriamente dita.

O Prof. Dr. Guillermo Wilde que recebeu, em 2003, o prêmio Branislava Susnik (Museu Etnográfico “Andrés Barbero”, do Paraguai), e, em 2008, o Prêmio Musicologia Latino-Americana “Samuel Claro Valdés”, da Pontifícia Universidade Católica do Chile, é atualmente pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (CONICET) e professor do Instituto de Estudos Sociais da Universidade Nacional de San Martin. Pela editora SB Wilde, publicou Religião e Poder nas Missões de Guaranis, em 2009, e, em colaboração com Paul Schamber, organizou uma trilogia sobre a antropologia sociocultural Argentina Hoje: História, Poder e Discursos (2005), Simbolismo, Ritual e Performance (2006), e Culturas, Comunidades e Processos Urbanos Contemporâneos (2006).

O XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade será realizado entre os dias 25 e 28 de outubro e terá abordagem interdisciplinar, debatendo a questão da territorialidade e seus impactos em dimensões sociais, culturais, identitárias, no mundo globalizado, dentre outras. Confira a programação do evento e inscreva-se.

Para ler  mais:

Participantes do XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade, terão a oportunidade de conferir o espetáculo da Missa Terra Sem Males. A manifestação popular será feita através da chegada do Evangelho, do ofertório e da dança. Haverá participação de cantores Guarani, trabalhando com a presença da etnia indígena e, ainda, da Igreja na América. O espetáculo nasceu na Semana do Índio de 1979, quando foi assistida por quase 7.000 pessoas na Catedral da Sé.

O patrimônio missioneiro

Em 5 outubro, 2010 Comentar

O patrimônio missioneiro será tema de dois minicursos simultâneos na tarde do dia 25 de outubro no XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade.

Um dos cursos será ministrado pelo prof. Dr. Cláudio Carle que discorrerá sobre o Patrimônio arqueológico missioneiro. Carle possui graduação e mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e doutorado internacional em Arqueologia pela mesma instituição. Atualmente é professor do Curso de Antropologia da Universidade Federal de Pelotas, tem experiência na área de Arqueologia com ênfase em Arqueologia da Escravidão e atua principalmente nos seguintes temas: arqueologia, história, educação patrimonial, quilombos, missões e educação.

A Dra. Beatriz Muniz Freire, que desde 2002 trabalha no IPHAN, no Rio Grande do Sul, dedicando-se à implantação do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial, abordará em seu minicurso a Salvaguarda do patrimônio imaterial. Freire possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica da mesma cidade.

O XII Simpósio Internacional IHU, que celebra os 400 anos do início das reduções jesuíticas, será realizado entre os dias 25 a 28 de outubro no Anfiteatro Padre Werner da Unisinos. Inscreva-se.